Underwater
O que é o Gráfico de Underwater?
Popularizado por Jack Schwager, o Gráfico de Underwater apresenta ao investidor um jeito único de avaliar a performance de um investimento. Ao utilizá-lo, é possível ver claramente a relação entre tempo e o percentual de perdas comparados com os ganhos em um gráfico de vendas ou de investimentos.
O Gráfico de Underwater considera somente as perdas de um período especificado, evidenciando a rentabilidade, constâncias e picos de quedas de ações de determinado produto ou empresa, permitindo ao investidor identificar quão grande foi a perda e quanto tempo demorou para que a recuperação acontecesse.
Como funciona?
Em comparação com os gráficos de vendas ou investimentos, o Underwater considera somente as perdas percentuais de acordo com o número total do gráfico comum.
Primeiramente identifica-se o ponto mais alto do gráfico positivo de vendas ou investimentos. Depois, define-se o ponto mais alto do gráfico de vendas como zero para o gráfico de Underwater. Somente as perdas e recuperações até aquele ponto zero serão demonstradas, afastando ou aproximando de zero.
Com o gráfico pronto, pode-se identificar qual a frequência com que uma empresa perde, qual o percentual de vendas perdidas em comparação com o máximo positivo e quanto tempo ela demora para se recuperar.
Dessa forma, investidores podem analisar, dentro de um período pré-determinado, quais as melhores épocas para investir, quando e como devem investir, se o investimento trará retornos e qual o prazo para isso.
Quem utiliza e para que serve?
O Gráfico de Underwater é utilizado principalmente por investidores, economistas, acionistas e especialistas em economia. Sua utilização auxilia a criar previsões de possíveis perdas e estabelecer prazos de investimentos mais concretos.
Fundos de investimento gerenciados por bancos também utilizam desses comparativos para consultorias, aplicações em fundos monetários, poupanças, ações e outros. O gráfico apresenta o nível de risco para os potenciais investidores e cria um senso de segurança maior na tomada de decisões.
O uso do Gráfico de Underwater na prática
Alguns exemplos demonstram a funcionalidade do gráfico nos fundos de investimentos e bolsas de valores nacionais e internacionais. Um caso prático marcante foi o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos em 2008.
O gráfico apontava perdas suaves e recuperações rápidas e constantes, o que tornava o mercado bastante atrativo para quem buscava investimentos de baixo risco. No entanto, com o estouro da bolha, os gestores dos fundos de investimento foram obrigados a aumentar o limite de risco.
Apesar de ter sido um aumento de apenas 1,5%, para grandes investidores o valor chegou na casa dos milhões. Diversas empresas, acionistas e investidores de fundos imobiliários decretaram falência ou entraram em acordos de concordata.
Bitcoin e o Gráfico de Underwater
Quando se fala em investimento, muitas pessoas pensam em cifras milionárias. No entanto, no Brasil, que contabiliza atualmente quase 1 milhão de investidores na bolsa de valores, o valor médio não chega aos R$ 30.000,00 (trinta mil reais).
Com um perfil bastante conservador, o brasileiro costuma investir em ações de limite de risco baixo, que apresentam pequenas oscilações e lucros módicos. Ainda assim, existem acionistas que buscam investimentos com lucros maiores em um curto espaço de tempo.
O bitcoin, por exemplo, teve um início moderado, com limites baixos de risco e rendimentos não tão atrativos. Com sua alavancada em 2017, o Gráfico de Underwater da moeda digital apresentou oscilações mínimas, por estar sempre em ascensão financeira.
Essa fato atraiu muitos investidores, principalmente aqueles menos especializados, o que gerou uma bolha. Quando ela estourou, a ação que bateu seu recorde de quase vinte mil dólares despencou drasticamente.
Os Gráficos de Underwater demonstravam comparativos completamente opostos aos anteriores e a criptomoeda passou a perder valor exponencialmente até se estabilizar novamente.
O limite de risco de investimento do bitcoin subiu e os analistas começaram a ver a aplicação com olhos mais desconfiados, o que desacelerou o crescimento dos investimentos em moedas virtuais.