Com Lula 3, Ibovespa mergulha em segundo pior desempenho de 100 dias, desde FHC

O Ibovespa fecha os 100 primeiros dias do governo Lula 3 com uma queda de 7,20%. Em um período de 28 anos, foi o segundo pior resultado, ficando atrás somente do primeiro mandado do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), quando foi implementado o Plano Real, e a Bolsa caiu 28,48%. São dados trazidos pelo estudo feito pelo TradeMap, que considerou o início de governos desde 1995. 

Na queda do mercado de ações em 2023 estão embutidos os receios de investidores sobre eventuais intervenções do presidente Lula na condução da política monetária, ora atacando o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ora mencionando mudanças nas metas de inflação ou pressionando para uma decisão política para a queda dos juros.

Foi um período também de muita expectativas com a apresentação de normas que viessem substituir o teto de gastos do governo, dando mais segurança para o controle fiscal do País, o arcabouço fiscal. Tudo isso tem gerado uma percepção de trava ou um certo imobilismo para fazer a roda da economia a girar novamente.

Ao mesmo tempo, episódios como os de Americanas, Tok&Stok e Marisa denunciam um recorte de empresas endividadas que, sem conseguir crédito cada vez mais restrito e caro, não estão conseguindo tocar seus negócios e tentam se reestruturar. A situação das montadoras também expõem as dificuldades do setor e  os números do desemprego reforçam o quadro de queda na atividade econômica.

A quebra dos bancos americanos, Silicon Valley e Signature Bank, e do Credit Suisse tem, igualmente, a sua parcela de responsabilidade nos resultados do Ibovespa. Afinal, os mercados se retraíram até que ficasse mais clara a possibilidade, ou não, de risco sistêmico entre os bancos.

Segundo o TradeMap as 3 maiores quedas do Ibovespa nos 100 dias foram: Hapvida, -53,74%: Alpargatas, -48,14%; e CVC -36,75%. As três maiores altas ficaram por conta de Embraer, 38,92%; EcoRodovias, 25,39%; e Magalu, 22,26%.