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Bolsa em queda
Mercado Financeiro

Bolsa cai 0,94% no ano: o que acontece e quais as ações mais indicadas para o momento?

Incertezas econômicas com variante Delta e tensão política e fiscal aqui seguram o mercado

Data de publicação:18/08/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou na véspera com queda de 1,07%, depois de recuar 2,46% no pior momento do pregão, no meio da tarde.

A baixa do dia aprofundou a desvalorização no mês para 3,20% e empurrou o desempenho acumulado no ano de novo para o terreno negativo, de uma alta residual de 0,14%, até a véspera, para uma perda de 0,94%. Em 12 meses, a B3 acumula uma valorização de 16,33%.

bolsa
Ativos dolarizados, do setor de seguros e de serviço público estão entre os indicados

O mercado financeiro, particularmente o de ações, vem reagindo negativamente ao cenário de incertezas, domésticas e internacionais, apontam especialistas e gestores de investimento. Dois fatores externos preocuparam os investidores e pesaram sobre o mercado nesta terça-feira, de acordo com Jennie Lee, estrategista de Ações da XP.

O primeiro foi o dia negativo das bolsas americanas, com quedas próximas de 1%, como reação a dados de vendas de varejo abaixo das estimativas, o que reforçou a ideia de desaceleração da economia global. Uma expectativa fortalecida também pelo cenário de propagação da variante delta do coronavírus que colocaria em risco a volta de atividade global.

O quadro externo de incertezas dividiu a atenção e azedou o humor dos investidores com o cenário doméstico de persistentes incertezas relacionadas a ruídos políticos e preocupações fiscais. “A reforma tributária ganhou várias versões desde junho, mas permanece indefinida”, afirma Jennie, enquanto pelo lado fiscal o novo programa social, com a remodelação do Bolsa Família, tende a gerar pressão sobre os gastos.

Calendário eleitoral traz pressão à bolsa

O calendário eleitoral só faz aumentar a preocupação de investidores e agentes econômicos com as contas públicas. O temor do mercado é que, com a aproximação das eleições de 2022, fique acirrado o sentimento do governo de propensão a gastos, com medidas que agradem ao eleitorado.

Dados de pesquisa XP/Ipespe sobre a avaliação do governo de Jair Bolsonaro divulgados ontem apontam que os que consideram a gestão ruim ou péssima cresceu de 52% do levantamento anterior, em julho, para 54%; o total dos que veem o governo como bom ou ótimo diminuiu dois pontos, para 23%, dois pontos menos que na pesquisa do mês anterior.

A expectativa de especialistas é que essa combinação de fatores domésticos e internacionais continue influenciando o rumo da bolsa de valores, sem que o efeito seja linear sobre segmentos e ações. Alguns devem ser mais atingidos, outros menos e outros até devem se beneficiar desse cenário, avaliam analistas e gestores de mercado.

Que ações são mais indicadas nesse momento

A estrategista de Ações da XP diz que tendem a ter uma performance maior na travessia deste momento de instabilidade as ações de empresas com boas perspectivas de crescimento e aumento de receita. Para Jennie, as small caps tendem a sofrer pouco mais que o Ibovespa, porque são empresas menores, diferentemente dos líderes de segmentos como as que compõem o Ibovespa.  O índice small caps (SMLL) teve queda de 3,56% ontem, superior à de 1,07% do Ibovespa.

Uma das formas de se proteger das turbulências é a busca de ativos dolarizados, como as ações de empresas de commodities, afirma Flávio de Oliveira, head de Renda Variável da Zahl investimentos. “São cíclicas, mas, como esse ciclo deve ter continuidade, esses ativos vinculados ao consumo global, como proteínas, papel e celulose, continuam atraentes.” Fora do risco de governo e tirando proveito da alta do dólar.

Outro segmento com atratividade, para Oliveira, é o de seguros. Empresas como BB Seguradora e Porto Seguro tendem a se beneficiar da alta dos juros, com a aplicação dos recursos no mercado. Um ganho financeiro que ficará mais encorpado se não houver sinistros que exijam cobertura.

Alta dos juros que favorece alguns setores e pune outros, como ocorreu nesta terça-feira, após as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que levaram o mercado a apostar em elevação mais rápida da Selic. Campos Neto disse que fará o que for possível para perseguir a meta de inflação.

Ações de empresas que têm relação mais direta com as taxas de juro de longo prazo, como as do setor imobiliário e de shoppings, caso da Multiplan, e de tecnologia da informação reagiram negativamente às declarações e estiveram entre as que mais se desvalorizaram na B3.

Luiz Cesta, analista da Monett, considera atraentes também as ações de empresas prestadoras de serviços públicos boas pagadoras de dividendos, como Equatorial e CPFL, menos expostas ao efeito de elevação dos juros. Ele inclui nessa lista ainda companhias que prestam serviços de telefonia, como Vivo, e de transmissão de energia, como a Taesa.

“As ações do setor de utilities, como as de transmissão de energia, têm as receitas corrigidas pela inflação e um fluxo de caixa previsível”, reforça Charo Alves, economista e especialista da Valor Investimentos.

É hora de estratégias mais agressivas?

Alves sugere também, em sua análise, que a atratividade da estratégia defensiva pode estar ficando para trás e o investidor poderia partir para iniciativas mais ousadas. “Os resultados de balanço vieram fortes, as empresas entregaram crescimento, mas o ambiente de tensão não permitiu a precificação, alguns papeis estão até abaixo do que estavam antes da pandemia”, avalia o especialista da Valor Investimentos. “A bolsa está atraente, o preço sempre segue o lucro.”

O diretor da mesa de Renda Variável da Lifetime Investimentos, Vitor Carettoni, diz que a bolsa pode estar em um momento perto do fundo do poço e já pode não ser boa escolha a troca de ações mais agressivas por defensivas. “Hoje, com as quedas mais acentuadas do mercado, talvez valha mais a pena permanecer com as ações mais agressivas.”

A estrategista de Ações da XP diz que, independentemente das oscilações diárias das ações, o investidor precisa mirar o longo prazo. Segundo Jennie, acompanhar o dia a dia não é a melhor estratégia, movimentos de curto prazo são movidos por sentimentos. “O que importa são os resultados no longo prazo e são o que importa também para o Ibovespa.”

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.

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