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Economia

Flutuação cambial: o que é e para que serve?

Você já ouviu falar sobre a flutuação cambial? Essa é a estratégia utilizada no Brasil para determinar o valor da nossa moeda no mercado internacional.

Data de publicação:05/07/2023 às 20:03 -
Atualizado 10 meses atrás
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Você já ouviu falar sobre a flutuação cambial? Essa é a estratégia utilizada no Brasil para determinar o valor da nossa moeda no mercado internacional. Entenda aqui quais são as características desse modelo, os seus benefícios e como tudo funciona na prática.

O que é flutuação cambial?

A flutuação cambial, também muito conhecida apenas por "câmbio flutuante", é um regime para definir a taxa cambial de uma moeda de acordo com os movimentos naturais do mercado financeiro. Isto é, ela é definida em cima da lei de oferta e demanda, assim como acontece em outros mercados.

Se há maior interesse por parte dos agentes do mercado financeiro em comprar reais, por exemplo, a taxa cambial da nossa moeda se valoriza. Ou seja, o seu preço aumenta. Da mesma forma, quando há maior número de vendedores dessa mesma moeda, então o seu preço tende a cair. É a mesma lógica do mercado de ações.

Uma das principais características da flutuação cambial está na independência da moeda em relação ao Banco Central do Brasil. Nesse modelo, afinal, não há um gerenciamento por parte da instituição financeira, permitindo que o preço do real (ou de outra moeda, em caso de países diversos que adotem esse mesmo sistema) se movimente de acordo com as regras naturais do mercado financeiro.

Quando o sistema cambial é gerenciado por algum agente do governo, temos então o que se chama de câmbio fixo. Esse é o modelo no qual o Banco Central é quem define os valores praticados pela taxa de câmbio. Ou seja, há uma maior influência do intermediador.

Como funciona a flutuação cambial?

Mas e na prática? Como funciona a flutuação cambial? Em resumo, esse sistema tem como base a movimentação de moeda estrangeira no país. Como vimos no tópico anterior, quando há maior entrada (isto é, os investidores estrangeiros estão comprando no Brasil), isso faz com que o real se valorize.

Da mesma forma, se há saída da moeda estrangeira no Brasil, isso significa que o investidor estrangeiro está retirando seu capital do nosso país. Logo, há uma tendência de perda de valor do real.

Note que esse processo segue basicamente a lei da oferta e da demanda, sem qualquer influência do Banco Central ou outro agente do governo. As entidades financeiras do Brasil, na prática, entram apenas como intermediários, permitindo que as transações possam acontecer de forma segura e que isso se reflita na taxa de câmbio do real.

Quais são os fatores que influenciam o câmbio?

Muito bem, agora você já entendeu o que é a flutuação cambial e como ela é determinada pelo próprio mercado de acordo com a entrada ou a saída de capital estrangeiro no Brasil — especialmente do dólar. No entanto, não é apenas a compra e a venda do real que vai influenciar essas oscilações de preço.

Isso acontece por diversas maneiras, sendo a negociação do real em si apenas uma delas. Outra ação do investidor estrangeiro que pode influenciar a nossa taxa de câmbio são as importações e exportações. Como consistem em negociações internacionais, esses acordos de compra e venda de mercadorias podem impactar diretamente a taxa cambial.

Os fatores macroeconômicos também vão impactar diretamente no fluxo da entrada (ou saída) da moeda estrangeira no Brasil e, consequentemente, influenciar a taxa de câmbio do real. Desta forma, indicadores como taxa de juros ou inflação, por exemplo, possuem uma relevância significativa na flutuação cambial.

Qual é a importância da flutuação cambial?

Em uma economia globalizada, como temos atualmente no mundo, a flutuação cambial é o modelo que costuma ter maior aceitação. E o principal fator para isso é a reduzida participação dos agentes do governo na definição da taxa de câmbio, deixando que o valor monetário seja definido pelo próprio mercado financeiro.

Podemos dizer, em outras palavras, que o sistema de flutuação cambial acaba por ajudar a passar uma maior credibilidade ao investidor estrangeiro. Vale lembrar que esse investidor não tem, de um modo geral, aversão ao risco. Ao mesmo tempo, ele dificilmente vai colocar moeda estrangeira se não enxergar uma previsibilidade do país.

Outro ponto em que a flutuação cambial atua de forma positiva está nos ajustes de resultados de um país. Ao longo das suas exportações e importações, um país pode entregar um déficit ou um superávit. E a flutuação cambial ajuda no ajuste dessa situação na medida em que a taxa cambial vai acompanhar os resultados.

E como isso funciona na prática? Se o Brasil tiver um déficit comercial (isto é, importar mais do que exportar), o real tende a sofrer uma desvalorização no mercado financeiro. Logo, no futuro, a tendência é que seguir importando fique mais caro e as nossas exportações fiquem competitivas no mercado. Logo, a expectativa é de ajuste na balança comercial.

Flutuação suja: o verdadeiro modelo do Brasil

Apesar de adotar a flutuação cambial, o Brasil tem uma particularidade em relação à atuação do Banco Central. Embora, de fato, ele não execute uma interferência ativa no mercado (o que se configuraria em câmbio fixo), há sim uma estratégia adotada no nosso país para que o preço do real não seja totalmente exposto ao rumo do fluxo de moeda estrangeira.

É verdade que o modelo adotado pelo Brasil é de flutuação cambial, de modo que a nossa taxa de câmbio reflete o andamento do próprio mercado financeiro. No entanto, em alguns momentos de forma oscilação da moeda, o Banco Central pode intervir por meio da compra ou venda de dólares.

A essa prática dá-se o nome de "flutuação suja". Não se assuste: o Banco Central não comete nenhum tipo de ilegalidade e a prática é permitida. A nomenclatura é apenas uma forma de demonstrar que o preço do real pode ter a influência de negociações das nossas instituição, não sendo formado 100% pelo mercado naturalmente.

Outro país que adota a flutuação suja é a China. Conhecido por ser um país de forte intervenção estatal na economia, o governo chinês pode se posicionar valorizando ou desvalorizando o Yuan, de acordo com os seus interesses de momento.

Deu para entender como funciona a flutuação cambial? Em caso de dúvidas, é só entrar em contato conosco. E aproveite para passar pelo nosso blog e aprender mais sobre o mercado financeiro.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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