Conheça as mudanças no Imposto de Renda que impactam no seu bolso
Mudanças no IR poderão ser discutidas dentro de reforma tributária mais ampla
Embora esteja nesse momento com muitas resistências dos parlamentares para caminhar no Congresso, o projeto do novo Imposto de Renda passou por várias alterações até chegar em sua versão atual. Mais do que isso, o Senado pretende agora inserir essas mudanças dentro de uma reforma tributária mais ampla.
Alguns pontos do IR foram amenizados para pequenas e médias empresas e também para as que são regidas pelo Simples na tributação de lucros e dividendos. Mas há restrições à Pessoa Física e às empresas que estão travando o andamento da reforma.
A votação em regime de urgência, que deveria ter ocorrido nesta quarta-feira, 11, não avançou e corre o risco de continuar emperrada por algum tempo, ou apreciada dentro de um conjunto de medidas, como deve sugerir o Senado.
Alterações do Imposto de Renda para as Pessoas Físicas
A correção no limite de isenção e nas demais faixas de tributação tende a beneficiar as pessoas físicas: mais contribuintes tendem a ficar livres de imposto, ou a cair em alíquotas mais baixas.
Esse limite de isenção, que está em R$ 1.903,98, passa para R$ 2.500 com o novo projeto, elevando também as faixas de tributação em toda a cadeia na tabela progressiva. Mudanças que facilmente conseguem o aval do Congresso por beneficiar os contribuintes.
No entanto, e reforma traz restrições para o uso da declaração simplificada: somente quem ganha até o equivalente a 40 salários mínimos por ano, ou R$ 3.333 por mês, vai continuar com a possibilidade de se valer do desconto padrão e automático de 20% sobre a renda percebida no ano, ao calcular o imposto na declaração.
Quem recebe acima desses valores terá, obrigatoriamente, de fazer a declaração pelo modelo completo, em que só será possível deduzir as despesas que puderem ser comprovadas por meio de recibos. Segundo especialistas, a mudança vai atingir especialmente os mais jovens que ganham acima de R$ 3.300 por mês, mas não tem despesas com saúde, educação ou dependente para poder reduzir a carga tributária.
Lucros e dividendos
Esse é um dos pontos polêmicos e que atrapalham a aprovação das mudanças do IR. O outro é com relação à tributação de lucros e dividendos distribuídos pelas empresas a seus acionistas, que hoje são isentos e passarão a ter um imposto de 20%.
Como a tributação vai acontecer no momento da distribuição dos proventos, haverá um incentivo à retenção e a reinvestimentos desses recursos dentro da própria empresa, quando passam a ficar livres de imposto.
Para pequenas e médias empresas, haverá incidência de imposto para distribuição de lucros e dividendos em total acima de R$ 20 mil.
As empresas tributadas pelo lucro real ou presumido perderam o incentivo fiscal no repasse de Juros sobre Capital Próprio (JCP) aos acionistas, que será extinto. E para as empresas regidas pelo “Simples”, a isenção vai continuar.
Como ficam as mudanças
Veja os principais pontos que estão contemplados na atual versão do projeto:
- Correção de 31% no limite de isenção e faixas de tributação na tabela de imposto da Pessoa Física
- Uso da declaração simplificada para quem ganha até R$ 40 mil por ano
- Redução de 15% para 6,5% na alíquota do IRPJ em 202, e para 5,5% em 2023
- Redução de CSLL de 9% para 7,5%
- Tributação de 20% em lucros e dividendos
- Isenção de imposto sobre lucros e dividendos para empresas regidas pelo Simples e na distribuição de até R$ 20 mil nas empresas de médio e pequeno porte
- Extinção no mecanismo de Juros sobre Capital Próprio (JCP)
- Isenção de IR sobre dividendos de incorporação imobiliária
- Dividendos pagos a fundos de investimento e de ações de curto prazo terão imposto de 5,88% na fonte e de 20% no resgate