Economia

Copom reforça preocupação fiscal e possibilidade de mudar rumo da política monetária, mostra ata

As projeções de inflação do Copom situam-se em 6,0% para 2022, 5,0% para 2023 e 3,0% para 2024

Data de publicação:13/12/2022 às 12:31 - Atualizado um ano atrás
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A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira, 13, revelou que o Banco Central segue com o risco fiscal no radar. A expansão de gastos da PEC da Transição e suas consequências requerem serenidade sobre os riscos de inflação, de acordo com o comunicado.

A autarquia também afirma o compromisso em se manter vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros, a Selic, por período prolongado será suficiente para convergir a inflação. 
 

Copom afirma que rumos da política monetária podem mudar | Foto: Reprodução

"O Comitê se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação. (...) O Comitê enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado", diz a ata.

O Copom citou o preço do petróleo, que “segue aproximadamente a curva futura pelos próximos seis meses e passa a aumentar 2% ao ano posteriormente” e afirmou que existe a hipótese de adotar a banteira tarifária “verde” em dezembro deste ano e “amarela” em dezembro de 2023 e 2024. “Nesse cenário, as projeções de inflação do Copom situam-se em 6,0% para 2022, 5,0% para 2023 e 3,0% para 2024”, afirma o comunicado.

Ainda de acordo com o BC, a projeção da inflação de doze meses no segundo trimestre de 2024, seguindo a trajetória de juros do Relatório Focus segue compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. 

"O risco inflacionário por conta de um fiscal mais frouxo com certeza vai trazer problemas inflacionários e provavelmente o BC vai atuar em cima da resposta dos preços em função dessa política expansionista. Fica muito claro na ata o destaque para as preocupações em relação ao fiscal e expectativas para 2023 e 2024, a desancoragem das expectativas no que diz respeito à inflação para os próximos anos. Esses são pontos importantes que têm dado ênfase. O mercado já esperava esse tom mais duro com relação à condução da política monetária, já que temos um fiscal em deterioração."

Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed

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Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno