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Fundos de Investimentos

ETF de e-Sports: vale a pena investir?

Um dos mercados que mais cresceu ao longo dos últimos anos é o de e-sports (esportes eletrônicos). Ainda que não acompanhe a modalidade, é bem provável que…

Data de publicação:22/04/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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Um dos mercados que mais cresceu ao longo dos últimos anos é o de e-sports (esportes eletrônicos). Ainda que não acompanhe a modalidade, é bem provável que você tenha percebido como aumentou a procura por jogos online ou o interesse por serviços de streaming do público geral.

Aqui no Brasil mesmo, nós temos algumas equipes famosas que atuam em competições globais — como MIBR, INTZ ou FURIA. Até mesmo os tradicionais times de futebol já começam a embarcar no mundo dos games, com equipes de jogos online. É o caso de Flamengo e Cruzeiro, por exemplo.

Como sabemos, o mercado financeiro está sempre de olho em tendência lucrativas. Desta forma, já temos produtos e alternativas para investir em e-sports, em especial por meio de alguns ETFs. Hoje, vamos entender melhor esse cenário.

Por que os e-sports cresceram tanto?

Desde o lançamentos dos fliperamas na década de 1970, o mundo dos games passou por diversas transformações. O lançamento dos consoles por marcas como Sony (linha Playstation) e Nintendo (Nintendo 64 ou GameCube) iniciou essa revolução da indústria dos jogos.

Esse crescimento pode ser atribuído a diversos fatores. Em primeiro lugar, a geração que começou a jogar na infância agora compõe o grupo dos adultos e está no mercado de trabalho — e muitos deles mantêm o interesse pelos jogos.

Além disso, o desenvolvimento da internet permitiu novas modalidades como os jogos online. Uma verdadeira febre entre os usuários, esse formato funcionou como um catalizador para o desenvolvimento das competições envolvendo jogos eletrônicos (que já é uma realidade).

A indústria dos e-sports, portanto, já mostrou por diversas vezes a sua capacidade de adaptação às tendências. Foi assim que as empresas do segmento expandiram seus produtos para os dispositivos móveis. O mercado mobile, hoje, corresponde a algo próximo a 50% do faturamento global da categoria e possui uma vantagem em relação aos consoles: a facilidade de transporte.

Portanto, se você ainda tem aquela imagem de que o universo dos jogos eletrônicos é coisa de criança, é hora de rever os próprios conceitos. Os e-sports concentram alguns dos maiores investimentos do mundo. E a tendência é que esse seja apenas o começo do crescimento.

Qual é a tendência de crescimento dos e-sports?

Acha que é exagero da nossa parte alertar para a indústria de e-sports? Pois saiba que o mercados dos jogos já supera, hoje, o faturamento de outros dois mercados extremamente lucrativos: o cinema e a música.

Isso mesmo que você acabou de ler. O mercado de jogos eletrônicos movimenta valores muito superiores aos maiores sucessos de Hollywood ou aos shows milionários de bandas internacionais.

Veja você mesmo o gráfico produzido pela XP Investimentos com base em pesquisas internacionais sobre o assunto. Em 2020, o mercados de jogos eletrônicos movimentou mais de 160 bilhões de dólares, quase 50% mais do que a soma das indústrias de música e cinema juntas.

faturamento industria e-sports

E a projeção do segmento é bastante otimista para os próximos anos. A expectativa, segundo dados da própria XP Investimentos, é de um crescimento anual próximo a 10%. A tese é baseada no número bilionário de jogadores ativos e o engajamento que os jogos geram.

ETF de e-sports: como investir na indústria dos jogos eletrônicos?

Como aproveitar essa tendência de alta do mundo dos games? A primeira resposta é um tanto quanto automática: investindo em empresas do segmento, concorda?

De fato, existem inúmeras companhias do mercado de e-sports listadas nas bolsas de valores globais. O problema é que a maior parte delas está sediada fora do Brasil, algo que pode dificultar um pouco o acesso ao investidor brasileiro.

Outro desafio é a seleção das empresas. Afinal, como saber qual é a melhor companhia do setor à distância? A tarefa é mais complexa do que analisar os negócios que temos aqui no Brasil, pela questão da proximidade.

Uma forma de investir em e-sports driblando essas duas barreiras é por meio dos ETFs (Exchange Traded Funds), que são os famosos "fundos de índices". Trata-se de um formato de fundo de investimento passivo que visa replicar um índice ou um indicador.

Quando falamos de ETF de e-sports, portanto, estamos nos referindo a um produto que tem como objetivo replicar o desempenho de empresas da indústria dos games.

Como funciona um ETF de e-sports?

Os ETFs podem ser de diversas categorias no mercado financeiro. Temos, por exemplo, o BOVA11 que é um ETF que visa replicar o desempenho do índice Ibovespa, uma carteira teórica de ações brasileiras. O mesmo vale para o IVVB11, que por sua vez tenta replicar o comportamento do S&P 500, uma carteira teórica com as principais ações americanas.

