Investir no exterior: confira os 5 ETFs famosos que você encontra no Brasil
Um dos eventos mais aguardados pelos investidores no mercado financeiro é a tradicional conferência da Berkshire Hathaway, a empresa dos lendários Warren Buffett e Charlie Munger. Mais…
Um dos eventos mais aguardados pelos investidores no mercado financeiro é a tradicional conferência da Berkshire Hathaway, a empresa dos lendários Warren Buffett e Charlie Munger. Mais do que uma simples exposição de ideias sobre o cenário da companhia, esse encontro é uma verdadeira aula sobre investimentos.
Toda edição, afinal, traz conceitos que fazem com que os espectadores passem a refletir se estão no caminho certo. Uma das frases mais famosas de Buffett é "never bet against America" ("nunca aposte contra os Estados Unidos", em tradução livre). Desta vez, a grande dica foi no mínimo surpreendente: a defesa de que o investidor deveria ter ao menos 90% do portfólio investido no S&P 500, um dos principais índices do mercado de ações do país. Em outras palavras, é como se ele dissesse "always bet in America".
Como sabemos, não é possível investir diretamente em um índice de ações. No entanto, já existem produtos que replicam essa rentabilidade — como é o caso dos Exchange Traded Funds (ETF). Se você concorda com a tese do Oráculo de Omaha, como é carinhosamente conhecido Warren Buffett, vamos então conhecer algumas oportunidades dessa classe de ativo.
O que é um ETF?
Caso tenha chegado até aqui, mas não faça ideia do que são os Exchange Traded Funds, esse é um tipo de fundo de investimento que tem por objetivo replicar um índice. O seu nome (fundos negociados em bolsa, em tradução livre para o português) é uma referência ao fato de que os ETFs estão disponíveis para compra e venda na própria B3, que é a nossa bolsa de valores.
Desta forma, temos um formato de investimento que se configura como gestão passiva. Isto é, a equipe do fundo irá replicar o indicador selecionado, comprando e vendendo ativos conforme a movimentação do próprio índice. É diferente da gestão ativa, quando o time de gestão é livre para buscar os ativos com melhores rentabilidades.
Um exemplo de ETF nacional é o BOVA11, que é um Exchange Traded Fund com o objetivo de replicar o desempenho do Ibovespa, que por sua vez é o nosso principal índice acionário. Assim, ao comprar cotas desse ETF, você tem automaticamente um investimento em diversas empresas brasileiras.
5 ETFs para comprar do Brasil que você precisa conhecer
Ao recomendar a compra de ETF do S&P 500, Buffett não está dizendo que esse é o melhor caminho para investir. Ele mesmo, junto à equipe da Berkshire Hathaway, realiza uma gestão ativa, filtrando pelas melhores oportunidades.
No entanto, sabemos que essa não é uma realidade para muitos investidores. Analisar empresas, afinal, exige conhecimento técnico e uma alta disponibilidade de tempo. Sendo assim, um ETF pode ser uma maneira de expor o seu capital a um determinado mercado sem precisar de grandes filtros entre os ativos disponíveis.
Neste sentido, a ideia de Buffett é que um ETF do S&P 500 é uma boa forma para o pequeno investidor alocar seu capital em ações americanas, que historicamente oferecem retornos consistentes no longo prazo.
Se você concorda com essa ideia para a diversificação do seu patrimônio, vamos conhecer então cinco alternativas para investir o seu capital no exterior aqui mesmo do Brasil, sem precisar de uma corretora internacional.
1. IVVB11 - ETF gerido pela BlackRock
O IVVB11 é, provavelmente, o mais popular dos produtos para o investidor brasileiro expor o seu capital ao mercado estrangeiro. Ele representa o fundo iShares S&P 500 Fundo de Investimento – Investimento No Exterior, gerido pela BlackRock, uma das maiores gestoras de ETFs do mundo.
O produto visa replicar a carteira do S&P 500 Brazilian Real Index, que nada mais é do que o índice S&P 500 tradicional em reais. Para esse objetivo, o investimento é feito em outro ETF: o IVV. Este, contudo, é negociado na bolsa americana, de modo que o investidor brasileiro não tem acesso pela B3.
Trata-se, portanto, de uma forma simples e objetiva de investir o capital em uma das principais economias do mundo. E contando com uma gestora que é especialista justamente em fundos de índices.
- Geografia: Estados Unidos.
- Taxa de administração: 0,23% ao ano.
- Rentabilidade (12 meses): +44,50%
2. SPXI11 - ETF gerido pelo Itaú Unibanco
Uma alternativa para quem deseja investir no índice S&P 500 é o It Now S&P 500 TRN Fundo de Índice. Ele é gerido pelo Itaú Unibanco, mas tem o mesmo objetivo central de replicar o desempenho do principal indicador do mercado acionário americano.
