Fundos de Investimentos

Conheça os três fundos de ações que ainda estão no azul em 2022 e o que eles têm em suas carteiras

Em comum, o portfólio deles é formado por empresas que são boas pagadoras de dividendos

Data de publicação:15/07/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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A vida de gestores, e de investidores, de fundos de ações não está nada fácil no ambiente de turbulências crescentes. Ao contrário, em 2022, somente três fundos de ações estão no azul e não se sabe por quanto tempo, com as recentes e sucessivas quedas da Bolsa de Valores, a B3. Eles têm um ponto em comum: retorno de dividendos.

O cenário à frente é visto como desafiador, sobretudo pelos riscos que se põem no caminho: inflação disseminada em escala global, juros em alta pelo mundo e o fantasma maior, a perspectiva de uma recessão.

Queda forte da Bolsa em junho levou muitos fundos de ações para o vermelho - Foto: Reprodução

Vários fundos que vinham performando bem no ano ficaram pelo caminho e caíram no terreno negativo. Principalmente em junho, quando a bolsa de valores sucumbiu com mais força.

Fundos de ações defensivos

Os três fundos que continuam com resultado positivo no ano têm sido bem sucedidos com uma estratégia mais defensiva, de proteção da carteira. Sua gestão mira papeis de empresas sólidas e boas pagadoras de dividendos.

O Brasil Plural Dividendos FIA é o que está mais bem posicionado no ranking de rentabilidade. No ano, até 12 de julho, acumula uma rentabilidade de 6,72%. O Ibovespa contabiliza desvalorização de 5,44% no mesmo período.

O gestor do Bradesco H FIA Dividendos também tem tido sucesso em estratégia que aposta em ações de companhias que distribuem resultados. Sua rentabilidade no ano está em 3,04%.

O Safra Selection FIC FIA, que investe em cotas de um fundo master, também focado em papeis de empresas distribuidoras de dividendos, acumula uma rentabilidade de 2,06% no ano, até 12 de julho.   

Abrindo a carteira dos três

O gráfico abaixo foi feito com o 'Comparador de Ativos' da Mais Retorno, e a composição das carteiras a partir das lâminas de 'Ranking de Fundos'.

Fonte: Mais Retorno

Brasil Plural Dividendos FIA

O fundo tem 85,40% dos recursos da carteira investidos em ações e 7,13% em certificado ou recibo de depósito de valores mobiliários. Um portfólio pulverizado alocado em papeis de um grupo diversificado de empresas, de vários setores, avaliadas como boas pagadoras de dividendos.

A parcela maior, 10,18%, está investida em papeis da mineradora Vale (VALE3), 7,09% em Petrobras (PETR4), 5,79% em Itaú Unibanco (ITUB4), 5,48% em Telefônica Brasil (VIVT3), 5,36% em Itausa S/A (ITSA4), 5,10% em Banco Bradesco (BBDC4), 4,94% em Petrobras (PETR3), 4,87% em BB Seguridade (BBSE3), 4,02% em Engie Brasil (EGIE3), 3,82% em CTEEP Cia Transm Energia Eletr Paulista (TRPL4). E dezenas de outras empresas.

O Brasil Plural Dividendos conta com patrimônio de R$ 35,03 milhões e 2,28 mil cotistas. O fundo não exige valor mínimo de aplicação e cobra uma taxa de administração de até 2% ao ano. Não há taxa de performance.

Bradesco H FIA Dividendos

O fundo investe 90,63% dos recursos da carteira em ações e 6,33% em certificado ou recibo de depósito de valores mobiliários.

O portfólio pulverizado em ações está distribuído preponderantemente em ações de empresas que distribuem resultados aos acionistas.

A parcela maior dos recursos, 5,87%, está investida em Telefônica Brasil (VIVT3), 4,47% em CTEEP Cia Transm Energia Eletr Paulista (TRPL4), 3,98% em Banco Brasdesco (BBDC4), 3,87% em Banco Bradesco (BBDC3), 3,61% em BB Seguridade (BBSE3), 3,59% em Itausa S/A (ITSA4), 3,58% em Bradespar S/A (BRAP4), 3,24% em Banco do Brasil (BBAS3), 3,16% em Companhia Energética de Minas Gerais (CMIG4), 3,13% em Itaú Unibanco (ITUB3), 3,03% em Eletrobras (ELET6), 2,94% em Itaú Unibanco (ITUB4). E parcelas menores da carteira em outras dezenas de empresas.

O Bradesco H FIA Dividendos tem patrimônio de R$ 38,35 milhões e 309 cotistas. O valor mínimo para aplicação inicial é R$ 1 mil e o de resgate mínimo, R$ 100. A taxa de administração é 1% ao ano, sem performance.

Safra Selection FIC FIA

O fundo, um FIC (fundo de investimento em cotas), aplica 97,62% dos recursos em cotas de outro fundo da casa, o Safra Dividendos FIA.

O Safra Dividendos, fundo-mãe responsável pela rentabilidade do Safra Selection, investe, nas maiores posições, 86% dos recursos da carteira em ações, 9,63% em certificado ou recibo de depósito de valores mobiliários e 2,06% em debêntures.

Da parcela em ações, 5,76% estão investidos em Banco Bradesco (BBDC4), 4,09% em Itaú Unibanco (ITUB4), 3,65% em Eletrobras (ELET3), 3,42% em Eletrobras (ELET6), 3,15% em CTEEP Cia Transm Energia Eletr Paulista (TRPL4), 2,88% em Grupo CCR (CCRO3), 2,71% em Bradespar SA (BRAP4), 2,46% em Banco do Brasil (BBAS3), 2,42% em Companhia Energética de Minas Gerais (CMIG4). E mais parcelas em dezenas de outras empresas.

O Safra Selection FIC FIA tem patrimônio de R$ 118,86 milhões e 1,34 mil cotistas. O valor mínimo exigido na aplicação inicial é R$ 1 mil e o de permanência, R$ 100. A taxa de administração é 3,50% ao ano.

Dividendos sustentam performance dos três fundos de ações

Os três fundos que resistem com performance positiva no ano têm como ponto comum uma gestão que mira ações de companhias distribuidoras de dividendos. Uma estratégia que leva à formatação de carteiras quase padronizadas, formadas praticamente pelos mesmos papeis, e tem se mostrado bem sucedida em um ambiente de elevada turbulência e instabilidade.

Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.