Dólar opera em baixa e chega R$ 5,47 com valorização das commodities
Petróleo e minério de ferro em alta aumentam apetite à riscos dos invetsidores
Depois de fechar em alta na véspera, o dólar voltou a fechar em baixa nesta quarta-feira, 19. A moeda americana recuou 2,30%, cotada a R$ 5,44, menor patamar desde 11 de novembro de 2021. A queda neste pregão reflete o maior apetite por riscos dos investidores estrangeiros e, também, o alívio na curva de juros futuros americana, enquanto as expectativas são de uma Selic, taxa básica de juros, na casa dos dois dígitos durante todo o ano no Brasil.
O economista da Valor Investimentos, Piter Carvalho, explica que esse maior apetite por ativos de risco é influenciado, sobretudo, pelo movimento de alta observado nas commodities nos últimos dias, principalmente o petróleo e o minério de ferro, o que favorece ações de empresas exportadoras desses produtos, caso da Vale e da Petrobras, as duas companhias com maior peso na composição da carteira da Bolsa de Valores brasileira.
Com mais dólares entrando no mercado acionário e maior oferta da moeda no País, o real, ganha força e se valoriza frente o dólar. Cristiane Quartarolli, economista e especialista em câmbio do Banco Ourinvest, pontua que "o comportamento das empresas ligadas às commodities, que têm mostrado valorização nos últimos dias, contribuiu para aumentar o fluxo de dólar que circula no mundo, o que é benéfico para o comportamento das moedas emergentes".
Dólar X Moedas de divisas emergentes
Às 13h30, a moeda americana registrava as seguintes variações frente as moedas de outras divisas emergentes:
- Turquia: dólar caía 0,93%
- China: dólar caía 0,13%
- Rússia: dólar caía 0,63%
- Ucrânia: dólar caía 0,20%
- África do Sul: dólar caía 1,42%
Por que o preço das commodities está em alta nos mercados internacionais?
Os contratos futuros de minério de ferro negociados em Qingdao, na China, avançaram 2,80% neste pregão, enquanto os contratos de petróleo do tipo brent com vencimento para março de 2022 subiam 1,49%, às 13h38. As commodities vivem esse movimento de alta com a crescente perspectiva do mercado de que a demanda global por esses produtos deve seguir bastante elevada, enquanto a oferta ainda não foi totalmente normalizada.
Além disso, conflitos geopolíticos entre a Ucrânia e a Rússia, locais onde há grandes reservas de petróleo e gás natural, causam um maior receio entre analistas e investidores de que a oferta desses produtos pode ser comprometida, o que contribui para a elevação do preço do petróleo, que, por sua vez, acaba puxando uma valorização em cadeia de outras commodities.