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Wishfull Thinking

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:05/08/2019 às 09:35 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é Wishful Thinking?

A expressão Wishful Thinking não possui uma tradução direta para português. O conceito se aplica ao processo de tomada de decisões. É utilizado para descrever decisões com base na intuição, no desejo ou na empolgação.Trata-se de um processo decisório que foge da racionalidade e da análise de fatos, apoiando-se em vontades e suposições.

Por estar associado a intuições, wishful thinking pode descrever a formação de crenças baseadas em pensamentos otimistas. Uma expressão utilizada em língua portuguesa, que se aproxima do conceito, é “vontade de crer”.

A decisão é tomada com base na crença em uma realidade adaptada, diferente dos fatos e próxima daquilo que é mais agradável. Por isso, a expressão é normalmente associada ao otimismo excessivo.

Vale destacar, no entanto, que wishful thinking não se trata apenas de ser ou estar otimista, mas de agir como se o cenário otimista fosse real.

A formulação lógica para essa falácia é a seguinte:

Seria bom que fosse verdade que Y; logo, vai ser verdade que Y.

Então, se alguém perguntar “o que é wishful thinking?”, responda com confiança:

Wishful Thinking é o raciocínio baseado no desejo.

Por que as pessoas utilizam wishful thinking?

Os autores Roland Bénabou e Jean Tirole publicaram, em 2002, o artigo intitulado Self-Confidence and Personal Motivation, literalmente, "autoconfiança e motivação pessoal".

Nesse texto, os autores aproximam conhecimentos da Psicologia com os estudos de modelos econômicos. Para entender alguns resultados empíricos de pesquisas em Ciências Humanas, os autores utilizam metodologias típicas da Economia, como a Teoria dos Jogos.

Os autores desenvolveram um modelo para análise de oferta e demanda, em que um agente econômico interage com uma versão futura de si mesmo, com base em suas crenças. Para isso, os agentes tomavam decisões em dois momentos: no primeiro momento (t), separando suas preferências das informações disponíveis; em um segundo momento (t+1), utilizavam as novas informações disponíveis, separando-as de suas preferências.

A conclusão de Bénabou e Tirole aponta três motivos pelos quais os participantes preferem utilizar suas crenças positivas ao invés de tomarem como base informações verdadeiras sobre si mesmos.

  1. Valor de consumo: ter uma boa visão de si mesmo é mais útil;

  2. Valor de sinalização/projeção: as características pessoais podem ser projetadas para os outros;

  3. Valor motivacional: as crenças positivas sobre si intensificam os motivos pelos quais o agente age, portanto, são motivadoras.

Além disso, os autores indicaram que os agentes utilizavam memória seletiva sobre seus aspectos pessoais. Houve maior tendência em lembrar de aspectos positivos do que negativos.

Como evitar wishful thinking nos investimentos

No mundo dos investimentos, wishful thinking é uma prática comum, principalmente, entre investidores sem experiência. Esse pensamento ilusório, motivado pelo desejo, leva muitas pessoas a "apostarem" em ativos sem ter como base um pensamento racional.

Com o mercado em alta, há muito espaço para crenças e visões excessivamente otimistas.

Quando se trata de renda variável, o wishful thinking é ainda mais perigoso. Afinal, se um investidor estiver com excesso de otimismo receberá um impacto severo ao perceber que sua carteira está com 50% de queda.

Otimismo em excesso, aliás, pode fazer os investidores esquecerem de raciocínios simples como:

  • Rentabilidade x Riscos

  • Lucro x Cotação

  • Preço x Valor

O melhor método para evitar wishful thinking e suas consequências é estudar.

Isso vai além de manter-se informado. A busca por informações pode ser bastante tendenciosa, sempre com maior relevância ao que você já acredita.

Então, faça leituras amplas, de autores com pontos de vista diferentes do seu. Assim, você terá maior capacidade de avaliar sem excesso de otimismo, sem a criação de um cenário ideal, baseando-se em fatos.

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