Dólar desvaloriza 3,49% em abril, com aprovação do Orçamento; no ano mantém alta de 4,7%
O dólar fechou abril com desvalorização de 3,49%, a primeira queda mensal no ano. A arrancada de última hora nesta sexta-feira, 30, quando avançou 1,79% em…
O dólar fechou abril com desvalorização de 3,49%, a primeira queda mensal no ano. A arrancada de última hora nesta sexta-feira, 30, quando avançou 1,79% em um só dia, não foi suficiente para o que o dólar compensasse as perdas que veio acumulando ao logo do mês. Começou abril vendido por R$ 5,63 e chega ao fim dele valendo R$ 5,43.
No ano, a moeda norte-americana apresenta uma valorização de 4,70%. Em 12 meses, queda de 0,12%.
A escalada do dólar nesta sexta-feira, de acordo com especialistas, teria sido consequência da disputa entre os investidores que vinham apostando na alta e os que vinham acreditando na queda das cotações. Ontem foi o dia em que houve a definição da cotação média, a Ptax, para o acerto de contas entre esses investidores. A repentina fraqueza do dólar no mês teria surpreendido os que ganhavam com a alta e tiveram que comprar dólares na última hora para cobrir suas posições, pressionando os preços.
Um dos fatores que tiraram a sustentação do dólar em abril, de acordo com os especialistas, foi a redução do estresse fiscal, após a aprovação do Orçamento 2021 com vetos a medidas que poderiam furar o teto de gastos e agravar as contas públicas.
A elevação da taxa básica de juros, a Selic, de 2% para 2,75% ao ano, em março, também contribuiu para tirar a pressão sobre o dólar. A inflação que caminhava com redobrado fôlego acentuava o risco País, que, por sua vez, pressionava o dólar e puxava para cima a inflação. A firme decisão do Banco Central de elevar os juros para conter a inflação aliviou um pouco a expectativa negativa dos mercados.
Tanto as incertezas derivadas da falta de solução do impasse em relação ao Orçamento quanto o aumento de risco com o cenário de aceleração inflacionária e juros baixos vinham dando gás à alta do dólar. Investidores mais ressabiados passaram a procurar proteção para seu patrimônio no câmbio, que já vem pressionado, pelos mesmos motivos, pelo movimento de retirada de capital do País pelos investidores estrangeiros.
Ademais, o dólar passou por desvalorização global ao longo de abril, o que ajudou a baixa das cotações domésticas. Ainda assim, as moedas emergentes com economias pares com o Brasil sustentam uma valorização mais acentuada que o real no ano, até abril.