Uma vantagem do SPXI11 está na sua taxa de administração que é de 0,21% ao ano. Ou seja, ela é inferior ao IVVB11, podendo trazer uma rentabilidade melhor no longo prazo.
Outra diferença é que ao invés de investir no ETF IVV na bolsa americana, o SPXI11 utiliza do VOO Vanguard S&P 500. Você pode entender melhor as diferenças entre esses ETFs neste comparativo entre IVVB11 e SPXI11.
- Geografia: Estados Unidos.
- Taxa de administração: 0,21% ao ano.
- Rentabilidade (12 meses): +45,94%
3. BIEU39
Saindo um pouco dos Estados Unidos, outra geografia extremamente relevante para o cenário econômico global é a Europa. Por lá, temos uma das moedas mais fortes do planeta, o Euro, além de uma série de empresas multinacionais.
Investir na Europa pode ser feito do Brasil por meio do Brazilian Depositary Receipt (BDR), que é um certificado de depósito utilizado para acompanhar a rentabilidade de um determinado ativo. Ele pode ser tanto de uma ação, como de um índice.
É o caso, por exemplo, do iShares Core MSCI Europe ETF, negociado na nossa bolsa de valores com o ticker BIEU39. Você terá um pacote com ações europeias, com exposição ao euro e uma mentalidade moderna, já focado em boas práticas ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa). Isso sem falar no pacote de países com exposição como Alemanha, Suíça, Itália ou Suécia, por exemplo.
Além disso, em complemento aos ETFs anteriores, é uma forma de diversificação setorial. Ao contrário dos Estados Unidos, o pacote de ações europeias não possui tanta concentração de tecnologia, mas sim nos segmentos industrial, financeiro e de saúde.
- Geografia: Europa.
- Taxa de administração: 0,09% ao ano.
- Rentabilidade (12 meses): +48,39%
4. BCHI39 - ETF com exposição no mercado chinês
Outra economia que está no centro das atenções atualmente é a China. O país asiático ganhou notoriedade pelo seu crescimento exponencial ao longo dos últimos anos. E pode, muito em breve, assumir o posto de potência mundial que ainda pertence aos Estados Unidos.
Novamente, temos um ETF disponível no mercado para exposição ao mercado acionário chinês: o iShares MSCI China ETF, representando na B3 pelo ticker BCHI39. É uma forma de ter ações chinesas na carteira.
Ao contrário dos demais países da nossa lista, a China não tem um sistema político liberal, sendo o governo uma figura central da economia chinesa. Assim, recomendamos uma exposição pequena, pois ainda é incerto o impacto de decisões políticas no desempenho das companhias — embora seja inegável que o crescimento do país tende a ser forte ao longo dos próximos anos.
- Geografia: China.
- Taxa de administração: 0,59% ao ano.
- Rentabilidade (12 meses): +42,85%
5. Hero - compõe a lista dos ETFs voltados à tecnologia
Para finalizar com uma sugestão diferente do que você pode imaginar (e com uma tentativa de surpreendê-lo), resolvemos indicar um ETF global para fechar a lista: o Hero.
Esse é o nome popular do Global X Video Games & Esports ETF. A proposta do fundo é investir em companhias do mercado de e-sports, que tem uma tendência forte de crescimento ao longo dos próximos anos. Essa indústria, vale lembrar, já superou o faturamento de mercados tradicionais como cinema e música.
Se você gostar dessa tese de investimento, o Hero pode ser uma boa opção para investir em tecnologia de uma forma global, já que o fundo tem exposição a companhias de países como Estados Unidos, China, Japão, Coréia do Sul e Suécia.
Mas, se ele é um ETF internacional, como podemos investir nele? Por meio de um lançamento recente da XP Investimentos: o Trend e-Sports ETF. Apesar de ter o formato de fundo de investimento tradicional, a proposta é a mesma dos demais produtos: replicar um índice.
- Geografia: Global.
- Taxa de administração: 0,50% ao ano.
- Rentabilidade (12 meses): +92,16%
Vale a pena investir em ETFs?
Sempre que o assunto é sobre ETFs, surgem discussões sobre as vantagens e desvantagens do ativo. Sem dúvidas que um Exchange Traded Funds não é a melhor opção para o investidor especialista, mas ele pode ser extremamente útil para aquelas pessoas que não conseguem acompanhar o mercado financeiro de forma profissional.
É neste sentido que fica a dica do lendário Warren Buffett. Se você não tem como acompanhar empresas internacionais, usar dos ETFs que acompanhem o S&P 500 pode produzir ótimos resultados em termo de diversificação e proteção cambial. E isso vale também para as demais geografias que abordamos ao longo deste artigo.
Lembrando que, apesar de ser um fundo com gestão passiva, os Exchange Traded Funds são ativos relacionados à renda variável. Desta forma, não esqueça de considerar os riscos dos produtos e o seu perfil de investidor antes de comprar cotas de qualquer ETF.