IGP-DI sobe 1,50% em fevereiro e soma alta de 15,35% em 12 meses, aponta FGV
Segundo André Braz, da FGV, efeitos da escalada do petróleo por conta da guerra ainda não refletiram nos preços dos combustíveis
O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reflete a variação de preços no atacado e sofre forte influência das cotações do dólar, subiu 1,50% em fevereiro, porcentual inferior ao apurado no mês anterior, quando acelerou 2,01%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 8, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com o resultado, o índice acumula alta de 3,55% no ano e 15,35% em 12 meses. Em fevereiro de 2021, o índice havia subido 2,71% e somava elevação de 29,95% em 12 meses.
Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, os efeitos da recente escalada do preço do petróleo ainda não impactaram no preço dos combustíveis ou mesmo sobre a indústria química.
“O preço do minério de ferro (de 11,33% para -0,10%) cedeu e permitiu a desaceleração da taxa do IPA. Ao longo do mês de março, os preços de vários derivados do petróleo devem apresentar aumentos impondo maior dificuldade a desaceleração do IGP”
André Braz, da FGV
IPA em alta puxado pelos alimentos in natura
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,94% em fevereiro, de acordo com o levantamento da fundação. No mês anterior, o índice havia apresentado alta de 2,57%.
Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo Bens Finais variou de 0,92% em janeiro para 1,73% em fevereiro. O principal responsável por este avanço foram os alimentos in natura, cuja taxa passou de -0,12% para 13,03%.
O índice de Bens Finais, que resulta da exclusão de alimentos in natura e combustíveis para o consumo, avançou 0,91% em fevereiro, contra 1,01% em janeiro.
A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 2,13% em janeiro para 1,31% em fevereiro e o estágio das Matérias-Primas Brutas subiu 2,76% em fevereiro, ante 4,42% em janeiro.
IPC sobe 0,28% com avanço em grande parte das classes de despesas
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,28% em fevereiro, ante 0,49% em janeiro, apontou a FGV. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (1,64% para -0,51%), Vestuário (0,76% para 0,33%), Comunicação (0,53% para 0,08%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,03% para -0,12%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,08%).
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,13% para 0,33%), Alimentação (1,15% para 1,20%) e Transportes (0,04% para 0,07%) apresentaram acréscimo em suas taxas de variação.
Núcleo do IPC em alta
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,56% em fevereiro, ante 0,62% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 34 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 24 apresentaram taxas abaixo de 0,17%, linha de corte inferior, e 10 registraram variações acima de 1,30%, linha de corte superior.
O índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, ficou em 73,87%, 2,26 pontos percentuais acima do registrado em janeiro, quando o índice foi de 71,61%.
Construção Civil
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,38% em fevereiro, ante 0,71% no mês anterior. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de janeiro para fevereiro: Materiais e Equipamentos (1,08% para 0,28%), Serviços (1,39% para 1,66%) e Mão de Obra (0,26% para 0,25%).