Seguindo essa mesma lógica, um ETF de e-sports precisa de um índice para ter como base na composição da sua carteira. Neste ponto, vale reforçar que os Exchange Traded Funds são fundos passivos e, portanto, não possuem seleção ativa de ações.

No caso dos jogos eletrônicos, um índice muito utilizado é o Solactive Video Games & Esports Index. Esse índice forma uma carteira teórica de ações do segmento com base em três critérios principais:

  • Faturamento: ao menos 50% da receita da companhia deve ter relação direta com o mercado de jogos eletrônicos.
  • Capitalização: o valor de mercado da empresa deve ser superior a 200 milhões de dólares.
  • Liquidez: é necessário que exista negociação diária no montante igual ou superior a dois milhões de dólares.

Quais são os ETFs de e-sports que podemos investir?

Em função dessas regras, o Solactive Video Games & Esports Index monta uma carteira que permite o monitoramento do desempenho de empresas que pertençam à indústria dos jogos eletrônicos.

Alguns ETFs, por sua vez, podem "copiar" essa carteira teórica de ativos, permitindo que investidores façam a sua exposição a esse mercado na tentativa de captar os ganhos do crescimento dos e-sports.

Abaixo, vamos apresentar brevemente algumas das oportunidades existentes até o momento em que este artigo foi produzido. Importante mencionar que não se trata de uma recomendação de investimento, ok?

HERO

O ETF de e-sports mais popular é o Global X Video Games & Esports ETF. O fundo é negociado com o ticker HERO. O produto foi criado pela Mirae Asset Global Investments em outubro de 2019 e segue o índice que apresentamos agora pouco para você: o Solactive Video Games & Esports Index.

Assim, os investidores do HERO possuem empresas do setor de jogos eletrônicos em carteira de uma maneira simples e objetiva. É o caso de Nvidia, NetEase, Activision Blizzard, Eletronic Arts e Nintendo, por exemplo.

O desempenho recente do HERO, aliás, superou o grupo de empresas de tecnologia tanto em rentabilidade (acima de 95% em doze meses), como na proteção contra a crise causada pela COVID-19 (queda de aproximadamente 20%, abaixo da média do mercado).

Como ponto negativo, esse é um produto internacional, negociado na Bolsa de Nasdaq (Estados Unidos). No entanto, não fique desanimado caso não consiga acessar ativos estrangeiros, pois o terceiro ativo da nossa lista permite a sua exposição indireta ao HERO aqui do Brasil.

NERD

Outro ETF internacional que você pode usar para investir em e-sports é o NERD. Esse é o ticker utilizado para negociação do Roundhill Bitkraft Esports & Digital Entertainment ETF. O produto foi lançado em abril de 2019 pela Roundhill Investments.

A sua composição é um pouco diferente em relação ao HERO, baseando-se no Roundhill Bitkarft Esports Index, que exige uma capitalização de 150 milhões de dólares e uma liquidez diária média de um milhão de dólares ao longo dos últimos seis meses.

Essa ferramenta divide as companhias em três grupos principais: "pure-play", "core" e "non-core". Além disso, os ativos possuem pesos diferentes dentro do índice.

O ETF NERD, com base nesses critérios, permite uma ampla exposição geográfica a empresas do setor de jogos eletrônicos. É o caso de países como Estados Unidos, Hong Kong, China, Coréia do Sul, Taiwan, Suécia, Japão e França, por exemplo.

Trend eSports

Os dois produtos anteriores estão entre os destaques do setor de ETF de e-sports. Contudo, são listados em bolsas de valores internacionais. Se você não tem acesso a esses produtos globais, a alternativa nacional é o Trend E-sports.

O produto foi lançado pela XP Investimentos em 2021 e tem como objetivo replicar a carteira do ETF HERO. A taxa de administração é de 0,5% ao ano e a aplicação mínima foi definida em R$100.

Por ser um fundo novo, ainda não há histórico de rentabilidade, mas ela será próxima ao HERO. Logicamente que haverá uma perda de valor em relação ao investimento direto em função da taxa de administração.

Vale a pena investir em ETF de e-sports?

Afinal, diante de tudo que vimos ao longo do artigo, será que vale a pena investir em ETF de e-sports? A princípio, a resposta é positiva. Estamos falando de um mercado com alto potencial de crescimento e que ainda está em desenvolvimento.

Um problema que temos ao investir em ETFs é que não há um filtro sobre os melhores ativos. Ou seja, você terá uma ótima diversificação de companhias do setor de jogos eletrônicos, mas não poderá selecionar aquelas com maior potencial.

No entanto, por ser de um segmento muito específico, esse ETF não é tão genérico — ao contrário do que acontece, por exemplo, ao investir no BOVA11, considerando que a replicação do Ibovespa não aplica sequer uma seleção setorial.

Além disso, as empresas que compõem o segmento de e-sports são internacionais. Portanto, ao investir em um ETF da categoria, você obtém uma diversificação global e uma exposição ao câmbio estrangeiro. Trata-se, portanto, de uma boa oportunidade de diversificação, desde que respeitando os seus objetivos financeiros, compreendendo os riscos envolvidos e o seu perfil de investidor.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.
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