Aziz diz não crer que CCJ vote PEC dos Precatórios na semana que vem
Fala do parlamentar veio após um pedido coletivo de vista do relatório por parte do senadores
Em um discurso duro, o vice-líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM), disse nesta quarta-feira não ver condições para votação da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana que vem, após um pedido coletivo de vista do relatório apresentado neste dia 24 pelo líder do governo na Casa, senador Fernando Bezerra (MDB-PE). "Não adianta querer açodar as coisas porque o governo quer", comentou Aziz.
O senador ressaltou que apoia o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 400 à população - medida que será possível após o espaço fiscal aberto pela PEC -, mas deseja saber se o valor será permanente ou "politiqueiro". "Não iremos açodadamente votar absolutamente nada", afirmou o senador.
Ele recebeu o apoio do líder do PDT no Senado, Weverton Rocha (MA), que defendeu a votação na comissão na semana de 7 de dezembro.
Nesta quarta, os senadores acertaram um pedido coletivo de vistas, o que postergaria a votação do relatório da PEC na CCJ para terça-feira, 30. Aziz, no entanto, questionou o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), pois a previsão era de que a semana que vem fosse dedicada à apreciação de indicações a órgãos como Supremo Tribunal Federal (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"Há tempo até 15 de dezembro", afirmou Aziz. "Não creio que em uma semana é possível chegar em consenso entre senadores para votar uma matéria como essa", acrescentou.
O vice-líder do PSD criticou o que chamou de "atropelo" na economia.
A bancada do PSD no Senado é uma das que manifestam insatisfação com o governo na discussão da PEC dos Precatórios e vai agir para adiar a votação. O partido tem a segunda maior bancada na Casa, com 12 integrantes.
Após uma reunião entre os senadores do partido e especialistas, o líder do PSD no Senado, Nelsinho Trad (MS), afirmou que o grupo concorda em tornar o Auxílio Brasil permanente e abrir espaço para a prorrogação da desoneração da folha salarial, mas que há divergência entre os parlamentares da legenda sobre outros pontos da PEC. / Agência Estado