Captação líquida dos fundos de investimentos cai 56,91% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período em 2021
Em março, também houve queda na captação de 31,17% em relação ao ano passado.
A captação líquida da indústria de fundos de investimentos apresentou uma queda de 56,91% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2021, o total captado chegou a R$ 107,0 bilhões e neste ano deslizou para R$ 46,1 bilhões. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Considerando o mês março para a comparação, a queda foi de 31,17%, saindo de R$ 52,9 bilhões em 2021 para R$ 36,4 bilhões em 2022.
Fundos de renda fixa são destaque positivo
O destaque positivo nos dois períodos ficou com os fundos de renda fixa. Em março, eles tiveram uma entrada líquida de R$ 43,4 bilhões. O resultado não é só o melhor entre as classes de fundos, como supera em 19,23% a captação geral da indústria, que ficou em R$ 36,4 bilhões também no trimestre.
Em relação ao primeiro trimestre de 2022, o mesmo desempenho se repete e de forma ainda mais expressiva: os fundos de renda fixa tiveram captação líquida de R$ 109,2 bilhões, enquanto o total de toda a indústria foi de R$ 46,1 bilhões.
Sangria em fundos de ações multimercado
A sangria veio pelos fundos de ações e multimercado nos dois períodos. Em março, os fundos de ações tiveram saída de recursos de R$ 12,8 bilhões e no trimestre de R$ 31,8 bilhões.
Nos multimercados, houve saldo negativo em março, na ordem de R$ 6 bilhões. O levantamento dos três primeiros meses deste ano mostra que, neste período, esses fundos apresentaram saldo negativo (entrada menos saídas) de R$ 41 bilhões.
Aqueles sem compromisso de concentração em alguma estratégia específica, denominados multimercados livre, obtiveram o menor saldo em captação, com R$ 5,2 bilhões negativos no mês. A maior captação nessa classe ficou com os multimercados investimento no exterior, com R$ 1,9 bilhão.
Também performaram no negativo, no primeiro trimestre de 2022, os fundos de Previdência Privada (- R$ 3,2 bilhões) e os ETFs (- R$ 2,0 bilhões).
Com relação às carteiras dos fundos da indústria, os dados mais atualizados, que são de fevereiro de 2022, mostram que, na comparação ao mesmo mês de 2021, o patrimônio líquido alocado em debêntures aumentou cerca de 54%, enquanto nos instrumentos de renda variável houve redução de 5%.
Os fundos de investimentos aumentaram o seu apetite por instrumentos de renda fixa, principalmente pelas debêntures e, com os juros em alta, vêm reduzindo sua exposição aos instrumentos de renda variável.
Em relação às rentabilidades, os fundos de renda fixa duração alta soberano performaram 2,64% no mês – maior rentabilidade entre os tipos da classe renda fixa –, acima do seu benchmark IMA-Geral (1,57%).
Nas ações, a maior performance no período foi do tipo ações small caps, com 7,7%. No lado dos multimercados, a rentabilidade máxima ficou com o tipo multimercados macro, de 3,96%.