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ETFs de Small, Mid e Large caps: vale ou não a pena investir?

Se você investe no mercado financeiro, certamente já percebeu que existem inúmeros ETFs que visam replicar o desempenho de um determinado índice ou segmento de atuação….

Data de publicação:02/07/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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Se você investe no mercado financeiro, certamente já percebeu que existem inúmeros ETFs que visam replicar o desempenho de um determinado índice ou segmento de atuação. Essa variedade é positiva na medida em que concede ao investidor oportunidades de diversificação mesmo de um produto que tem como base ser um ativo passivo.

ETFs - Foto: Envato

É o caso do mercado de ações. Para quem não deseja acompanhar empresas individualmente, esse tipo de fundo pode ser uma excelente opção, permitindo assim uma seleção de empresas de maneira facilitada. No entanto, como veremos ao longo do artigo, é possível selecionar características específicas para investir com maior personalização mesmo em fundos passivos.

O que é um ETF?

Caso você tenha chegado até este artigo, mas ainda não saiba o que é um ETF, vale uma breve introdução ao tema. Essa sigla é uma abreviação para Exchange Traded Funds — fundos negociados em bolsa, em tradução livre para o português.

O nome já é bastante intuitivo. Ao contrário de outros tipos de fundos de investimentos, as cotas de ETFs são negociadas na própria bolsa de valores. Isto é, juntamente com ações e fundos imobiliários.

O objetivo de um ETF é replicar um índice ou um segmento de mercado, permitindo ao investidor ter exposição a eles de forma passiva. Isto é, acompanhando o seu desempenho geral. Na prática, é uma forma de seguir uma "média" daquele mercado, de acordo com critérios específicos. É por isso que esse tipo de produto também é chamado de "fundo de índice".

Além disso, por ser uma estratégia mais simples, as taxas cobradas pela administração do fundo tendem a ser menores do que fundos que possuem gestão ativa.

ETFs de tamanho: quais são as diferenças?

Quando falamos sobre ETFs de ações, a maioria dos investidores deve ter em mente o Ibovespa, nosso principal índice acionário. Você não consegue diretamente "investir no Ibovespa", mas é possível fazê-lo por meio de Exchange Traded Funds que replicam esse índice — caso do BOVA11 ou do BOVV11, por exemplo.

No entanto, essa está longe de ser a única solução para investir de forma passiva no mercado de ações. Existem, atualmente, outros ETFs que segmentam as companhias pelo seu valor de mercado. Existem três grandes grupos:

Vamos conhecer um pouco mais sobre as oportunidades existentes para esses ETFs de ações segmentadas pelo tamanho das empresas.

ETFs de small caps

As small caps são aquelas empresas de menor capitalização dentro da bolsa de valores. Ou seja, são companhias com menor poder financeiro e participação de mercado, representando assim um maior risco para o investidor.

Ao mesmo tempo, também são negócios que oferecem maior potencial de crescimento. Há também menos analistas de olho no papel, o que aumenta a chance de encontrar empresas baratas para investir. Portanto, são investimentos atrativos para investidores mais arrojados, que aceitam o risco para o seu capital em troca de uma possibilidade de retorno mais agressiva.

Justamente por esse cenário de maior risco, um ETF de small caps pode ser uma boa solução para que o investidor não precise selecionar por si pequenos negócios. Com esse produto, ele obtém uma carteira de empresas de baixa capitalização bem diversificada. É o caso de Eneva, Movida ou Ferbasa, por exemplo.

Geralmente, o principal índice utilizado como referência para o segmento é índice SMLL, organizado e atualizado pela própria B3, que é a empresa responsável pela bolsa de valores no Brasil.

Atualmente, existem dois ETFs no Brasil que permitem o investimento em um fundo passivo de small caps. São eles:

  • SMAL11: é o ticker de negociação do iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice. A gestão é feita pela BlackRock. A taxa de administração é de 0,69% ao ano.
  • SMAC11: é o ticker de negociação do It Now Small Fundo de Índice. A gestão é feita pelo Itaú. A taxa de administração é de 0,50% ao ano.

Além disso, para quem busca investir em outras geografias, recentemente foi lançado na B3 o BDR (Brazilian Depositary Receipt) do ETF americano IJR (iShares Core S&P Small-Cap ETF). A ideia é a mesma dos Exchange Traded Funds nacionais, mas aplicada no mercado de ações dos Estados Unidos. Na B3, esse BDR pode ser adquirido com o ticker BIJR39.

ETFs de mid caps

Passando para o segundo grupo, nós temos então empresas que estão no meio do caminho em relação à capitalização de mercado. Isto é, não são negócios tão pequenos e já possuem algum volume financeiro, mas também não estão entre as grandes companhias brasileiras.

Não há, infelizmente, uma regra de manual definida sobre a classificação de cada empresa. De um modo geral, considera-se uma mid cap aquela companhia com capitalização entre dois e dez bilhões de reais. São exemplos de empresas dessa categoria no Brasil: Energias do Brasil, Natura, Embraer e Cyrela.

Em relação ao mercado de empresas mid caps brasileiras, a principal referência é o Índice MidLarge Cap (MLCX B3). No entanto, não há atualmente um ETF local negociado na bolsa brasileira que permita replicar esse indicador.

Para quem busca companhias de médio porte, novamente temos como principal alternativa o mercado americano. É possível investir no iShares Core S&P Mid-Cap ETF (IJH) por meio de BDR na bolsa brasileira. O ticker de negociação é BIJH39.

ETFs de large caps

Por fim, temos ainda as large caps, que são as grandes empresas da bolsa de valores e com maior capitalização de mercado. Elas possuem características bem conhecidas como grande visibilidade do público, alta liquidez nos seus papéis e são dominantes no seu mercado de atuação, por exemplo.

E quais seriam as empresas que podemos mencionar como large caps brasileiras? Aqui estão Itaú, Bradesco, Ambev, Petrobras e Vale. Ou seja, são realmente algumas das principais companhias nacionais.

Para investir em large caps, contudo, não faz tanto sentido buscar um ETF personalizado. Isso acontece porque essas companhias já dominam o nosso principal índice acionário, o Ibovespa, justamente pelo alto valor de mercado. Desta forma, caso queira expor seu capital a esses grandes negócios, faz mais sentido comprar ETFs que replicam o próprio Ibovespa. Veja os três principais exemplos disponíveis:

  • BOVA11: o iShares Ibovespa Fundo de Índice é gerido pela BlackRock. Sua taxa de administração é de 0,30% ao ano.
  • BOVV11: gerido pelo Itaú, o It Now Ibovespa Fundo de Índice também cobra 0,30% ao ano como taxa de administração.
  • XBOV11: por fim, temos ainda o Caixa ETF Ibovespa Fundo de Índice que, como o nome sugere, é um produto da Caixa Econômica Federal. É menos utilizado pelo maior custo: 0,50% ao ano.

Qual é o melhor ETF de tamanho para investir no Brasil?

Como vimos, os ETFs de tamanho se utilizam da capitalização das empresas para a montagem da carteira. No entanto, não há como escolher um deles como melhor, pois depende muito do objetivo do investidor.

Vale lembrar que fundos passivos buscam apenas replicar os índices — e não superá-los. Desta forma, não faz sentido pagar mais caro por produtos que utilizam da mesma metodologia e, assim, tendem a entregar uma rentabilidade muito similar.

O ideal, portanto, é que você identifique o seu perfil e o nível de risco que pode ser assumido com o investimento antes de realizar qualquer aporte. E que os comparativos sejam dentro da própria categoria, buscando o menor custo para um risco similar.

Sobre o autor
Stéfano BozzaFormado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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