Logo Mais Retorno

Siga nossas redes

  • Instagram Mais Retorno
  • Youtube Mais Retorno
  • Twitter Mais Retorno
  • Facebook Mais Retorno
  • Tiktok Mais Retorno
  • Linkedin Mais Retorno
termos

Falácia ao Apelo da Probabilidade

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:11/11/2019 às 21:51 -
Atualizado 4 anos atrás
Compartilhe:

O que é a falácia ao apelo da probabilidade?

Falácia ao apelo da probabilidade é o nome dado à tendência humana de, diante de eventos com alta probabilidade de se concretizarem, tomar os mesmos como garantidos e agir de acordo com esse fato certo.

Por exemplo, a probabilidade do sol nascer amanhã é de quase 100% (não, não é uma certeza absoluta). Então, ao planejarmos o nosso dia seguinte, já nos imaginamos acordando, abrindo a janela e encarando um belo céu azul (ou mesmo um céu nublado, mas que não é o mesmo que um céu noturno). 

Somado ao viés de normalidade (que nos impede de identificar rapidamente um desastre, visto que sequer consideramos que ele pode ocorrer), a falácia ao apelo da probabilidade não permite que visualizemos o amanhã sem o nascer do sol. 

É óbvio que não estamos considerando as consequências trágicas da Física ao não nascer do sol, apenas tomamos esse evento tão comum do dia a dia para explicar a nossa facilidade de perceber eventos com alta probabilidade como garantidos.

E se nem mesmo o Sol é tão certo, imagine os outros acontecimentos do nosso cotidiano e as consequências prejudiciais de considerá-los inegáveis. 

Em todas as áreas da vida, a falácia ao apelo da probabilidade pode aparecer - no trabalho, nos relacionamentos, na saúde e, claro, nas finanças. Preparado para encará-la?

Como a falácia ao apelo da probabilidade funciona na prática?

Nada melhor do que explicar esse conceito com exemplos práticos.

No trabalho, uma das formas mais comuns pelas quais se escancarou a falácia ao apelo da probabilidade foi na mudança de cultura empresarial na virada do século. 

Por muito tempo, a trajetória profissional de uma pessoa se resumia em fazer uma faculdade, entrar em uma empresa, trabalhar lá por décadas até se aposentar. Muitos, tomando o seu emprego como garantido (afinal, a cultura de trabalho vigente até então os fazia acreditar que havia uma baixa probabilidade de demissão) não buscavam estudar mais após a graduação.

Quando as exigências do mercado mudaram - e passar décadas em uma empresa se tornou uma projeção rara e milagrosa - eles não estavam devidamente preparados. 

Na saúde, por sua vez, há uma visão geral de que a probabilidade de infartos em jovens é muito (muito!) menor do que em idosos. Assim, a maioria das pessoas não se preocupam em manter hábitos saudáveis para o coração até os 40 anos. Não a toa, o consumo de álcool (amplamente conhecido por aumentar o risco de infartos) cresce entre os jovens mesmo quando a média nacional cai.

Isso se dá porque um sujeito, na casa dos seus vinte e poucos anos, toma como garantido que seu coração funcionará bem pela próxima década. "Você não precisa se preocupar", a falácia ao apelo da probabilidade diz, enquanto o número de infartos entre 20 e 40 anos cresce anualmente.

Nos relacionamentos, bom, sobram ilustrações. Os maridos e as esposas que, após anos de casados, não se preocupam mais em conquistar todos os dias os seus parceiros, tomando a relação como garantida para o resto da vida, são alvo de livros, filmes e conversas durante sessões de terapia. 

Um dia, o pedido de divórcio chega e todos desenvolvem uma enorme dificuldade em reconhecer que a falácia ao apelo da probabilidade minou a sua dedicação cotidiana ao outro. 

Por último, mas não menos importante, o que falar do pensamento falacioso ligado ao dinheiro? O exemplo mais comum, sem dúvida, é a aposentadoria. 

Segundo levantamento da Anbima, apenas 21% dos brasileiros afirmam se planejar, de alguma forma, para contar com outra fonte de renda na velhice que não seja o INSS, o seu próprio trabalho ou a ajuda de familiares. 

O que pensam os outros 79%? Provavelmente, se vislumbrassem o futuro sem qualquer dessas 3 opções anteriormente dadas, tomariam um belo choque (e desespero) de realidade. 

Contudo, a falácia ao apelo da probabilidade faz parecer que "é bem provável que eu morra antes e nem usufrua de qualquer dinheiro que poupar" (um sinal claro de negligência da probabilidade também!) ou que, se sobreviverem, terão filhos, força de trabalho ou suporte governamental suficiente para consumir.

Como sabemos, essa é uma escolha perigosa, visto que a qualidade de vida de idosos que se amparam nesse tipo de falácia tende a ser menor do que a daqueles que se preparam devidamente para criar a própria aposentadoria. 

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
A Mais Retorno é um portal completo sobre o mercado financeiro, com notícias diárias sobre tudo o que acontece na economia, nos investimentos e no mundo. Além de produzir colunas semanais, termos sobre o mercado e disponibilizar uma ferramenta exclusiva sobre os fundos de investimentos, com mais de 35 mil opções é possível realizar analises detalhadas através de índices, indicadores, rentabilidade histórica, composição do fundo, quantidade de cotistas e muito mais!

® Mais Retorno. Todos os direitos reservados.

O portal maisretorno.com (o "Portal") é de propriedade da MR Educação & Tecnologia Ltda. (CNPJ/MF nº 28.373.825/0001-70) ("Mais Retorno"). As informações disponibilizadas na ferramenta de fundos da Mais Retorno não configuram um relatório de análise ou qualquer tipo de recomendação e foram obtidas a partir de fontes públicas como a CVM. Rentabilidade passada não representa garantia de resultados futuros e apesar do cuidado na coleta e manuseio das informações, elas não foram conferidas individualmente. As informações são enviadas pelos próprios gestores aos órgãos reguladores e podem haver divergências pontuais e atraso em determinadas atualizações. Alguns cálculos e bases de dados podem não ser perfeitamente aplicáveis a cenários reais, seja por simplificações, arredondamentos ou aproximações, seja por não aplicação de todas as variáveis envolvidas no investimento real como todos os custos, timming e disponibilidade do investimento em diferentes janelas temporais. A Mais Retorno, seus sócios, administradores, representantes legais e funcionários não garantem sua exatidão, atualização, precisão, adequação, integridade ou veracidade, tampouco se responsabilizam pela publicação acidental de dados incorretos.
É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos, ilustrações ou qualquer outro conteúdo deste site por qualquer meio sem a prévia autorização de seu autor/criador ou do administrador, conforme LEI Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
® Mais Retorno / Todos os direitos reservados