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Economia
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Default histórico nos EUA: entenda sobre o caso!

Que todo investimento oferece riscos talvez não seja uma novidade. No entanto, como seria se você tomasse um calote da maior economia do mundo? Pois acredite:…

Data de publicação:30/11/2021 às 16:21 -
Atualizado 2 anos atrás
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Que todo investimento oferece riscos talvez não seja uma novidade. No entanto, como seria se você tomasse um calote da maior economia do mundo? Pois acredite: esse é o assunto da vez no mercado financeiro.

Isso porque a Secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, fez fortes declarações recentemente ao Senado do país, pedindo a colaboração junto ao governo para evitar que o país fique sem recursos para pagar seus investidores.

EUA

No entanto, o quanto disso é verdade? Quais seriam os impactos na economia estadunidense de um default na dívida nacional? Como esse cenário afeta o resto da economia mundial? São muitas perguntas, mas vamos tentar responder todas a partir de agora.

O que é o default dos Estados Unidos?

No mercado financeiro, default é o termo empregado para situações nas quais o devedor de uma dívida não cumpre com o pagamento da mesma. Ou seja, é uma expressão técnica para designar o popular calote.

Assim como pessoas e empresas, um país também precisa tomar dívida para financiar as suas atividades — como a construção de estradas, inauguração de escolas, desenvolvimento de postos de saúde, entre outras operações.

Para esse objetivo, o governo deve emitir títulos de dívida que podem ser comprados pelos investidores. Assim como ocorre em outros títulos de renda fixa, há sempre uma data de vencimento para devolução do montante emprestado somado aos juros acordados.

Acontece que, na data de vencimento, pode acontecer de um país estar sem recursos para o pagamento dos seus investidores. É verdade que o governo pode simplesmente emitir papel-moeda, mas não sem afetar gravemente sua economia. Em um cenário extremo, não resta outra opção: declarar o default aos seus investidores.

Por que os Estados Unidos correm risco de default?

Tudo isso que falamos até aqui talvez não seja uma grande novidade. Afinal, não seria a primeira vez que o país deixaria de pagar os seus investidores. Grécia, Argentina, México, Equador e até mesmo o Brasil já passaram por situação similar no passado.

No entanto, não se trata de uma situação qualquer, mas sim da principal economia mundial. E o que levou uma potência econômica ao risco de default? Em primeiro lugar, não podemos nos esquecer da pandemia que o mundo atravessa. Assim como muitos outros países, o governo estadunidense precisou investir em auxílio emergencial, algo que aumentou a sua dívida.

Além disso, Joe Biden tem programas sociais mais relevantes do que seu antecessor, Donald Trump. Embora esse seja um cenário positivo do ponto de vista humanitário, é inegável que também traz uma elevação nos gastos do governo.

Tudo isso trouxe um cenário praticamente inédito para os Estados Unidos: uma potencial falta de recursos para pagar seus investidores. Estima-se que, ainda em outubro, o governo estadunidense deixaria de honrar com suas obrigações. Para manter os pagamentos em dia, seria necessário tomar mais dívida. E o teto de gastos só pode ser suspenso com autorização formal do Congresso.

Quais os impactos econômicos de um default dos Estados Unidos?

Caso os Estados Unidos efetivamente entrem em um default e deixem de honrar sua dívida junto aos investidores, temos então um cenário de grande incerteza e com potencial de causar grandes danos à economia global.

Na sequência, vamos abordar alguns pontos importantes desse contexto econômico e os motivos pelos quais há uma grande diferença entre o calote de um país emergente e a inadimplência da nossa principal potência financeira.

Nova crise mundial

O atual momento da economia global é de recuperação. Após um ano de 2020 muito duro em função dos impactos trazidos pela pandemia da COVID-19, a retomada do consumo é um dos principais pontos que puxam os resultados financeiros.

No entanto, como sabemos, o mundo atual é altamente globalizado. E ter um default do país responsável por boa parte do PIB global afeta diretamente diversos polos econômicos.

Segundo já expressou a própria Janet Yellen, caso realmente o calote da dívida pública dos EUA se confirme, teríamos um cenário de forte crise e recessão econômica.

O fim de uma potência econômica

O default também traria consequências severas para os Estados Unidos como nação. Considerado como o país mais seguro do mundo em termos de investimentos, esse rótulo passaria a ser questionado.

Se os estadunidenses perdem a posição de ambiente seguro, isso representa que os investidores passariam a exigir melhor remuneração para aportar seu capital no país. Em outras palavras, tomar dívida ficaria mais caro para os estadunidenses, algo bastante negativo. Seria preciso pagar mais juros para cada dólar tomado.

Impacto para países emergentes

Engana-se quem pensa que o aumento dos juros nos EUA seria ruim apenas para o governo local. O cenário adverso seria ainda pior para aqueles países considerados como emergentes.

Se os Estados Unidos oferecem uma remuneração mais alta, fica ainda mais difícil para que os países emergentes possam captar recursos dos investidores estrangeiros — afinal, os riscos são ainda maiores nesse ambiente de incerteza. É o caso do Brasil, por exemplo.

Portanto, para essas nações em desenvolvimento, o default dos EUA seria trágico e poderia travar o crescimento nos próximos anos.

O que vai acontecer com a dívida estadunidense?

O cenário de um eventual default da dívida pública dos Estados Unidos é, principalmente, político. Desde sempre há uma forte disputa entre Republicanos e Democratas no país.

Como vimos anteriormente, para a suspensão do teto de gastos defendida pela Yallen, é necessário que exista aprovação do Congresso. E, historicamente, esse mesmo movimento já foi necessário com diferentes presidentes.

No entanto, os atuais gastos do governo não foram todos consumidos pelo atual presidente, Joe Biden. Há uma boa parcela do seu antecessor, Donald Trump.

Desta forma — e considerando ainda a potencial crise financeira que uma decisão negativa pode trazer para o próprio país —, a tendência é que um acordo seja feito, permitindo a quebra do teto de gastos de maneira pontual.

Prova disso é que no último dia 8 de outubro, o Senado dos Estados Unidos aprovou a elevação dos gastos. O projeto é provisório, com vencimento para dezembro e ainda depende de aprovação dos Deputados. Ainda assim, é uma clara demonstração de que, apesar das diferenças políticas, os partidos devem priorizar a saúde econômica do país em detrimento aos interesses pessoais.

Como eu posso me proteger de um eventual default dos Estados Unidos?

E se o pior acontecer e os Estados Unidos, de fato, deixarem de pagar os seus investidores? Infelizmente, há pouco a fazer para se proteger dessa situação.

Como a economia global tem uma alta relação com os EUA, um calote do governo estadunidense traria consequências para todos os demais países. O que você pode é mitigar o risco por meio da diversificação tanto da classe de ativos, como da geografia.

No entanto, como vimos ao longo do texto, o default ainda é uma possibilidade remota. Historicamente, afinal, os políticos tomam decisões que visam a proteção do país. E, ao menos em tese, é o que deve acontecer novamente.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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