Como a sequência de Fibonacci pode te ajudar nos investimentos?

A Análise Técnica é um setor da economia que envolve teorias importantes dentro do mercado financeiro, com vários indicadores e ferramentas que são capazes de medir e projetar os movimentos dos preços. Nessas horas, a matemática e a estatística acabam sendo uma grande aliada dos investidores.

E é então que entra uma das ferramentas mais populares, a queridinha dos operadores em plataformas de trading: a sequência de Fibonacci.

De forma prática, é um mecanismo aplicado para tentar visualizar o próximo movimento do mercado, sendo muito útil e versátil em várias áreas, principalmente em finanças e investimentos.

Ao seguir os padrões naturais dessa sequência, é possível encontrar oportunidades de aplicações mais eficientes. Além de usar a extensão de Fibonacci para ajudar a identificar pontos de entrada e saída no mercado com maior precisão.

Vale a pena estudar mais sobre essa ferramenta matemática e descobrir como aplicá-la em seus investimentos. O que acha de conhecer um pouco mais sobre isso?

Entenda o que é a sequência de Fibonacci

Sendo uma das mais famosas no mundo das exatas, a sequência de Fibonacci foi desenvolvida pelo matemático italiano Leonardo Fibonacci (1170-1250). A teoria é constituída por uma série de números em que, começando em 0 e 1, os próximos termos sempre serão o resultado da soma dos dois anteriores.

Veja um exemplo:

0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, 377, 610, 987, 1597, 2584

e assim por diante.

Foi a partir desse raciocínio que o matemático de origem italiana chegou ao "Retângulo de Ouro", em que um arco chamado "Espiral de Fibonacci" é desenhado seguindo, a partir do número 3, um coeficiente aproximado de 1,618, que é a divisão de um número pelo seu antecessor.

Esse valor também é chamado de número Phi e quanto mais se avança na sequência, mais próximo chegamos desse coeficiente.

O curioso desse raciocínio não está apenas em sua simplicidade, mas também em sua presença em muitos fenômenos naturais, como na disposição de folhas em uma planta, na formação de espirais em conchas marinhas e até mesmo na reprodução de coelhos. Mas além de sua aplicação em biologia, a sequência de Fibonacci também tem um lugar importante em finanças e investimentos.

A primeira vertente da sequência é a chamada "razão de ouro", ou número de ouro. Esse número, que é a razão entre dois termos consecutivos da sequência de Fibonacci, é aproximadamente igual a 1,618. Esse número é utilizado em muitas áreas, desde a arquitetura até a arte e claro, também em finanças.

A ideia é que, se você investir em ativos cujos preços sigam a razão de ouro, você estaria seguindo um padrão natural que tende a ser eficiente.

Afinal, como ela é utilizada no mercado financeiro?

A sequência de Fibonacci pode ser usada no mercado financeiro através da Análise Técnica ou gráfica. Normalmente, costuma fazer parte da rotina de quem realiza operações de especulação, como day trade e swing trade na bolsa de valores. No Brasil, a mais famosa é a B3. 

A ferramenta matemática pode ser utilizada entre os principais indicadores e estratégias na hora de avaliar os ativos. Pode servir, principalmente, para analisar quais são os pontos de suporte, resistência e também quais são as tendências de reversão.

Mas como os movimentos dentro do mercado financeiro não seguem um padrão linear, a ideia consiste na possibilidade de identificar ou ter uma noção das zonas de interesse a partir da sequência de Fibonacci.

Até porque na prática, o mundo dos investimentos também se comportaria assim como ocorre com os elementos da natureza. Ou seja, respeitando a proporção áurea que citamos acima.

Só que por outro lado, é importante deixar claro que não estamos falando de uma previsão exata e sim, um norte.

A sequência de Fibonacci é uma ferramenta para basear melhor a análise e por isso, pode ser útil aos especuladores financeiros na hora de planejar suas operações. Aqui, também entram outros indicadores, uma vez que a atuação no mercado ocorre diante das variáveis e condições analisadas.

Como aplicar em operações especulativas?

Para ter a lógica de Fibonacci como sua aliada, é preciso considerar o que é conhecido como zona de alerta. Mas o que é isso? De forma simples, é uma área onde acontecem retrações que devem ser vistas com atenção e também podem servir como um ponto de entrada para os investidores que especulam.

As zonas são divididas em proporções que consideram a variação dos preços do ativo, e funciona assim:

0%, 38,2%; 50%; 61,8% e 100%.

Como pontuamos anteriormente, a sequência de Fibonacci aparece no valor de 61,8%. Isso porque a divisão entre dois números se aproxima de 1,618 com as posições. Já o inverso desse valor é de aproximadamente 0,618. Portanto, usar a proporção é como se aproveitasse do inverso do número de ouro.

