Mercado Financeiro

Bolsa sobe 0,14% acompanhando o exterior, e dólar cai 0,61%, a R$ 5,21

Principais altas do pregão foram estampadas por papeis do varejo e da construção, as quedas dicaram com o setor de frigoríficos

Data de publicação:08/09/2022 às 06:03 - Atualizado 2 anos atrás
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Bem que o Ibovespa iniciou o pregão desta quinta-feira, 8, com bastante fôlego, incorporando a valorização dos mercados internacionais no dia anterior, quando a Bolsa não funcionou por aqui por conta do feriado de 7 de Setembro.

No entanto, perspectiva de forte elevação dos juros nos EUA e alta de 0,75% ponto porcentual das taxas na Zona do Euro serviram para esfriar os negócios no pregão e levaram o mercado para o campo negativo. Escorada na reação das bolsas americanas, a Bolsa de Valores do Brasil, a B3, fechou com alta de 0,14%, aos 109.915 pontos. O dólar fechou em queda de 0,61%, cotado a R$ 5,21.

Bolsa chegou a cair no pregão, mas de se recuperou no final do pregão - Foto: Reprodução

Em nível doméstico, segundo o especialista, a inflação é outro ponto de atenção: o IPCA sai nesta sexta-feira estampando o comportamento dos preços no País, esperado pelo mercado em campo negativo, ao redor de 0,30%; e o IGPD-I, que foi divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas, mostrando deflação de 0,55% em agosto, pelo segundo mês consecutivo, e refletindo especialmente o recuo dos preços dos combustíveis.

Rafael Azevedo, especialista de renda variável da Blue3, afirmou que o mercado ainda digere a fala de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, sobre o aumento residual de 0,25% na Selic. A perspectiva acabou estressando e trazendo pessimismo entre os investidores, o que contribuiu também para a queda do Ibovespa, que ao longo do dia chegou a bater os 108 mil pontos.

O dia foi bem negativo para o setor de frigoríficos, após as informações sobre novo surto de gripe aviária nos Estados Unidos, e também das petrolíferas apesar da alta de 1,07% do petróleo no mercado internacional, informa o analista da Blue3.

Os papeis da Mafrig apresentaram a maior queda do pregão, de 5,84%, seguidos pelos da JBS, que caíram 4,99%. As ações da PetroRio fecharam com queda de 4,07%, da 3R Petroleum, de 4,01%, Braskem, de 4,00%, e Petrobras, de 0,93%.

Em sentido contrário, papeis do setor do varejo e construção reagiram positivamente aos dados que confirmam deflação em agosto e queda dos juros no mercado futuro. A maior alta ficou com as ações de Magalu, de 7,25%; Via subiu 5,54%, e a construtora MRV, 5,06%.

Mercado internacional e os reflexos na Bolsa

Nos Estados Unidos, relata Azevedo, os investidores ficaram atentos à fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmando que o Fed precisará agir rápido, especialmente, para conter as expectativas de alta da inflação no país.

Dados da economia dos EUA do chamado Livro Bege, divulgados no dia anterior, levaram o mercado a seguir precificando uma alta de 0,75 ponto porcentual nas taxas de juro americana no final deste mês. Os pedidos de seguro-desemprego que estão vindo abaixo do esperado mostram o mercado de trabalho ainda aquecido, mesmo com as medidas mais agressivas do Fed com a alta dos juros.

Ainda assim, as bolsas americanas fecharam em alta: Dow Jones subiu 0,61%; S&P500, 0,66%; e Nasdaq, 0,60%.

Na Europa, o Banco Central Europeu elevou os juros em 0,75% pp. para conter a inflação, mesmo diante do risco de recessão na região após o corte de fornecimento de gás natural pela Rússia. A expectativa é de novas altas dos juros para retornar à inflação para a meta.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.