Evergrande perde apoio de magnata de Hong Kong, em meio à crise de dívida
Em meio à crise da Evergrande, a China vem fazendo injeções bilionárias no sistema financeiro, na tentativa de evitar um colapso no País
Um importante acionista do Evergrande Group planeja vender todas suas ações na incorporadora da China, potencialmente levando mais de US$ 1 bilhão no processo. A Chinese Estates Holdings, controlada pelo bilionário de Hong Kong Joseph Lau e sua mulher, Chan Hoi-wan, afirmou nesta quinta-feira que recentemente reduziu sua participação na Evergrande de quase 6,5% a 5,7% e que buscava aprovação dos acionistas para vender o restante.
A Chinese Estates gastou o equivalente a US$ 1,75 bilhão para comprar sua parcela em 2017 e 2018, e outros US$ 86 milhões em bônus da Evergrande, segundo documentos.
Agora, a companhia afirmou que seu conselho estava cauteloso sobre a empresa, incluindo questões de liquidez e os riscos para suas finanças e operações, caso ela não consiga solucionar os problemas.
A Chinese Estates também citou um declínio significativo no preço da ação da Evergrande, além da volatilidade do mercado acionário e de mudanças nos mercados e na economia.
A ação da Evergrande subiu cerca de 18% no último pregão, após ela resolver um pagamento de bônus na própria China na quarta-feira, mas o papel ainda recua mais de 82% neste ano.
Investidores avaliam se a empresa pode pagar US$ 83,5 milhões em um cupom devido para esta quinta-feira, em um bônus denominado em dólar.
China faz injeção de US$ 18,6 bi no sistema financeiro, com Evergrande no radar
Em mais uma tentativa de manter a liquidez do sistema bancário em meio a preocupações com as dificuldades financeiras da gigante do setor imobiliário chinês Evergrande, o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) injetou 120 bilhões de yuans (cerca de US$ 18,6 bilhões) em recursos no sistema financeiro chinês através de operações de recompra reversa de sete e de 14 dias nesta quinta-feira, segundo comunicado divulgado no site do PBoC.
Na quarta-feira, 22, o PBoC fez uma injeção de capital do mesmo tamanho.
Mais cedo, surgiram relatos de que governos locais da China foram orientados a se preparar para um eventual colapso da Evergrande. / Agência Estado