Risco Sistemático
O que é Risco Sistemático
Risco Sistemático, ou risco de mercado, é o risco ao qual não apenas um ou outro ativo, mas todo o sistema econômico está sujeito. Ele engloba aspectos comuns, como o nível de inflação, e também extraordinários, como um colapso no sistema financeiro.
Entendendo o Risco Sistemático
Existem certos fatores e situações que afetam o desempenho de ativos. Quando esse impacto não se limita a ativos específicos, mas se estende (direta ou indiretamente) a todos eles, dizemos que é um caso de risco sistemático.
Um exemplo histórico disso foi a crise financeira de 2008, ou Crise do Subprime. Embora ela tenha começado devido a problemas envolvendo ativos imobiliários, a crise acabou afetando toda a economia de países inteiros, provocando queda em ações, perdas em investimentos de renda fixa, entre outras consequências.
Também vale a pena mencionar o conceito de too big to fail, isto é, grande demais para falir. Esse termo é usado em referência a instituições financeiras tão grandes que, se elas quebrarem, podem levar junto a economia de países inteiros.
Por isso, existem regulações rígidas para evitar que essas instituições cometam erros e ilícitos. Essa é uma forma de controlar o risco sistêmico associado a elas.
Diferença entre Risco Sistemático e Não Sistemático
Ao contrário do risco sistemático, o não sistemático afeta apenas ativos específicos, de acordo com fatores e situações que são intrinsecamente relevantes para eles. Por exemplo, quando um país suspende a compra de carne brasileira, isso afeta ativos associados ao setor agropecuário, mas não afeta ativos associados à indústria automobilística ou petroquímica.
Outro ponto em que os dois tipos de risco diferem é que o risco não sistemático pode ser mitigado por meio de diversificação da carteira de investimentos. De fato, ele é chamado de risco diversificável. Por outro lado, o risco sistemático é não diversificável. Não basta adquirir ativos variados para se proteger contra ele.
O cálculo do Risco Sistemático
Por meio do Beta, é possível avaliar o risco sistemático de um ativo ou portfólio de ativos, em relação ao mercado de forma geral. Embora o risco sistêmico afete todos os ativos, nem todos são atingidos na mesma medida.
O Beta consiste na medida em que o retorno do ativo varia em função da variação no mercado. Por isso, se o Beta é 2, e o mercado tem uma alta de 2%, o ativo terá uma alta de 4%.
Essa informação é essencial para o investidor. Se ele está disposto a aceitar uma exposição maior ao risco sistemático, pode trabalhar com ativos de Beta mais elevado. Por outro lado, se quiser se proteger contra o risco sistemático, deve priorizar ativos de Beta mais baixo.
Nessa decisão, é preciso considerar que a exposição ao risco sistemático está correlacionada com o retorno. Isso significa que, quanto maior o risco sistemático de um ativo, maior o retorno. É por isso que papéis considerados "junk", que são os primeiros a perder o valor em uma situação de crise no sistema econômico, oferecem as taxas de juros mais altas aos investidores.
Risco Sistemático e Risco Total
O risco total de um ativo corresponde ao risco sistemático somado ao não sistemático. Como já vimos, a maioria dos investidores busca diminuir seu risco não sistemático, por meio de estratégias de diversificação da carteira.
Quanto mais eficiente essa empreitada, mais o risco total converge para o risco sistemático. Em outras palavras, o risco sistemático acaba sendo o mínimo risco que uma carteira apresenta.
Vale a pena lembrar que, enquanto a exposição ao risco sistemático pode ser controlada, ela não pode ser eliminada. Afinal, ele envolve fatores e situações com consequências complexas e que não podem ser completamente previstas.