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Seleção Adversa

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:22/05/2020 às 03:17 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Seleção Adversa?

Seleção Adversa é o termo usado para se referir a uma situação em que, na realização de um negócio, uma das partes tem mais informação do que a outra; e, por causa dessa desigualdade, chamada de "assimetria", a parte com menos informação acaba sendo levada a tomar decisões de forma errada. Isso prejudica não apenas ele mesmo, mas todos os envolvidos, direta ou indiretamente.

Entendendo a Seleção Adversa

Para entender a seleção adversa, primeiro precisamos entender que, nas relações de negócios, nem todas as características relevantes de uma mercadoria são observáveis antes de fechar o negócio. Em outras palavras, não podemos dizer que tanto o vendedor quanto o comprador vão saber tudo sobre a mercadoria antes de fechar negócio.

Um bom exemplo são os seguros. Quando uma pessoa decide contratar uma apólice de seguro de vida, a seguradora sabe todos os elementos que levaram a apólice a ter um certo preço. Por outro lado, o cliente não sabe como aquele preço foi calculado, o que significa que ele nem sequer pode comparar claramente duas ofertas de seguradoras diferentes. 

Portanto, isso significa que existe uma assimetria de informações; e, por causa dessa assimetria, o cliente pode ser levado a tomar uma decisão errada sobre comprar ou não comprar, ou sobre o quanto ele está disposto a pagar.

Agora, chegamos ao ponto importante: essa decisão errada não afeta apenas o comprador, mas também o vendedor e o mercado como um todo. Essa é a seleção adversa. Para entender essas consequências, vamos usar outro exemplo.

Como entender Seleção Adversa com um exemplo do seu cotidiano

Um dos melhores exemplos para entender seleção adversa foi desenvolvido por George Arthur Akerlof, economista estadunidense.

Imagine que uma pessoa decide comprar um carro usado. No mercado de carros usados, existem alguns que são bons; vamos supor que esses podem valer até R$ 50 mil. E existem outros que são ruins; vamos dizer que eles valem até R$ 15 mil.

Infelizmente, devido à assimetria de informações, o comprador sabe que ele não tem como diferenciar um carro usado bom de outro ruim, pois o vendedor nem sempre colocará as cartas na mesa. Em outras palavras, o vendedor não vai apresentar todas as informações sobre aquele carro, para que as duas partes fiquem em igualdade na negociação.

Ou seja, o comprador está consciente de que existe uma assimetria de informação (e isso é um ponto essencial para a seleção adversa).

Então, ciente de tudo isso, o comprador não está disposto a pagar por um carro usado o valor máximo que ele pagaria se tivesse certeza de que aquela é uma boa mercadoria.

Por exemplo, digamos que o comprador pagaria R$ 10 mil por um carro usado ruim e R$ 40 mil por um carro usado que ele tem certeza de que é bom. No entanto, como ele não tem informação para distinguir um do outro, ele só aceita pagar R$ 20 mil por qualquer carro usado.

Nessa situação, o comprador pode acabar levando um carro usado ruim por R$ 20 mil, o dobro do que ele estaria disposto a pagar. Ou seja, ele toma uma decisão errada por causa da assimetria de informação. Porém, não é aqui que reside o principal problema da seleção adversa.

Como os compradores não vão pagar o valor que um carro usado bom realmente vale, nem próximo a isso, os vendedores de carros usados que colocam mercadorias boas no mercado não conseguem fazer negócio.

No final, o efeito da assimetria de informação é que só os carros usados ruins podem ser vendidos pelo quanto realmente valem. Então, o mercado fica cada vez mais cheio deles, e com menos opções de carros usados bons. Isso prejudica tanto vendedores quanto compradores.

Perceba, então, que a assimetria de informação leva uma das partes – o comprador – a tomar decisões erradas, e as consequências não se limitam apenas ao próprio comprador, mas afetam e até prejudicam também os vendedores e o próprio mercado.

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