IBGE: prévia da inflação, IPCA-15 sobe 1,14% em setembro e acumula alta de 10,05% em 12 meses
Transportes, alimentação e bebidas, e habitação puxaram o indicador para cima, segundo o instituto
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação mensal, subiu 1,14% em setembro, 0,25% ponto porcentual acima da taxa de agosto – 0,89% - segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira, 24.
No ano, o indicador acumula alta de 7,02% e, em 12 meses, de 10,05%, acima dos 9,30% registrados no mesmo período anterior. Em setembro de 2020, a taxa foi de 0,45%.
O resultado veio acima das expectativas do mercado, que apostavam em variação positiva de 1%. Esse foi o maior IPCA-15 desde fevereiro de 2016 (1,42%) e o maior para o mês desde 1994.
Já o IPCA-E, que engloba o acúmulo trimestral do IPCA-15, avançou 2,77% ante 0,98% em igual período. Em setembro do ano passado, a variação havia sido de 0,98%, segundo o IBGE.
Grupos de produtos
De acordo com o levantamento do instituto, houve alta em oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. O maior impacto - 0,46 p.p. - e a maior variação (2,22%) vieram do grupo Transportes. A segunda maior contribuição foi de Alimentação e bebidas - 1,27% e 0,27 p.p. - que subiu mais do que no mês anterior (1,02%).
Na sequência, o setor de Habitação (1,55%), cujo resultado desacelerou em relação ao indicador de agosto (1,97%), contribuiu com 0,25 p.p. no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o -0,01% de Educação e o 1,23% de Artigos de residência.
Transportes
De acordo com o IBGE, o resultado do grupo Transportes (2,22%) foi influenciado pela alta dos combustíveis (3,00%), acima da registrada no mês anterior (2,02%). A gasolina subiu 2,85% e acumula 39,05% nos últimos 12 meses.
Os veículos próprios, que haviam subido 1,06% em agosto, registraram alta de 1,19% em setembro. Os automóveis novos (1,70%), os automóveis usados (1,34%) e as motocicletas (1,04%) permaneceram em alta e contribuíram conjuntamente com 0,08 p.p. no IPCA-15 de setembro.
Ainda em Transportes, os preços das passagens aéreas subiram 28,76% em setembro, após a queda de 10,90% observada em agosto.
Outros destaques foram o aluguel de veículo (4,63%) e o transporte por aplicativo (4,00%), que já haviam subido no mês anterior (9,53% e 9,12%, respectivamente).
Alimentos e bebidas
Um dos grupos que tradicionalmente mais pesam no indicador, o resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,27%) foi influenciado principalmente pela alimentação no domicílio, que acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro, segundo o instituto.
A alimentação fora do domicílio também acelerou na passagem de agosto (0,35%) para setembro (0,69%).
Habitação
Os gastos com energia elétrica (3, 61%) continuam refletindo fortemente na contribuição do grupo Habitação – 0,17% - embora a variação tenha sido inferior à de agosto (5,00%).
No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. A partir de 1º de setembro, passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 para os mesmos 100 kWh.
Índices regionais
Em relação aos índices regionais, todas as áreas pesquisadas apresentaram alta em setembro. O menor resultado ocorreu em Fortaleza (0,68%). Já a maior variação foi registrada em Curitiba (1,58%).