Fundos de Investimentos

Em maio, fundos de investimento têm a pior captação de 2022

Segundo dados da Anbima, saldo dos fundos de investimento está negativo em R$ 64 bilhões

Data de publicação:08/06/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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A indústria de fundos de investimento passou por forte sangria de recursos em maio. O volume total de saída líquida (captações menos resgates), na soma das diversas classes de ativos, chegou a R$ 64 bilhões, segundo dados da Anbima, a associação das empresas de mercado financeiro.

O resultado negativo no mês reduziu o saldo de captação líquida no ano de R$ 94 bilhões, até abril, para R$ 30 bilhões, no fim de maio. Bastante abaixo do saldo de R$ 206,1 bilhões acumulado em igual período de 2021.

Fundo de investimento: captação em maio foi a pior do ano - Foto: Reprodução

O volume de resgates superior ao de captações em maio interrompeu também quatro meses de saldo líquido mensal positivo. Lideraram os resgates que levaram ao resultado negativo as três das três principais classes de ativos: fundos de renda fixa, multimercado e de ações.

Fundos de investimento de renda fixa

Dados da Anbima apontam que a renda fixa foi a que mais contribuiu com o resultado negativo, em captação, em maio.

Essa classe liderou, com saída de R$ 22,3 bilhões no mês, como consequência de movimentações de apenas dois fundos do tipo simples e duração baixa soberano.

Apesar da forte saída de recursos em maio, a renda fixa acumula captação líquida positiva de R$ 98 bilhões em 2022. Um saldo que reflete, segundo a Anbima, a atratividade do segmento com a política de juros altos.

Fundos de investimento de multimercado

Os multimercado tiveram saída líquida de R$ 12,2 bilhões em maio, o que ampliou o saldo negativo acumulado no ano para R$ 55 bilhões. A forte volatilidade nos mercados e a inversão de trajetória de ativos de risco, como ações e dólar, estão contribuindo para a saída de multimercado.

A classe ações registrou captação líquida negativa de R$ 9,4 bilhões. Desse total, a maior parcela, ou R$ 4,7 bilhões, representou saída de recursos pelo tipo ações livre – que não tem compromisso com uma estratégia específica. A saída líquida no ano, até maio, é de R$ 47,4 bilhões.

A classe ações é a que mais tem perdido competitividade, em relação à renda fixa, sob o efeito da elevação dos juros. A classe completou cinco meses de captação mensal negativa no ano e o patrimônio líquido encolheu 11,6% no período.

Os fundos mais rentáveis das classes

Na classe renda fixa, o que mais bem performou, segundo a Anbima, foi o tipo duração alta grau de investimento, com 1,27%. Nos multimercado, o tipo multimercado balanceado entregou retorno de 1,55%.

Nas ações, o tipo monoações, cuja estratégia é investir em ações de apenas uma empresa, proporcionou rendimento de 6,20%.

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Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.