BB Seguridade tem lucro líquido ajustado de R$ 975,822 mi no 3º trimestre
Este valor representa uma queda de 11% na comparação anual
A BB Seguridade, holding de seguros e previdência do Banco do Brasil, teve lucro líquido ajustado de R$ 975,822 milhões no terceiro trimestre deste ano, baixa de 11% em relação ao mesmo período do ano passado, e alta de 29,5% ante o segundo trimestre deste ano. Segundo a companhia, variações negativas nos resultados da Brasilprev e da Brasilseg explicam a queda anual do lucro.
Na operação de previdência, a elevação dos juros futuros levou a uma marcação a mercado negativa dos ativos. Além disso, também houve descasamento entre a atualização de ativos e passivos indexados ao IGP-M dos planos de benefício definido, e aumento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Estes fatores tiveram efeito negativo de R$ 146 milhões.
Na Brasilseg, a alta na sinistralidade dos produtos com coberturas de morte e nos seguros rurais, além do aumento da CSLL, reduziu em R$ 16,5 milhões a contribuição para o resultado. Sem estes efeitos, a BB Seguridade calcula que seu lucro teria crescido 10,2% em base anual, e 20% em um trimestre.
No espaço de um ano, o total de prêmios emitidos subiu 19,4%, para R$ 3,468 bilhões. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o volume emitido aumentou 10,1%.
Destaques da BB Seguridade no trimestre
No trimestre, o destaque foi dos seguros rurais, com elevação de 45,2% nos prêmios em um ano, e alta em todas as linhas de negócio. Segundo a holding, o aumento foi causado pela elevação dos custos de produção, que foram acompanhados pelo aumento do crédito de custeio da safra agrícola 2021/2022.
No seguro de vida, a elevação anual dos prêmios foi de 19,2%, com o crescimento de vendas de novas apólices e prêmios maiores nas renovações. No segmento residencial, a Brasilseg observou alta de 18,6% nos prêmios, graças ao aumento tanto nas vendas quanto no tíquete médio.
O índice combinado, uma ponderação entre os índices de sinistralidade e despesas, foi de 83,1%. No terceiro trimestre do ano passado, havia sido de 78,8%. Já no segundo trimestre deste ano, chegou a 89,9%. O indicador aponta desempenho operacional positivo quando está abaixo de 100.
A sinistralidade da Brasilseg foi de 41,3% no terceiro trimestre deste ano, uma alta em relação aos 32,3% registrados um ano antes. No segundo trimestre deste ano, o índice chegou a 51,1%, diante da alta dos sinistros em seguro de vida, causada pela segunda onda da pandemia da covid-19.
Apesar de ter apresentado queda em bases trimestrais, o volume de sinistros continuou acima do observado em 2020, de acordo com a BB Seguridade, por causa da maior frequência de avisos em produtos com cobertura de morte, reflexo do cenário pandêmico. Ao longo deste ano, a BB Seguros já pagou R$ 676 milhões em sinistros relacionados à covid. Desde o início da pandemia, o montante soma R$ 904 milhões.
Além disso, geadas e secas registradas nos últimos meses aumentaram o fluxo de sinistros no seguro agrícola, em especial no mês de julho.
'Guidance'
A BB Seguridade reduziu sua projeção ("guidande") de reservas de previdência (PGBL e VGBL da Brasilprev) para 2021 da faixa entre alta de 4% e 7% para aumento de 0% a 2%. O restante das estimativas foi mantido, com resultado operacional não decorrente de juros entre ganho de 1% a 6% e prêmio emitidos da Brasilseg com alta entre 10% a 15%.
Segundo a companhia, a redução do "guidance" ocorreu porque, apesar do volume de contribuições recorde até o mês de setembro, os resgates foram acima do esperado.
Entre os motivos apontados pela BB Seguridade, estão o falecimento do titular do plano de previdência em decorrência de covid-19, que ocasionou a liberação do saldo da reserva para os beneficiários indicados; a necessidade de uso dos recursos financeiros pelos clientes para pagamento de despesas mensais correntes, reflexo da crise econômica gerada pela pandemia, que afetou o nível de renda das famílias; e o uso do montante acumulado para compra de imóveis em grandes centros urbanos, onde houve aquecimento do mercado imobiliário. / Agência Estado