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Revolut
Empresa

Ex-banqueiro do Lehman Brothers constrói fortuna de US$ 6,7 bilhões com a Revolut, app de serviços financeiros

A empresa de serviços financeiros de Nikolay Storonsky, Revolut, vale bilhões e cresce rapidamente, mas também atrai escrutínio regulatório

Data de publicação:20/07/2021 às 13:23 -
Atualizado 3 anos atrás
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Nikolay Storonsky levou sete anos para finalmente deixar os bancos de investimentos em 2013, depois de trabalhar no Lehman Brothers e no Credit Suisse Group AG desde os seus 20 anos. Foi em parte o mal-estar profissional que levou Storonsky, nascido na Rússia, a fundar a Revolut, empresa que fornece serviços financeiros online e está avaliada em US$ 33 bilhões. 

“Como banqueiro, já havia atingido o máximo”, disse Storonsky, que negociou derivativos de ações para os dois bancos em Londres, à Bloomberg em 2017. “Tornou-se muito chato.”

Revolut
Nikolay Storonsky, co-fundador da Revolut no Web Summit 2018 em Lisboa

Só na última semana, a Revolut  levantou uma quantia de US$ 800 milhões de investidores, incluindo SoftBank Group Corp e Chase Coleman's Tiger Global Management. Nesse nível, a participação de Storonsky na companhia vale cerca de US$ 6,7 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index .

O financiamento mais recente apoiará parcialmente a expansão da Revolut nos Estados Unidos e sua entrada na Índia, de acordo com um comunicado emitido pela empresa na semana passada.

Um porta-voz da companhia se recusou a comentar sobre a participação acionária de Storonsky.

A avaliação da Revolut aumentou seis vezes desde sua última rodada de investimentos em 2020 e esta é a última empresa de tecnologia financeira a levantar dinheiro com um valor tão alto. 

Em março, a empresa de pagamentos por mobile Stripe se tornou a maior startup dos Estados Unidos, com uma avaliação de US$ 95 bilhões após sua última rodada de arrecadação de fundos. O rival local da Revolut, Wise Plc, abriu o capital neste mês por meio de uma listagem direta e agora tem um valor de mercado de cerca de US$ 13 bilhões, quase o triplo do valor da companhia de Storonsky há 12 meses. 

Isso gerou alguns temores sobre uma bolha de avaliação.

Expansão rápida da Revolut

A Revolut se expandiu rapidamente desde que Storonsky, de 36 anos, a lançou em 2015 com Vlad Yatsenko, um desenvolvedor de tecnologia que trabalhava para o Deutsche Bank AG . 

A empresa começou fazendo um cartão de débito pré-pago sem taxas de transação estrangeira, mas seus serviços agora incluem contas bancárias, transferências internacionais de dinheiro, criptomoeda e negociação de ações, bem como ferramentas de orçamento e pagamento de contas.

“A ideia sempre foi expandir além do câmbio estrangeiro”, disse Storonksy à Bloomberg em 2017. “Estamos tentando lançar o mais rápido possível, é muito mais importante priorizar a velocidade do negócio do que definir uma meta para quão grande nós queremos que isso cresça.”

Este modelo de gateway de pagamento ajudou a atrair jovens usuários que começaram lentamente a expandir o uso da Revolut.

Owen Barron, um jovem de 29 anos de Dublin, Irlanda, começou a usar a Revolut em 2017. Ele gostou das taxas mais baixas para transações estrangeiras e uso de caixas eletrônicos no exterior. Agora ele usa o aplicativo todos os dias. “É como ter Instagram ou WhatsApp no ​​seu telefone”, afirma. 

Há cerca de 18 meses, Barron começou a usar outro recurso do app: o investimento. Seu primeiro negócio foi com a Microsoft Corp.

A única desvantagem que o jovem vê com a Revolut são as taxas. Atualmente, ele usa a conta gratuita, que tem limites para saques antes que as taxas sejam aplicadas. Na Irlanda, ele pode fazer até cinco saques em caixas eletrônicos ou 200 euros (US$ 236) - o que ocorrer primeiro - antes que uma taxa de 2% seja aplicada.

Recursos premium

Pedro Coelho paga 12,99 libras (US$ 18) por sua conta na Revolut. O plano que ele assinou foi o “Metal”, que oferece recursos premium - incluindo 1% de reembolso em criptomoeda, saques em caixas eletrônicos de até 800 libras sem taxas e transações ilimitadas sem comissões. Ele diz que o último destes benefícios justifica o custo mensal.

Assim como Barron, Coelho, de 25 anos, foi atraído pela primeira vez à Revolut por um motivo particular. Ele precisava vender um bilhete do Eurostar indesejado em 2018 e o comprador queria os fundos por meio do serviço de transferência de dinheiro ponto a ponto da Revolut. Três anos depois, Coelho é agora um cliente fiel sa faixa de adesão mais alta da empresa. 

Analistas questionam se mais consumidores se juntarão a ele. “Nunca vimos um grande apetite por consumidores dispostos a pagar uma taxa de serviço mensal”, afirma Jim Miller, diretor executivo de banco e pagamentos da empresa de pesquisa JD Power. 

Miller também questiona a marcha da Revolut para novos serviços. Os bancos tradicionais há muito usam as contas correntes como uma oportunidade de construir um relacionamento com os consumidores, na esperança de que eles acabem ganhando tempo com hipotecas e seguros. 

“Estou na área de serviços financeiros há mais de 30 anos e o tempo todo falamos em reunir todo o relacionamento, na abordagem do 'supermercado financeiro'. Ao longo desse tempo, ficou mais fácil para os consumidores espalharem seu relacionamento (com o setor)”, explica Miller. “De certa forma, isso organiza quase logicamente as coisas na mente de alguém.”

Escrutínio Regulatório

As ambições da Revolut também colocaram a empresa na mira dos reguladores.

O órgão de regulação financeira do Reino Unido examina por que, em 2018, a empresa desligou temporariamente um sistema projetado para bloquear transações suspeitas. 

Ex-funcionários também relataram problemas, incluindo condições de trabalho indutoras de esgotamento na Revolut, que pendurou um letreiro de néon em seus escritórios dirigindo palavras de baixo calão aos empregados, um reflexo da crença de Storonsky de que o futuro das finanças de varejo é um corrida onde o vencedor leva tudo.

Ainda assim, essas ambições valeram a pena para Storonsky, o maior acionista individual da Revolut. Como seu objetivo é tornar a empresa uma das maiores de serviços financeiros do mundo, ele ainda desconfia das regulamentações do mundo bancário, onde iniciou sua carreira. “Para cortar custos, isso simplesmente não é possível em nosso ambiente”, disse Storonsky à Bloomberg em 2019. / Publicado originalmente na Bloomberg

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