Em semana marcada por aversão ao risco em nível global, Bolsa despenca 5,06% e dólar salta 4,46%, cotado a R$ 4,99
Mercados globais fecharam com queda acentuada após divulgação da inflação dos Estados Unidos
Pelo sexto dia consecutivo, a Bolsa de Valores brasileira, a B3, registrou baixa. Nesta sexta-feira, 10, a queda do Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa, foi de 1,51%, aos 105.481 pontos. O que motivou a desvalorização neste pregão foi, mais uma vez, a pressão vinda do exterior. No acumulado da semana, o índice teve uma baixa ainda mais expressiva, de 5,06%.
Mais cedo, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou a inflação no país em maio e os números levaram a uma queda generalizada nos mercados globais. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), avançou 1,0% em maio, o que representa uma forte aceleração frente a abril, quando o indicador da inflação americana subiu 0,3%.
O resultado veio acima das expectativas dos analistas, que projetavam um avanço de 0,7% no último mês. No acumulado em 12 meses, o CPI já subiu 8,6%, atingindo o maior patamar desde 1981. De acordo com analista do BTG Pactual, "a leitura é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode ser mais duro na decisão da próxima quarta-feira e nas seguintes."
Como a política econômica dos Estados Unidos afeta o mercado brasileiro?
Política monetária mais contracionista, neste caso, é sinônimo de juros mais altos. Se os juros sobrem, aumenta também a rentabilidade dos títulos da renda fixa americana, elevando sua atratividade. Em contrapartida, a renda variável perde força, já que, em momentos de incerteza econômica, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros. Vale lembrar que os títulos públicos americanos são considerados os mais seguros do mundo.
Neste contexto de fuga dos ativos de risco, países emergentes, como o Brasil, são penalizados. Por esse motivo, de acordo com especialistas, os ativos brasileiros também são afetadas pelas notícias vindas lá de fora.
Com mais gente se interessando pelos produtos financeiros americanos e menos fluxo estrangeiro entrando no mercado brasileiro, a taxa de câmbio também sente os impactos. Assim, o dólar viveu uma semana de intensa valorização frente ao real e subiu 4,46% em relação à última sexta. Neste pregão, no entanto, a alta foi menos acentuada, de 1,49%, e a moeda americana fechou cotada a R$ 4,99.
O dia na Bolsa
Maiores altas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Qualicorp | QUAL3 | +7,39% |
CSN Mineração | CMIN3 | +3,98% |
Raia Drogasil | RADL3 | +0,73% |
Hypera | HYPE3 | +0,57% |
Cielo | CIEL3 | +0,53% |
Maiores baixas da Bolsa
Empresa | Código | Variação |
Americanas | AMER3 | -10,63% |
Banco Inter | BIDI11 | -6,87% |
Azul | AZUL4 | -6,62% |
Eletrobras | ELET6 | -6,59% |
Positivo | POSI3 | -6,39% |
Mercados internacionais
Assim como no Brasil, os dados inflacionários americanos pressionaram os mercados ao redor do mundo. Nos Estados Unidos e na Europa, as bolsas registam forte desvalorização, com os investidores cautelosos com a possibilidade de Fed adotar uma política monetária mais restritiva para controlar a escalada dos preços.
Simultaneamente, na Ásia as bolsas fecharam majoritariamente em baixa com as preocupações em relação ao cenário macroeconômico global. Em contrapartida, a China viu seus principais índices acionários subirem após a divulgação do CPI do país, que vieram em linha com as projeções do mercado, em uma alta de 2,1% em maio.
Fechamento das bolsas americanas
- Dow Jones: baixa de 2,73%
- S&P 500: baixa de 2,91%
- Nasdaq 100: baixa de 3,56%
Fechamento das bolsas europeias
- Stoxx 600 (Europa): baixa de 2,73%
- FTSE 100 (Inglaterra): baixa de 2,12%
- DAX (Alemanha): baixa de 3,08%
- CAC 40 (França): baixa de 2,69%
Fechamento das bolsas asiáticas
- Xangai Composto (China): alta de 1,42%
- Shenzhen Composto (China): alta de 1,94%
- Hang Seng (Hong Kong): baixa de 0,29%
- Nikkei (Japão): baixa de 1,49%
- Kospi (Coréia do Sul): baixa de 1,13%
- Taiex (Taiwan): baixa de 0,97%