Fundos de Investimentos

Ranking: conheça os 9 fundos de renda fixa que pagam bem mais que o CDI

O rendimento de todos eles no primeiro semestre superou a inflação do período

Data de publicação:15/07/2021 às 05:00 - Atualizado 3 anos atrás
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Aqui vai um serviço exclusivo ao investidor: usando a base de dados da Mais Retorno, garimpamos, e selecionamos os 9 fundos de renda fixa mais rentáveis no primeiro semestre de 2021, abertos ao público, e com mais de 70 cotistas.

Colocamos um holofote sobre os resultados para que fosse possível identificar e conhecer opções que pagam bem mais que a média dos fundos de renda fixa, mais que as opções tradicionais coladas ao DI, e que superam a inflação.

O resultado desses fundos acaba com a percepção de que a renda fixa está negativa em função do juro baixo, porque a remuneração proporcionada não só protegeu o dinheiro das perdas para a inflação como pagou ganhos reais.

No período de janeiro a junho deste ano, a inflação acumulada pelo IPCA ficou em 3,77%, e tomando como base o resultado desses 9 fundos, o ganho real chegou a 2,19%, no fundo do Itaú. Em relação ao DI, que é referência para a remuneração da renda fixa e ficou em 1,28% no mesmo período, a diferença se amplia e chega a ser de 4,17% em relação ao mesmo fundo.

Diferenciais dos fundos de renda fixa campeões

E como esses fundos conseguem se destacar e ter um rendimento tão diferenciado, se todos são de renda fixa?

A resposta está na composição da carteira, que aceita desde os papeis mais populares e conhecidos de renda fixa, como CDB e LC, aos papeis de crédito, como as debêntures e Letras Financeiras, passando ainda por aplicações indexadas ao mercado de juro futuro. O diferencial está também na estratégia adotada pelos gestores dos fundos, se com atuação mais dinâmica, ou mais passiva.

Os papeis de crédito geralmente são de prazos mais longos e, embora de renda fixa, oferecem risco, o de inadimplência. E por essas duas condições também tendem a render mais. Um dos desafios do gestor é o de selecionar emissores de solidez e com boa reputação no mercado para reduzir esse risco.

O título de crédito privado mais cobiçado pelo mercado para os fundos é a debênture, emitida por empresas que precisam se financiar. Dentro dessa classe, existem as debêntures incentivadas, com benefício fiscal, isentas de imposto de renda. Elas também não contam com a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito. Mas o sucesso nos resultados também está ligado a posicionamentos no mercado futuro, como é o caso do fundo com a rentabilidade mais alta no semestre.

ITAÚ PRIVATE RF VENDIDO IDKA 3 FIC FI

O campeão é um fundo da Itaú Asset, indexado ao IDKA da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o Índice de Duração Constante. Ele reflete um conjunto de índices, que medem o comportamento de carteiras sintéticas de títulos públicos federais com prazo constante.

Para acompanhá-lo, os gestores mantêm uma posição vendida na curva de juros futuros, que equivale a uma posição comprada em taxa de juros, com “duration” constante em 3 anos. Essa estratégia permite se beneficiar de movimento de alta no nível das taxas de juros prefixadas nesse prazo.

O seu rendimento de 6,04%, de janeiro a junho deste ano, supera a poupança, que pagou 0,83% no mesmo período, com vantagem de 5,17%. São números que não deixam dúvidas sobre o que investidor pode estar deixando de ganhar ao permanecer em aplicações mais tradicionais. Sem sair do reduto mais seguro da renda fixa é possível remunerar melhor o patrimônio.

A aplicação mínima na Itaú Private RF Vendido é de R$ 5 mil, a taxa de administração é de 0,35% ao ano, e o crédito do resgate é feito no dia seguinte ao da solicitação.

CAPITÂNIA FIC INCENTIVADOS INVESTIMENTOS INFRAESTRUTURA

Na segunda colocação, vem o fundo da Capitânia Investimentos, formado por debêntures incentivadas do setor de infraestrutura com prazos de 5 a 8 anos, com isenção de imposto. São papeis com oferta restrita, com a participação de poucos players, que não chegam ao público em geral.