A partir disso, o investidor pode avaliar a performance, que costuma ser maior conforme há um avanço na proporção utilizada. Tanto que o movimento em 61,8% também é chamado de “retração de ouro” e pode significar uma ótima oportunidade de especulação no mercado.

Várias ferramentas oferecem análises de Fibonacci completas, o que torna ainda mais simples o uso do recurso matemático. Por exemplo, o sistema da própria bolsa de valores. O que você precisa fazer, se quiser utilizar esse método, é selecionar o intervalo de interesse e depois, avaliar os resultados no gráfico, de modo que facilite a aplicação.

Cálculo dos valores dos níveis de Fibonacci

Seguindo a sequência Fibonacci, dentro da Análise Técnica, existem os níveis entre 61,8%, 38,2% 23,6% e 0%. Vale pontuar que essas ferramentas de estudo trabalham normalmente nestes níveis citados.

Mas não significa que sejam apenas esses. Aliás, além desses, outros pontos também são incluídos como valores em que os preços podem reagir e mudar de direção, que são: 50% e 76,4%.

E com tantos valores, como saber qual é o mais relevante? E qual representaria o pior? 

Por mais que a teoria à prática mude muito, você pode se basear na seguinte classificação:

• Retrações Leves (23,6%): São as mais comuns e ocorrem mais rápido, o que significa que são de curta duração;
• Retrações Moderadas (38,2%): São as intermediárias, ou seja, são as retrações do tipo moderado. Aqui, é quando o preço recua até à faixa de 38,2% e perde intensidade, só retornando ao movimento inicial.
• Retrações de Ouro (61,8%): São as retrações mais fortes e, ao mesmo tempo, menos comuns. É quando o recuo das cotações se aproxima dos 61,8% e que chega ao "número de ouro" do método matemático.
• Zona de alerta: Esse é o ponto que demanda bastante atenção. As zonas de alerta é onde o trader pode identificar potenciais movimentos, como suportes e resistências.

Outras opções da mesma ferramenta

Indo um pouco mais além, outra vertente da sequência de Fibonacci que é amplamente utilizada em investimentos é a extensão de Fibonacci. Essa prática é comumente utilizada em Análise Técnica, visto que se enquadra como uma abordagem para analisar a movimentação dos preços de um ativo, como as ações, no mercado financeiro.

A extensão de Fibonacci é uma maneira de identificar níveis de suporte e resistência em um gráfico de preços. A ideia é que, se um ativo romper um nível de resistência, ele teria um potencial de subir até o próximo nível de extensão de Fibonacci.

Da mesma forma que, se um ativo romper um nível de suporte, ele teria um potencial de cair até o próximo nível de extensão de Fibonacci.

A técnica é bastante utilizada por day traders, que são justamente os investidores que compram e vendem ativos no mesmo dia, e precisam tomar decisões rápidas e precisas, sem se basear nas emoções.

Ao utilizar a extensão (ou retração) de Fibonacci em suas análises operacionais, as pessoas podem identificar oportunidades de compra e venda de forma mais objetiva e eficiente. Afinal, quanto mais conhecimento para evitar perder dinheiro, melhor.

Vale a pena usar a sequência de Fibonacci?

Agora que você já sabe como a sequência de Fibonacci é aplicada no mercado financeiro e como isso pode ajudar os seus investimentos, é preciso ponderar se realmente vale a pena incluir na sua rotina.

A resposta depende de cada um, levando em conta quais são os objetivos financeiros. Assim, é possível entender quais as ferramentas são mais apropriadas e consideradas adequadas para a sua análise.

Apesar da sequência ser popular entre quem investe na bolsa de valores e ser bem utilizada na avaliação de expansão e retração de movimento, quem quiser incluir no seu dia a dia deve considerar onde investe e como investe. Por exemplo, em ativos de renda fixa como títulos públicos, a teoria matemática pode não ser muito útil.

Além disso, um conselho dos especialistas é não se apegar a apenas um indicador, já que o mercado pode ser muito complexo, não tendo como prever tudo sempre. Há outras ferramentas e estratégias que podem ser incorporadas na análise, complementando a tomada de decisão.

Outra dica é acompanhar as notícias sobre economia, política e mercado, tanto nacionalmente como internacionalmente. A informação é uma boa aliada na hora de aplicar o seu dinheiro.

A sequência de Fibonacci é uma boa alternativa disponível para a Análise Técnica, especialmente quando estamos falando dos movimentos de tendência, como retração e expansão, e avaliação de suporte e resistência.

Caso for algo novo demais e por isso, te deixe um pouco inseguro de analisar sozinho, você pode contar com um assessor de investimentos do seu lado para tirar as principais dúvidas. Até porque, para usar esse conceito, basta ter atenção e pensar se o recurso é mesmo válido para o seu tipo de investimento, algo que um profissional qualificado pode contribuir muito. 

E aí, o que você acha de incluir a sequência de Fibonacci na sua análise financeira?