Ibovespa deve chegar aos 152 mil pontos no fim de 2021, prevê Itaú BBA
Em relação aos 125 mil pontos do Índice hoje, alta será de 21,6% até o fim do ano
O Índice Bovespa deve chegar a 152 mil pontos no final deste ano, essa é a estimativa revisada dos analistas do Itaú BBA, que trabalhavam com uma projeção de 135 mil pontos em relatório anterior. Isso representa uma alta de 21,6% em relação aos atuais 125 mil pontos atingidos no pregão desta quinta-feira, dia 1.
A expectativa de maiores ganhos por ações das empresas em 2021 e 2022, especialmente nas do setor de commodities, e o fato da bolsa brasileira negociar com desconto em relação à de países emergentes, abaixo da média histórica de 10 anos foram os principais fatores que levaram a uma previsão de alta mais acentuada da B3.
“A Bolsa brasileira é negociada hoje a um múltiplo Preço/Lucro de 10,4 vezes e, se atingisse nosso target, corresponderia a um múltiplo de 13,3 vezes, ainda atraente”, escreve a equipe análise, comandada por Marcelo Sa e Matheus Marques.
A conjuntura macroeconômica do País também possibilita uma estimativa de maior avanço do mercado de ações nos próximos seis meses. “A campanha de vacinação está avançando e deve permitir o retorno à normalidade econômica antes do fim de 2021”, diz um trecho do relatório. O BBA projeta crescimento de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), número também revisado pela equipe que projetava uma elevação de 5% este ano, e inflação de 5,6%.
Nem tudo são flores nesse período. Os analistas alertam que o maior risco a esse cenário é o possível surgimento de novas cepas do coronavírus, que reduzam a eficácia das vacinas e atrapalhem o processo de retomada da economia mundial.
Outro ponto a ser observado é o andamento da reforma tributária que, para eles, é “um importante impulsionador do desempenho do Ibovespa”. No entanto, há duas ressalvas: o projeto deve sofrer mudanças no Congresso; e se prevalecer a tributação sobre os dividendos, o impacto é negativo para o mercado. Nesse sentido, os papeis ligados a commodities passam a ser mais interessantes do que as empresas com tradição na distribuição de dividendos.
Ações em destaque
Os analistas ressaltam que o setor bancário deve ser beneficiado por uma melhora no cenário macroeconômico do País. E entre os bancos, o destaque fica com o Bradesco.
Já na área de açúcar e etanol, a perspectiva é de uma relação de oferta e demanda favorável global, já que a produção brasileira deve ser maior para compensar as safras menores na Europa e na Ásia, e os preços devem permanecer elevados para a safra 2021 e 2022.
Na distribuição de combustível, o Itaú BBA espera volumes maiores de vendas, em linha com as projeções para o crescimento do PIB brasileiro este ano.
O banco também substituiu Cyrela por Cosan em sua carteira recomendada. “Ainda que o valuation de Cyrela pareça atraente, vemos um horizonte de curto prazo negativo para a companhia em meio à alta dos juros e pressão de custos. Desde que foi adicionada ao portfólio, em fevereiro, a companhia apresenta queda de 15,2%”, escrevem os analistas.
Ao mesmo tempo, a entrada de Cosan deve-se ao excelente time de administração da companhia, ao portfólio diversificado e de alta qualidade; à excelente alocação de capital e histórico; valuation atrativo e horizonte promissor de crescimento orgânico e inorgânico.