CEO do banco de investimentos do Credit Suisse deixará o cargo
Reformulação estratégica em todo o banco deve ser anunciada em 27 de outubro
O CEO do banco de investimentos do Credit Suisse, Christian Meissner, deve deixar o cargo após uma possível reformulação na empresa, que luta para superar perdas multibilionárias, incluindo o colapso da Archegos Capital Management, segundo fonte. A notícia vem antes de uma revisão estratégica prevista para o dia 27 de outubro.
Meissner, que também é CEO para Américas do banco, ingressou na instituição em 2020, antes de assumir o banco de investimentos no ano seguinte.
Nos últimos 18 meses, o Credit Suisse vem enfrentando a saída de mais de 70 profissionais seniores, incluindo seu vice-chefe de Gestão de Patrimônio na Ásia, Jin Yee Young, que foi contratado na semana passada pelo Deutsche Bank AG.
Acordo para pôr fim à crise
As ações do Credit Suisse registram forte alta, nesta segunda-feira, após o banco anunciar que desembolsará US$ 495 milhões como parte de um acordo com a Procuradoria-geral de Nova Jersey, nos Estados Unidos, para encerrar um processo que envolvia seus negócios com títulos lastreados em hipotecas residenciais. BDRs do Credit na Bolsa avançavam 3,47%, enquanto na Suiça as ações subiam 2,42%, por volta das 12h20 (horário de Brasília).
O banco se comprometeu a fazer o pagamento único com objetivo de resolver denúncias feitas pelo Estado americano em 2013 de que a empresa havia feito declarações falsas e enganosas sobre a qualidade de mais de US$ 10 bilhões em títulos lastreados em hipotecas residenciais. Segundo a companhia, a procuradoria havia reivindicado US$ 3 bilhões em danos.
Grande demais para quebrar
Apesar das dificuldades recentes enfrentadas pelo banco, ainda continua a ser improvável que o Credit Suisse quebre, diz em nota Ipek Ozkardeskaya, analista do Swissquote.
Segundo ela, as negociações elevadas de CDS do banco, uma forma de seguro contra falência, significam que o mercado está precificando de modo agressivo um eventual default. Isso é possível, mas a analista acredita que o banco é "grande demais para quebrar", podendo ser alvo de uma oferta de compra ou o governo da Suíça poderia intervir para salvá-lo. /Agência Estado