Liquidez
O que é liquidez?
A liquidez é uma medida utilizada para determinar a facilidade e a velocidade com que o investidor consegue se desfazer de um ativo sem comprometer a quantia investida - ou seja, sem obter prejuízo.
É uma característica inerente a todos os investimentos, sejam eles de renda fixa ou variável.
Como não existe uma escala científica que a delimite, os ativos são categorizados como de baixa, média ou alta liquidez a partir de uma percepção convencionada do mercado financeiro.
Como a liquidez funciona?
Todo investimento possui um ciclo de vida, que conta com um começo, meio e fim.
O começo é o momento da aplicação e o meio, o de rendimento dos juros. Já o fim se concretiza no momento da retirada do capital.
Quando se planeja um investimento, é muito importante considerar cada uma dessas etapas. Assim, é possível criar uma boa estratégia, e até definir um cronograma, para lucrar o máximo possível.
Entretanto, nem sempre a vida é preto no branco.
Às vezes, emergências acontecem, exigindo um grande aporte financeiro que apenas o valor investido é capaz de suprir. Nesses momentos, de forte necessidade pessoal, não há tática que resista.
E é nessas circunstâncias que a liquidez se apresenta.
Basicamente, para entendê-la, a grande pergunta a ser feita é:
com que facilidade eu consigo me desfazer desse título, ação ou bem, sem perder o rendimento conquistado até o momento?
Essa “facilidade” é a própria liquidez e a resposta varia de ativo para ativo.
Isso porque cada um deles tem as suas especificidades: prazos para resgate, cobranças adicionais para retirada antecipada, alíquotas do Imposto de Renda, entre outros.
Para ilustrar, pense na liquidez sob a perspectiva de um comerciante (resguardadas as devidas proporções e adaptações, é claro).
Durante o verão, período de férias e temperaturas mais altas, o número de clientes buscando por um ventilador, por exemplo, dispara. Nesse momento, é possível liquidar todo o estoque rápido e a um bom preço.
Contudo, durante o inverno, como o frio é mais intenso, a necessidade dos clientes muda e os ventiladores são praticamente esquecidos. Para vender nesses períodos, o comerciante precisa abrir mão de parte do seu lucro e atrair os clientes através de descontos, promoções e afins.
Ele preferiria ter a procura do verão no ano inteiro e manter o preço cheio? É claro que sim. Contudo, a procura do mercado diminuiu e a “liquidez” do seu produto também, o que pede por concessões.
No caso do investimento, é a mesma coisa.
Se você precisa se desfazer do ativo e não há quem compre pelo preço justo, a única saída é baixar o preço - chegando a levar prejuízo, em algumas ocasiões, apenas para ter parte do dinheiro em mãos.
Quais são os tipos de liquidez?
A liquidez pode ser classificada por intensidade ou por objetivo.
No caso da intensidade, há a baixa, a média e a alta liquidez.
Baixa liquidez: São ativos em que a retirada imediata sem perda de valores é mais difícil. Imóveis e obras de arte, por exemplo, são alguns dos bens com essa característica.
Média liquidez: São ativos cujo resgate do capital sem perdas não é garantido, nem acontece imediatamente, mas é possível. Nessa categoria, se destacam os títulos privados.
Alta liquidez: São os ativos mais fáceis de se liquidar, como a poupança e os títulos públicos.
Lembrando que essas não são definições escritas em pedra. Assim como especialistas divergem sobre a categorização de um ativo, a liquidez pode variar de acordo com as condições do mercado.
Portanto, avalie cada um individualmente, de acordo com o seu interesse, para verificar se estão alinhados ao seu perfil.
No caso da liquidez classificada por objetivos, existem 4 tipos: liquidez corrente, liquidez geral, liquidez imediata e liquidez seca.
Todas atuam focadas no meio empresarial, com o propósito de indicar a facilidade que uma organização possui de quitar as suas dívidas.
- Liquidez corrente: Mede a capacidade da empresa de arcar com as obrigações de curto prazo.
- Liquidez geral: Mede a capacidade de arcar com as obrigações de médio e longo prazo.
- Liquidez imediata: Nesse caso, diz respeito a todos os valores disponíveis na companhia neste exato momento, que poderiam ser usados em emergências financeiras.
- Liquidez seca: Assim como a liquidez corrente, é focada no curto prazo. Entretanto, não considera o estoque como um ativo circulante.
Como investir baseado na liquidez?
Nas seções anteriores, entendemos que a liquidez é um fator inerente (e importantíssimo) a todos os investimentos.
Assim sendo, a dúvida que fica é: como lucrar mais, sem se preocupar com a possibilidade de perder tudo em uma emergência?
A resposta está no mesmo caso do comerciante que conhecemos. Embora ele saiba que ventiladores são lucrativos no verão e que, com algumas promoções, podem obter pedidos no inverno, não aposta todo o seu negócio nesse produto.
Afinal, quantas lojas exclusivas de ventiladores você conhece?
O ideal, nesses casos, é adotar a mesma estratégia e apostar na diversificação da carteira de investimentos.
Selecione uma parcela dos ativos para itens com alta liquidez, que preservem o capital e sirvam como uma boa “reserva” em situações de emergência.
No restante, pondere o quanto está disposto a ceder em liquidez por retornos maiores.
É verdade que você pode muito bem se posicionar como uma grande sorveteria. Com um produto ainda mais veranil que o ventilador, esse tipo de comércio aposta em um contexto que demanda o alimento inclusive no inverno.
É tudo uma questão de leitura e de entender o produto (ou patrimônio) que se tem em mãos.
O importante mesmo é se sentir resguardado por seus investimentos, tanto em situações difíceis quanto no enriquecimento.