Vale a pena investir no Tesouro para reserva de emergência?
O hábito de poupar não é muito comum na vida dos brasileiros, principalmente para uma reserva de emergência. Para construir esse hábito, é importante conhecer melhor…
O hábito de poupar não é muito comum na vida dos brasileiros, principalmente para uma reserva de emergência. Para construir esse hábito, é importante conhecer melhor os investimentos, principalmente no que diz respeito à liquidez. O Tesouro Selic é uma das opções para a reserva de emergência.
De acordo com a Anbima – Associação Brasileira de Mercados Financeiros e de Capitais, quase 60% da população brasileira não possui reserva de emergência. Mas falar e aprender sobre esse assunto é extremamente importante para as pessoas, pois é impossível prever o futuro.
Por exemplo, em 2020, o mundo inteiro foi pego de surpresa com uma pandemia. Nesse cenário tenebroso, as economias entraram em colapso e muitas pessoas ficaram sem nenhuma renda. Por isso, é ideal ter uma reserva de emergência para imprevistos como esses.
O que é reserva de emergência?
A reserva de emergência também é chamada de reserva de liquidez. O montante guardado deve equivaler, a pelo menos 6 vezes, os gastos essenciais, para imprevistos eventuais que de alguma forma possam comprometer o orçamento familiar.
Para saber o quanto se deve manter como fundo de reserva, calcula a média de gasto por mês e multiplica esse valor por seis.
Os principais imprevistos que podem acontecer são gastos com carro, problemas de saúde, demissão, correção de algum problema no imóvel, redução de renda. Entre outras palavras, a reserva de emergência é utilizada para que a pessoa saia de tempos difíceis.
A reserva de emergência te protege de situações de urgência. Além disso, ela te dá mais segurança para planos futuros. Mas é importante considerar a reserva somente nesses momentos de imprevistos. Ele não é voltado para viagens de lazer, cirurgias plásticas etc.
Como montar a reserva de emergência?
Se você não tem o valor total equivalente a seis gastos mensais, é possível montar sua reserva de emergência mensalmente. Por exemplo, se os seus gastos essenciais por mês são de 2 mil reais, é recomendado para a reserva de emergência, o valor de 12 mil reais.
Depois disso, é preciso definir quanto você vai poupar por mês para atingir esse montante. Comece aos poucos guardando entre 5% e 10% da sua renda. Mas o ideal é poupar pelo menos 20% do seu salário.
Antes de começar a montar sua reserva de emergência, faça um planejamento financeiro para se organizar. Com disciplina e compromisso, é possível alcançar o valor necessário para sua reserva de emergência.
É importante separar o montante da reserva de emergência assim que você receber sua renda. Dessa forma, você já pode investir na melhor alternativa de acordo com seus objetivos e com seu perfil de investidor.
Pontos a serem considerados em um investimento para reserva de emergência
A reserva de emergência é configurada por um dinheiro guardado e investido. Portanto, é interessante considerar os melhores investimentos para formar esse fundo. Para isso, leve em consideração três pontos antes de decidir qual investimento escolher.
Liquidez
A liquidez é a facilidade com que a pessoa tem para resgatar o dinheiro sem perder o valor que foi investido e até mesmo os rendimentos.
Por exemplo, investimentos com prazo de um ano, dois e três anos não são boa escolha para reserva de emergência. Se algum imprevisto acontece antes do prazo, você vai ter dificuldade em resgatar o dinheiro.
O ideal é procurar por ativos que tenham liquidez diária. Com isso, você não terá nenhuma dificuldade em resgatar seu investimento em caso de urgência.
Segurança
Além da liquidez diária, a reserva de emergência precisa ser investida numa aplicação mais segura, com risco baixo e pouca oscilação. Não dá para investir esse montante na bolsa de valores e arriscar a obter um valor menor do que você aplicou.
Pensando nisso, você deve buscar investimentos de renda fixa que reúne segurança e estabilidade. Mas, nem todos os ativos de renda fixa servem ao propósito do fundo de reserva.
Rentabilidade
O foco de reserva de emergência não é ganhar dinheiro. A rentabilidade não é ponto principal para saber onde investir a reserva.
O mais adequado é procurar investimentos com liquidez diárias e seguros. Isso não significa que você deve deixar seu dinheiro em conta-corrente ou na poupança, que possui um rendimento muito baixo, menor do que índice de inflação.
