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Viés de Normalidade

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:01/10/2019 às 20:55 -
Atualizado 5 anos atrás
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O que é o viés de normalidade?

Viés de normalidade (ou normality bias) é o nome dado à disposição humana para, diante dos sinais de uma catástrofe, normalizarem a situação e o seu próprio comportamento.

Na prática, isso significa que não apenas temos dificuldade para identificar rapidamente situações de extremo perigo, como raramente o nosso cérebro está preparado para solucioná-las.

Parece meio incoerente, não é? Afinal, se você leu outros dos nossos textos sobre vieses sabe que a função central desse órgão é nos ajudar a sobreviver.

“Eu descubro que cometo várias falhas de lógica no dia a dia porque o meu cérebro tem muitas configurações de sobrevivência no automático e agora vocês me contam que eu posso morrer justamente graças a isso?”, você pode estar se perguntando.

A resposta é: depende. Sim, o viés de normalidade é a explicação para a morte de diversas pessoas em muitas tragédias ao redor do mundo. Mas juramos que, se você ainda tem um tantinho de sanidade, é também graças a ele.

No próximo tópico, te explicamos melhor essa relação. Agora o que podemos garantir é que o viés de normalidade pode ser driblado, mas não totalmente expurgado do seu sistema. Portanto, é melhor aprender a conviver com ele, agradecê-lo e tirar o seu melhor proveito - exatamente como o seu herói favorito das telinhas faz.

Como o viés de normalidade surge? 

No texto que preparamos sobre viés atencional demos uma bela de uma introdução sobre como o nosso “filtro natural de informações” funciona. Segundo ele, selecionamos os estímulos mais importantes ao nosso redor para a atividade que estamos executando e ignoramos os demais.

É por conta desse processo que você consegue ouvir aquela música que tanto gosta: os demais sons ao seu redor não desaparecem, mas a sua atenção está totalmente focada na melodia.

O viés de normalidade é um derivado desse sistema de filtragem. Embora sons, imagens e sensações diferentes apareçam continuamente, em raras ocasiões elas significam algo grave. 

Um pouco de falta de ar pode ser apenas efeito de um dia de tempo seco e ar mais poluído. Um estrondo, resultado de uma simples batida de carro na esquina. Uma fumaça mais escura no céu, algum incêndio em parte da cidade.

Poucas pessoas se perguntam de primeira se estão infartando, sendo vítimas de um bombardeio ou, então, perseguidas a la Lost. 

Por que? Porque é simplesmente improvável demais, estatisticamente falando, e esperar que cada estímulo diferente signifique uma desgraça se aproximando nos enlouqueceria facilmente. Os hipocondríacos estão aí para provar!

De forma direta, imagine o que aconteceria se fossemos correndo ao hospital todas as vezes em que sentíssemos uma dor de cabeça, jurando que estamos com um tumor cerebral. Considerando que as chances de desenvolver a doença é de menos de 1%, apenas desperdiçaríamos nosso tempo e o do médico.

Por isso, normatizamos as dores de cabeça. Por vezes, ingerimos um analgésico e dizemos a nós mesmos que “logo vai passar”. 

Na maioria das ocorrências realmente é o que acontece, mas e no caso das pessoas que realmente estão com tumor cerebral?

Acostumadas a ignorar as dores de cabeça, elas demoram mais para procurar ajuda e acabam adiando o tratamento, diminuindo assim a taxa de sobrevida.

O mesmo se dá em acidentes de avião, ataques terroristas e outras tragédias dignas de filmes-catástrofe. Em eventos reais desse tipo, como o Desastre de Tenerife e o ataque às Torres Gêmeas, muitos morreram porque demoraram a identificar o que estava acontecendo e agir para se salvar.

E se hoje podemos julgar o que fizeram de errado, sentados confortavelmente em nossas cadeiras, saiba que estamos sujeitos ao mesmo fenômeno no nosso cotidiano. 

É o que se conhece como Efeito The Walking Dead: muitos espectadores, ao assistirem filmes e séries de zumbis, analisam as atitudes dos personagens como “burras” e acreditam que sabem como se salvar caso algo do tipo aconteça. 

No entanto, o mais provável é que diante de um tumulto na rua, eles demorem a perceber que não se trata de uma mero carnaval fora de época, protesto, “rolezinho” ou arrastão, mas sim o seu enredo favorito virando realidade. Resultado: são os últimos a correrem por suas vidas e os primeiros a serem infectados. Game over, the end, fim da sua série.

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
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