Mercado Financeiro

Bolsa sustenta posto de pior aplicação em outubro; ouro, dólar e euro são destaques

Confira como ficou o ranking dos investimentos em outubro

Data de publicação:29/10/2021 às 07:45 - Atualizado 3 anos atrás
Compartilhe:

A Bolsa de Valores encerrou outubro como o pior resultado dentre os investimento tradicionais, isso em um ranking de aplicações que, pelo segundo mês consecutivo, tem os ativos cambiais (dólar e euro) como os destaques absolutos.

Considerando o fechamento de sexta-feira, 29, o índice Bovespa apurou desvalorização de 6,74%, um resultado que no último dia do mês foi duramente impactado pela Petrobras.

Ações da Petrobras empurram Ibovespa para baixo no pregão desta sexta-feira | Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker

As ações da petrolífera, que estão entre as principais na composição do Ibovespa, se desvalorizam mesmo após a companhia reportar lucro de R$ 31,14 bilhões na véspera, contra os R$ 21 bilhões esperados pelos analistas, e anunciar um robusto pagamento de dividendos, na ordem de R$ 31,8 bilhões.

Acontece que o sucesso da companhia, turbinado pela disparada na cotação do petróleo nos mercados internacionais e pela desvalorização do real frente ao dólar, motivou declarações do presidente Jair Bolsonaro, que disse que estaria buscando formas de alterar a política de preços flutuante da petrolífera.

"A Petrobras é obrigada a aumentar o preço porque ela tem que seguir a legislação e nós estamos tentando aqui buscar uma maneira de mudar a lei nesse sentido", afirmou Bolsonaro, em sua tradicional live de quinta-feira. Ele também disse que a empresa tem que ter um papel social e não pode dar um lucro tão alto.

Quatro meses de queda

Com esse episódio, somados ao furo do teto de gastos e a instabilidade que ainda paira sobre o pagamento dos precatórios, os ativos de renda variável seguem deprimidos e a Bolsa acumula uma desvalorização de 18,38% em quatro meses seguidos (julho, agosto, setembro e outubro).

Há dois meses, o Ibovespa é o pior desempenho da cesta de investimentos tradicionais, segundo levantamento do pesquisador Fabio Colombo.

Ouro

Quem termina o mês com tudo é o ouro, ativo de proteção, muito procurado em momentos de turbulência, com valorização de 4,77%, liderando o ranking dos investimentos.

O metal é seguido de perto pelas moedas fortes do mundo: o dólar, em alta de 3,71%, e o euro, com valorização de 3,47% até ontem. Boa notícia para os fundos cambiais que, a exemplo do que aconteceu em setembro, devem ser os destaques também de outubro.

IPCA

Os Títulos indexados ao IPCA, com o IPCA de outubro projetado em 1,03%, devem fechar com excelentes resultados, com rendimento bruto na faixa de 1,32% a 1,42%, dependendo do prazo do papel. Eles ficam na quarta colocação do mês.

Fundos DI

Em seguida temos os Fundos DI, que fecham o mês com rendimento na faixa de 0,51% a 0,61%. Os fundos de Renda Fixa puros, na faixa média de 0,46% a 0,56%. E os CDBs, com remuneração indicativa na faixa de 0,42% a 0,52%, dependendo do valor investido e risco de crédito da instituição emissora.

Caderneta de poupança

A poupança com aniversário em 1° de novembro apresenta rendimento líquido de 0,36%. Mas, atenção, a valorização da caderneta de poupança pode ser turbinada.

A regra atual de cálculo do rendimento da caderneta, equivalente a 70% da Selic, pode estar com os dias contados. O critério em vigor permanece como está enquanto a Selic estiver rodando abaixo de 8,50% ao ano.

Caso o Copom calibre mais uma dose de 1,50 ponto porcentual, elevando a Selic para 9,25% ao ano, como indica a sinalização do próprio Copom, na próxima reunião em dezembro, a caderneta voltaria à regra anterior quando passaria a render juro de 0,50% ao mês ou 6,17% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial).

Como a TR está zerada com a Selic abaixo de 8,50%, a dúvida é saber com que valor ela ressurgirá na retomada dos cálculos.

Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.