Pensando nisso tudo, vale a pena encontrar uma alternativa de renda fixa que tenha uma rentabilidade superior, mesmo que seja somente para reserva de emergência.
Vale a pena investir no Tesouro para a reserva de emergência?
O Tesouro Selic é um dos investimentos de renda fixa e os mais conhecidos para construir a reserva de emergência. Como o próprio diz, essa aplicação está atrelada a taxa básica de juros de economia. Dessa forma, esse investimento não sofre grandes oscilações.
Os outros títulos do governo como Tesouro IPCA e Tesouro Prefixado sofrem marcação a mercado. Entre outras palavras, se houve resgate antecipado, o investidor pode ter perdas.
No Tesouro Selic, o valor rende de acordo com a variação da Selic e tem liquidez de D+1. Além disso, esse ativo é bastante acessível. O valor inicial para investir nele varia em cerca de 100 reais. Apesar da segurança e da liquidez, o Tesouro Selic tem rendimentos baixo. Levando em consideração a inflação atual, hoje em dia, esse ativo rende 4,98% a.a.
O Tesouro Selic é considerado um dos investimentos mais seguros do país, pois eles são títulos do Tesouro Nacional, sendo que o emissor é o próprio Governo Federal e conta com essa garantia. Como os recursos são destinados para financiar atividades do Governo, o Tesouro não tem proteção do FGC – Fundo Garantidor de Crédito.
Esse título pós-fixado é tão seguro quanto a poupança e rende um pouco mais. No entanto, os rendimentos do Tesouro Selic têm cobrança de Imposto de Renda, utilizando a tabela regressiva.
Para aplicar no Tesouro Direito, bastar abrir uma conta em alguma instituição financeira vinculada ao Banco Central e a CVM. Após a abertura, é possível investir no site da sua instituição ou diretamente no aplicativo oficial do Tesouro Direto.
Outros investimentos para a reserva de emergência
Além do Tesouro Selic, há outros investimentos de renda fixa destinados para a reserva de emergência. Confira os principais:
CDB com liquidez diária
O CDB – Certificado de Depósitos Bancários é um investimento de renda fixa emitido por bancos e garantidos pela cobertura do FGC – Fundo Garantidor de Créditos. Em caso de falência do emissor, o FGC remunera o investidor em até 250 mil reais por CPF e por instituição.
Em geral, os CDBs com liquidez diária são pós-fixados e têm como indicador o CDI, taxa que acompanha a Selic, sendo o principal benchmark dos investimentos de renda fixa.
Os CDBs com liquidez diária têm prazos de 12 a 24 meses e taxas de remuneração equivalente entre 101% e 104% do CDI.
Fundos de renda fixa
Os fundos de renda fixa são títulos similares ao Tesouro Direto. A rentabilidade é próxima ao CDI. A liquidez desses fundos tem prazo de até D+3, ou seja, você vai poder resgatar o valor que foi investido em até 3 dias úteis.
Em geral, há cobrança de taxa de administração para esses fundos, além da cobrança de imposto de renda. Além disso, os fundos não possuem garantia do FGC.
LCI e LCA com liquidez diária
As LCIs – letras de crédito imobiliário e as LCAs – letras de crédito agronegócio são papéis de renda fixa ligadas ao setor privado. Esses papéis emprestam dinheiro à emissores voltados para os setores imobiliários e agronegócio.
As LCIs e LCAs de liquidez diária tem garantia do FGC e são ótimas opções para reserva de emergência. Além disso, seus rendimentos estão isentos de cobrança de imposto de renda.
Tenho minha reserva de emergência, e agora?
Em resumo, a reserva de emergência é muito importante para a manutenção do controle das finanças pessoais, mesmo diante dos imprevistos. Com a reserva, é mais fácil planejar o futuro.
Depois de montar sua reserva de emergência, é importante começar a planejar o futuro e investimentos a longo prazo.
Estabeleça novos objetivos como aposentadoria, compra de imóvel, troca de carro, e busque por investimentos que apresentam maior rentabilidade, com menor liquidez e segurança. Para isso, mantenha-se atualizado sobre o cenário econômico brasileiro e global e sobre o mercado financeiro.