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Com queda na produção, Vale cai 6,36% em 3 pregões, mesmo com minério de ferro a US$ 143; entenda

Em abril, papel acumula queda de 8,28%, e no ano tem valorização de 12,47%

Data de publicação:20/04/2022 às 12:30 - Atualizado 3 anos atrás
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Em relatório divulgado na noite desta terça-feira, a Vale informou que sua produção de minério de ferro chegou a 63,928 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2022, uma queda de 6,0% em relação a igual período do ano passado. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve baixa de 22,5% no volume produzido pela mineradora.

Mesmo com o resultado negativo e abaixo do esperado pelo mercado, de 69,6 milhões de toneladas, analistas mantêm recomendação de compra do papel.

Expectativa com redução na produção do trimestre fez papel cair mais 6% em 3 pregões - Foto: Reprodução

É verdade que o corte na projeção de crescimento da China, principal destino para o minério de ferro produzido pela Vale, tem afetado o preço de suas ações. Assim como a queda de 0,66% na cotação da commodity no porto chinês de Qingdao, a US$ 143 a tonelada, no dia anterior.

Mas nos últimos três pregões, o mercado já colocava os dados de produção da empresa em seu radar. Neles, a queda acumulada dos papeis foi de 6,36%. No mês, a desvalorização é de 8,28%.

No ano, as ações da mineradora apresentam alta de 12,47%, enquanto a valorização do minério de ferro no mercado internacional está em torno de 30%, segundo Gustavo Bertotti, head de renda variável da Messem Investimentos.

Em relação ao Ibovespa, que acumula alta de 9,76% em 2022, a VALE3 supera com margem de 2,47%. No gráfico abaixo, elaborado com o Comparador de Ativos da Mais Retorno, é possível acompanhar o comportamento do papel e do índice desde julho de 1994.

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Por que a produção caiu?

A Vale esclarece em relatório que o fraco desempenho comparativo anual é resultado de uma combinação de fatores, como as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais em janeiro deste ano, a interrupção de quatro dias da Estrada de Ferro de Carajás por causa das chuvas de março, atrasos de licenciamento na Serra Norte e a piora da relação entre estéril e minério no mina S11D, em Canaã dos Carajás, no Pará.

Segundo a empresa, esses pontos negativos foram parcialmente compensados pela melhoria da capacidade de produção dos Sistemas Sul e Sudeste, após o comissionamento e retomada de vários ativos ao longo de 2021.

A empresa destacou que grandes manutenções realizadas na operação devem beneficiar a produção ao longo do ano, o que permitiu manter o guidance de produção anual de minério de ferro previsto para 2022 em 320 milhões a 335 milhões de toneladas.

Já a produção de pelotas fechou o primeiro trimestre de 2022 em 6,924 milhões de toneladas, alta de 10,1% na comparação com o mesmo período de 2021.

De acordo com a mineradora, o resultado é explicado pelo maior desempenho na planta de Omã, devido a menor ocorrência de atividades de manutenção realizadas no período. Na comparação com trimestre imediatamente anterior, a produção de pelotas foi 23,7% menor.

Analistas recomendam a compra

"Vemos esses resultados como ligeiramente negativos, uma vez que a produção ficou abaixo do nosso número e consenso", afirmam os analistas da XP: André Vidal, Victor Burke e Thales Carmo.

Segundo eles, as chuvas e outras paralisações devem deixar de afetar a produção da Vale ao longo do ano, daí a manutenção do guidance de produção pela empresa.

Além disso, embora a produção permaneça tímida, isso contribui para um mercado de minério de ferro mais apertado, elevando preços e prêmios. Mantemos nossa recomendação de compra em Vale, com preço-alvo de R$ 97,1 por ação.

Analistas da XP

Vendas

As vendas de minério de ferro da Vale no primeiro trimestre do ano somaram 53,603 milhões de toneladas, queda anual de 9,6%. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve redução de 35,5%.

Somados os finos de minério e pelotas, as vendas da Vale atingiram 60,6 milhões de toneladas de janeiro a março.

Segundo a Vale, essa venda registrou um prêmio de US$ 9,0 a tonelada no primeiro trimestre deste ano, US$ 4,3 a tonelada acima do fim do ano passado.

Esse ganho maior seria resultado, entre outro fatores, da melhor qualidade do mix de produtos da empresa, uma vez que alguns minérios de alta-sílica (menor qualidade) estão sendo concentrados em plantas de beneficiamento chinesas antes da venda final.

"Estes efeitos foram parcialmente compensados pela ausência dos dividendos sazonais de nossas joint ventures de pelotizadoras", disse a empresa em relatório divulgado ao mercado.

As vendas de pelotas no trimestre somaram 7,011 milhões de toneladas, alta anual de 11,8%. Em relação ao quarto trimestre de 2021, o recuo foi de 32,3%.

Níquel

A produção de níquel da Vale no primeiro trimestre de 2022 totalizou 45,8 mil toneladas, queda de 5,4% ante o mesmo período de 2021. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, o recuo é de 4,6%.

As vendas de níquel no intervalo de janeiro a março foram de 39 mil toneladas, baixa de 18,8% na comparação com o primeiro trimestre de 2021. Em relação ao quarto trimestre do ano passado, houve uma queda de 12,8%.

Segundo a Vale, a produção proveniente de Sudbury, no Canadá, foi 28,3% inferior ao primeiro trimestre do ano passado devido, principalmente, ao impacto de reparo na mina de Totten e do ramp-up das minas de Ontário durante o trimestre. "A produção da mina de Totten foi retomada em fevereiro e atingiu níveis pré-incidente", informou a companhia.

A Vale explicou ainda a que produção em Onça Puma, no Brasil, foi de 5,4 mil toneladas no primeiro trimestre deste ano, 14,3% inferior ao mesmo período do ano passado. "As operações foram afetadas por uma manutenção necessária de 7 dias no forno elétrico em fevereiro", informou. / com Agência Estado

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