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Utilidade Marginal Decrescente

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:13/05/2019 às 09:23 - Atualizado 5 anos atrás
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O que é a Utilidade Marginal Decrescente?

Utilidade, ou seja, o grau de satisfação obtido no consumo de um bem ou serviço, foi um termo criado pelo filósofo e jurista Jeremy Bentham no século XIX como uma medida para a intensidade de dor ou prazer que os indivíduos sentiam e que norteavam as suas ações.

Fervoroso seguidor de Adam Smith, não levou muito tempo até que Bentham se aventurasse pelo campo econômico.

Adaptando a sua linha de raciocínio para um ambiente onde o consumidor efetivamente faz escolhas para maximizar o seu prazer ou minimizar a sua dor, a utilidade pode ser:

  • Total: quanto mais ele consome, maior ela é;
  • Marginal: o quanto esse indivíduo se sente satisfeito em consumir uma unidade adicional;
  • Nula: não há a disposição para se consumir uma unidade a mais;
  • Negativa: consumir uma unidade adicional é prejudicial (medicamentos, por exemplo).

Assim, a utilidade do primeiro item consumido é sempre a maior possível, sendo que ela se reduz conforme mais unidades são consumidas. No limite, a utilidade pode ser negativa o que, economicamente falando, representa o desperdício de recursos.

Usando essa lógica, os economistas acreditam que podem assimilar o comportamento coletivo, o que permite verificar quais as condições que trazem a máxima eficiência em um sistema econômico.

Qual o exemplo que melhor explica a utilidade marginal decrescente?

A utilidade marginal decrescente parte das seguintes premissas:

  1. O consumidor toma decisões de forma racional;
  2. Quanto maior a disponibilidade de um bem ou serviço, menor o valor atribuído a ele.

Portanto, um indivíduo maximiza a sua utilidade de acordo com o seu contexto: primeiramente, ele irá atender as suas necessidades biológicas (fome, frio, sono) e, em um segundo momento, consumirá o que tiver maior valor.

O exemplo clássico dessa relação é o “paradoxo da água e do diamante” de Adam Smith:

Apesar de não podermos viver sem água, ela possui pouco valor na vida cotidiana dada a sua abundância. O diamante, por sua vez, mesmo não sendo essencial para a vida, possui grande valor por ser raro, situação que inclusive permite que seja trocado por outros bens.

Por outro lado, se esse mesmo indivíduo é levado ao deserto, a sua ordem de valores se altera. A água, por ser tão escassa quanto o diamante, terá muito mais valor e, portanto, utilidade, pois ela é a única entre as duas opções que pode lhe manter hidratado e vivo.

Como a utilidade marginal decrescente é vista pelas empresas?

Empresas que trabalham em ambientes competitivos fazem uso desse conceito para avaliar a propensão do consumidor em comprar. Isso porque as alterações nos preços podem gerar dois efeitos bastante conhecidos:

  • Efeito Substituição: quando um fabricante reduz os seus preços, aumenta-se a quantidade demandada visto que o consumidor faz uma substituição na sua cesta de compras, ainda que a sua utilidade permaneça a mesma (bens de consumo básico);
  • Efeito Renda: quando um fabricante reduz os seus preços, aumenta-se a quantidade demandada pois o consumidor percebe o incremento na sua renda real, o que aumenta a sua utilidade (bens de maior valor).

A utilidade marginal decrescente se aplica na relação entre renda e bem-estar?

Apesar de ser uma lei da microeconomia, a utilidade marginal decrescente tem sido usada em outros campos do conhecimento. Medir a relação entre renda e bem-estar passou a ser praxe na economia moderna.

Hoje, mais de 150 países já fazem algum tipo de levantamento. Os resultados contrariam amplamente o que a maioria pensa: mesmo que mais renda permita mais opções de consumo e lazer, ela não aumenta o bem-estar.

Por motivos óbvios, existe uma relação bastante estreita entre pobreza e infelicidade. Porém, de acordo com várias pesquisas, a riqueza, a partir de um determinado ponto, não traz mais bem-estar.

Para quem já alcançou esse patamar, a convivência com familiares e amigos teve maior impacto no seu grau de felicidade. Assim, pode-se dizer que a renda possui uma utilidade marginal decrescente até o ponto em que ela se torna nula.

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