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XP tem queda de 65% na captação líquida no 1° trimestre; resultado não afeta visão de longo prazo, diz diretor

Não há saída de clientes e relacionamento comercial com a clientela tem aumentado, com a venda de outros serviços, como seguros e crédito

Data de publicação:27/04/2023 às 08:00 - Atualizado um ano atrás
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A queda de 65% na captação líquida no primeiro trimestre não afeta a visão de longo prazo da XP Investimentos, segundo o diretor de Contas da empresa Guilherme Sant’Anna. “A captação caiu mas outros indicadores preditores de sucesso estão melhorando”, disse o executivo durante entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira em São Paulo.

Ele afirmou que a companhia não tem registrado saída de clientes e que o relacionamento comercial com a clientela tem aumentado, com a venda de outros serviços, como seguros e crédito. “A tendência do churn [taxa de rotatividade na base de clientes] é de baixa, inclusive nas nossas marcas digitais como a Rico. Além disso, temos aumentado relacionamento com cross-selling de produtos”, afirmou Sant’Anna. A empresa não divulga os dados de churn..

Com juros altos, tendência é cliente manter recursos em instituição financeira onde já está - Foto: Divulgação

Bruno Ballista, responsável pela área de Assessorias e Relacionamento com Clientes, argumentou que a taxa básica de juros no atual patamar bastante alto aumenta a inércia do cliente em manter seus recursos na instituição financeira onde já está. “É natural que juros altos tragam uma maior inércia na migração de recursos pelo cliente”, disse Ballista.

Expansão dos negócios e da receita

Sant’Anna explicou que o foco de atuação da XP vem crescendo nos últimos anos e dará um salto a partir do ano que vem. Ele pontuou que a receita do mercado de atuação da XP ou mercado endereçável - tradução para a expressão em inglês Total Adressable Market (TAM) cresceu de R$ 70 bilhões no período de 2001 a 2019 para R$ 350 bilhões entre 2019 a 2023. Com o banco XP e a expansão das atividades, o executivo pontuou que o mercado endereçável vai saltar para R$ 800 bilhões a partir de 2024. São outras frentes de negócios: financiamento imobiliário e outros produtos e serviços bancários. “A expansão destrava uma nova avenida enorme de mercado”, diz o diretor de contas da XP.

Ballista e Sant’Anna argumentaram que a concentração de recursos do investidor brasileiro nas grandes instituições financeiras reforça a visão do espaço para crescimento que tem a XP. “Mais de 80% dos investimentos ainda estão nos grandes bancos”, pontuou o executivo responsável pela área de Assessorias. Hoje o market-share da XP, segundo Sant’Anna, é de, aproximadamente, 12% do mercado de investimentos, ou seja, do total sob custódia.

Papel do assessor de investimentos

Ballista destaca que o assessor de investimentos tem um papel relevante nessa expansão do mercado de atuação da XP e a um baixo custo. “O assessor é independente, então não há um custo fixo para a empresa. É uma rede de distribuição em larga escala, com baixo custo para a companhia e faz o produto chegar em todas as regiões”, disse Ballista. Do ponto de vista corporativo, ele é um agente muito importante no nosso processo de penetração”, disse o executivo. A XP tem hoje uma rede de 13.055 assessores de investimento, segundo a empresa. / Com AGÊNCIA ESTADO

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