Em ata, Fed sinaliza alta de juros de 50 ou 75 pontos-base na próxima reunião
Nível de incerteza é alto sobre perspectiva econômica e política monetária, diz documento
Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) consideram uma elevação de juros de 50 ou 75 pontos-base como "apropriada" na próxima reunião de política monetária, de acordo com a ata do Fed da reunião anterior, publicada nesta quarta-feira, 6. O documento mostra que, na avaliação dos dirigentes, o quadro econômico, com inflação bem acima da meta de 2%, exige uma "postura restrita" na política monetária.
Os dirigentes admitem que o aperto monetário pode reduzir o ritmo do crescimento da atividade "por um tempo", mas consideram "crucial" que a inflação retorne à meta, a fim de que se possa conseguir máximo emprego "em uma base sustentada".
Ao avaliar o quadro recente nos mercados, o Fed aponta que a trajetória implícita para os juros nos EUA avançou também nos horizontes mais longos. "Os participantes do mercado notaram incerteza elevada sobre a perspectiva econômica e da política monetária", afirma ainda a ata.
Consumo segue robusto com mercado de trabalho apertado
Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) avaliam também que, segundo indicadores recentes, o Produto Interno Bruto (PIB) estava crescendo nos Estados Unidos no segundo trimestre, com o consumo "seguindo forte".
Em geral, eles veem ainda uma desaceleração aparente nos investimentos em ativos fixos da empresa, bem como uma perda de fôlego no setor imobiliário. Esta última reflete uma "forte alta" nos juros para hipotecas no país, aponta a ata.
A atividade "parece ter ganhado fôlego", acreditam os dirigentes, após a perda de fôlego vista no primeiro trimestre. Os ganhos de empregos, por sua vez, têm sido "robustos" nos últimos meses, com a taxa de desemprego mantendo-se "baixa".
A ata lembra que, a partir de suas avaliações, os dirigentes revisaram em baixa suas projeções para o crescimento do PIB dos EUA neste ano, como já publicado anteriormente nas projeções atualizadas do Fed.
Para os dirigentes, problemas atuais nas cadeias de produção e condições financeiras "mais restritas" afetam o quadro. Os dirigentes veem ainda "desequilíbrio entre oferta e demanda em uma série de mercados", o que contribui para a pressão de alta sobre a inflação. /Agência Estado