Carlos Simonetti, responsável por Produtos e Relacionamento com o Investidor da Capitânia, diz que um primeiro diferencial do fundo é justamente esse, o de ter acesso a esses papeis mais rentáveis. Mas, para alcançar a boa performance, ele explica que o forte mesmo da gestão é se basear em uma prospecção ativa dos títulos, sempre em busca de boas oportunidades na compra dos papeis.

Outra característica e pilar da gestão é o giro constante da carteira: “Não giro por girar, mas quando um papel atingiu o preço-alvo, ou quando vendo para comprar outro com um pouco mais taxa ou com crédito melhor”, diz o executivo.

No Capitânia FIC Incentivados, a aplicação mínima inicial e movimentações seguintes são de R$ 1 mil, a taxa de administração mínima é de 0,90% ao ano, e o resgate é feito em D+90, em dias corridos, um prazo necessário para estabilidade do fundo dada a natureza dos ativos.

BTG PACTUAL DEBÊNTURES INCENTIVADAS FIC INCENTIVADOS INVESTIMENTO INFRAESTRUTURA

O terceiro colocado também é um fundo de crédito privado, formado igualmente por debêntures incentivadas do setor de infraestrutura, com isenção fiscal tanto no papel como nos rendimentos pagos pelos fundos.

Eduardo Arraes, Head de Crédito da BTG Pactual Asset, explica que a dinâmica da gestão consiste na seleção e diversificação dos projetos que dão lastro aos papeis, de modo a reduzir o risco: “O risco de crédito nas debêntures é bem baixo”, pontua o executivo. “As operações têm perfil conservador, estão ligadas a grandes empresas, com fluxss favoráveis e bons fundamentos.”

A troca de papeis antes de seu vencimento é outra estratégia adotada pela gestão.

“Não compramos o papel para levar até o seu vencimento, o foco não é levar a operação de 10 anos, por exemplo, até o fim. Compramos na oferta primária e negociamos no mercado secundário, que está com maior liquidez, para reciclar a carteira”, explica Arraes.

Há outros ingredientes que estão por trás do desempenho do BTG Pactual Debêntures Incentivadas: as debêntures atreladas ao IPCA ofereceram hedge de inflação, eliminando impactos trazidos pela alta dos preços; outro vetor de ganho está relacionado à rápida identificação de momentos oportunos de compra e venda de ativos em meio à volatilidade.

ARX Everest FIC FIRF CP

Esse fundo exige aplicação mínima de R$ 50 mil, mas é para investidores qualificados, com aplicações a partir de R$ 1 milhão no mercado financeiro, a taxa de administração mínima é de 0,7% ao ano, e o crédito do resgate acontece em D+60.

SPARTA DEBENTURES INCENTIVADAS FI RF CP

O fundo é aberto ao público em geral, exige aplicação mínima inicial de R$ 1 mil, movimentações seguintes e saldo remanescente em conta de R$ 100, cobra taxa de administração de 0,80% ao ano, e credita o resgate em D+32.

ARX Vinson FIC FIRF CP

O fundo é aberto para o público em geral, com aplicação mínima inicial e movimentações seguintes a partir de R$ 1 mil, a taxa de administração mínima é de 0,5% ao ano, e o crédito do resgate é feito em D+30.

MAGNETIS DEBÊNTURES INCENTIVADAS FIC FI INFRA RF

Esse fundo não exige aplicação mínima inicial, cobra uma taxa de 0,3% ao ano, e faz o crédito do resgate em D+32

CAPITANIA PREMIUM FIC DE FIRF CP LP

O fundo exige aplicação mínima inicial, movimentações seguintes e saldo mínimo remanescente de R$ 1 mil, a taxa de administração é de 0,55% ao ano, a taxa de performance é de 15% ao ano, e o crédito do resgate é feito em D+45.

SANTANDER INCENTIVADO INFRAESTRUTURA CDI

O fundo exige aplicação mínima de R$ 100 e cobra taxa de administração de 1%.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.