Economia

Brasil encerrou 2021 com um recorde de 76,3% das famílias endividadas, diz CNC

Principal dívida foi no cartão de crédito

Data de publicação:18/01/2022 às 01:25 - Atualizado um ano atrás
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A proporção de brasileiros endividados encerrou o ano de 2021 em patamar recorde, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em dezembro, 76,3% das famílias possuíam dívidas, maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2010, de acordo com os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira, 18.

Na média do ano, 70,9% das famílias estavam endividadas, um aumento de 4,4 pontos porcentuais em relação aos 66,5% registrados na média de 2020.

Foto: Guilherme Santos/Sul21

"A taxa de incremento de famílias com dívidas também foi a maior já observada, revelando que as famílias recorreram mais ao crédito para sustentar o consumo".

CNC, em nota à imprensa

Quais são as dívidas das famílias?

A pesquisa da CNC considera como dívidas:

  • As contas a pagar em cartão de crédito;
  • Cheque especial;
  • Cheque pré-datado;
  • Crédito consignado;
  • Crédito pessoal;
  • Carnês;
  • Financiamento de carro;
  • Financiamento de casa, entre outras modalidades.

Dívidas das famílias X Inadimplência

Embora o endividamento tenha aumentado, houve pequena redução na inadimplência em 2021. O porcentual de famílias com contas ou dívidas em atraso diminuiu 0,3 ponto porcentual, de uma média de 25,5% em 2020 para 25,2% no ano passado. No mês de dezembro, porém, o total de inadimplentes foi mais elevado: 26,2%.

"Após iniciar 2021 em patamar superior ao observado no fim de 2020, o indicador reduziu-se até maio, mas passou a apresentar tendência de alta desde então, encerrando o ano em 26,2% das famílias, acima da média anual. Apesar de a proporção de famílias com contas/dívidas atrasadas ter acirrado no último trimestre do ano, vale notar que o máximo já observado no percentual do indicador ocorreu em agosto de 2020, quando alcançou 26,7%".

CNC, no estudo

A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, diminuiu de 11,0% na média de 2020 para 10,5% em 2021. No mês de dezembro, essa fatia de consumidores que permaneceriam inadimplentes era de 10%.

Perspectivas para 2022

Os números indicam que, ainda que em condições financeiras mais difíceis, os consumidores conseguiram quitar seus compromissos financeiros, mas a tendência é de alta na inadimplência neste início de 2022, avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC.

"Os consumidores seguirão enfrentando os mesmos desafios financeiros da segunda metade de 2021, principalmente inflação, juros elevados e mercado de trabalho formal ainda frágil. Soma-se a isso o vencimento de despesas típicas do primeiro trimestre, que deverá apertar ainda mais os orçamentos domésticos neste período", justificou Izis Ferreira, em nota.

Principais dívidas em 2021

Tipo de dívida% de famílias que declararam ter essas dívidas
Cartão de crédito82,6%
Carnê18,1%
Financiamento de carro11,6%

Fonte: CNC

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