Veja em quais ativos a SVN posicionou suas carteiras para enfrentar os riscos de setembro
Em renda fixa, as posições aproveitam os juros elevados e privilegiam a liquidez; na renda variável, há commodities, utilites e papeis da economia doméstica
Embora a Bolsa de Valores brasileira, a B3, tenha se descolado do mau humor dos mercados internacionais em agosto, e subido 6,16%, há riscos relevantes que permanecem e devem ser considerados para a alocação de ativos em setembro, segundo a SVN Gestão em carta mensal para seus cotistas.
Alta dos juros e perspectiva de recessão nos Estados Unidos, inflação em alta e com possibilidade de subir ainda mais na Europa com a crise de energia, e efeitos da política de covid zero na economia chinesa são algumas das preocupações globais da SVN na gestão de suas carteiras. Por aqui, embora os dados econômicos sejam mais favoráveis, o País está às vésperas das eleições, o que pode trazer instabilidade aos mercados.
Temores globais
A sinalização mais contundente de que os juros americanos vão continuar subindo e permanecer em níveis elevados por tempo prolongado, emitida por dirigentes do Federal Reserve no Simpósio de Jackson Hole no fim de agosto, vem provocando estragos nas bolsas internacionais desde então.
O temor é de que haja recessão nos Estados Unidos com rescaldos na economia global. Ao mesmo tempo e para agravar o quadro, traz a carta, a situação na Europa segue complicada com números de inflação batendo recorde atrás de recorde e com agravamento em relação aos preços da energia às vésperas do inverno.
Na China, a continuidade da política de 'covid zero' tem afetado os números da atividade no país, além de provocar um temor adicional com forte desvalorização dos preços das commodities. "O governo procura estimular a economia com o corte de juros e novos estímulos fiscais, que tendem a aumentar com a recondução do presidente a um novo mandato", traz o documento.
Cenário doméstico
No Brasil, dados mais recentes parecem indicar que o pico da inflação ficou mesmo para trás e números mais fortes de crescimento da economia foram suficientes para uma melhora em todos os mercados locais, de juros, câmbio e bolsa.
Embora a proximidade das eleições traga riscos de instabilidades, a carta pontua que é possível notar o aumento do fluxo de investidores estrangeiros na B3.
Todos esses receios e todas essas incertezas prevalecem em setembro: "Continuamos atentos a todos esses riscos para a composição dos portfólios. Temos aproveitado os momentos de maior estresse para adicionar e balancear as posição sem perder o foco de longo prazo", afirmam os gestores da SVN.
As alocações da SVN Gestão
Em renda fixa, foi mantida a alocação em títulos públicos e privados com duration reduzida tanto na prefixada como na indexada à inflação com juros reais bem atrativos, acima de 5,5%. Para a renda fixa pós-fixada foram adicionados papeis de bancos em CDI, com bons prêmios e excelente risco de crédito.
As posições em títulos prefixados foram mantidas pelo fato de os gestores acreditarem que o ciclo de alta dos juros está encerrado. Foram igualmente preservadas as alocações de alta liquidez para novas oportunidades de mercado e em títulos referenciados CDI e com liquidez diária
Em renda variável, a carteira se mantém equilibrada ainda com commodities, utilities e inclusão de alguns cases ligados à economia doméstica.