Bolsa sobe pelo quinto dia seguido retoma os 110 mil pontos; dólar cai
Perspectiva de reabertura da China favoreceu o desempenho de Vale e Petrobras
A Bolsa subiu com vigor nesta terça-feira, 10, fechou com valorização de 1,55%, retomando os 110 mil pontos (110.816), em quinto pregão consecutivo de alta. Em sentido inverso, o dólar registrou queda de 1,06%, cotado a R$ 5,20.
O dia começou com a divulgação dos dados da inflação de 2022, antes mesmo da abertura do pregão, pontua Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital. O IPCA acumulado em 5,79% no ano veio acima das estimativas de mercado, de 5,62%, o que contribuiu para uma abertura negativa da B3 a alta dos juros.
No entanto, o dia contava com mais um foco de atenção, a fala de Jerome Powell que, no entanto, não deu maiores pistas sobre os próximos passos em relação à política monetária americana, lembra Duarte.
“Depois dessa fala, vimos uma diminuição de risco por parte das bolsas globais, o que se pôde ver claramente pelo VIX, índice do medo, que estava subindo e, após fala de Powell, virou para o negativo”, relata o head da AVG. Como relfexo, o Ibovespa engrenou em movimento convicente de alta.
Outros fatores ajudaram a dar mais combustível ao mercado de ações: a perspectiva de reabertura da China, impulsionando Vale (+1,23%) e Petrobras (+0,92%). Mas o grande destaque do pregão ficou por conta dos bancos, refletindo uma percepção de menor aversão a risco e apresentando correção frente a grandes quedas dos últimos dias. Os papeis de Bradesco fecharam com alta de 3,71%, e os do Itaú, de 1,93%.
Dólar em queda
O dólar seguiu em movimento de queda, pelo quinto dia seguido, afirma Duarte, o que fez a moeda voltar aos níveis de dezembro.
“A moeda não sofreu pressão diante dos acontecimentos do último domingo. Não temos visto uma percepção de aumento de risco grande por parte do investidor.”
Embora não deixe o investidor confortável, o fato de o episódio ter sido resolvido de forma rápida, demonstrando firmeza entre os Três Poderes, foi positivos aos mercados. “Estamos vendo o investidor cauteloso, mas não vimos stress no dólar ou curva de juros por conta do que aconteceu no fim de semana”, comenta.