Regra de Taylor
O que é a Regra de Taylor?
A regra de Taylor foi criada por volta de 1993 pelo economista norte-americano John Taylor. Segundo ele, a política monetária deve ser conduzida por regras transparentes, pois essa é a maneira mais eficiente de atingir os melhores resultados (que são medidos pelos índices inflacionários e pelo crescimento econômico).
Essa regra contém orientações sobre as taxas de juros, pensando na realidade econômica dos Estados Unidos. No entanto, essa prática também é de bastante válida para outros países.
Podemos dizer que trata-se de uma crítica ao modelo keynesiano, o qual ganhou espaço à partir da crise de 1929 e se caracterizou pela forte intervenção do Estado na economia. Segundo Taylor, o keynesianismo levou ao aumento dos gastos estatais, prejudicou as contas públicas e, consequentemente, pressionou a inflação.
Como a Regra de Taylor funciona?
Segundo Taylor, o comportamento das taxas de juros nos Estados Unidos poderia ser representado por uma relação entre a inflação, a taxa de juros de equilíbrio, mais a soma ponderada entre dois desvios: a diferença entre os índices inflacionários e a meta da inflação e o desvio percentual do PIB em relação ao PIB potencial.
Dessa maneira, a Regra de Taylor depende de duas variáveis: as metas de inflação e o PIB potencial. De acordo com o autor, a relação entre esses indicadores pode ser representada pela seguinte fórmula:
i = e + t + 0,5 (t-t') + 0,5 (y-y')
onde:
e = estimativa da taxa de juros real de equilíbrio
i = taxa de juros nominal de curto prazo
t = taxa de inflação atual
t' = meta de inflação
y = PIB atual
y' = PIB potencial
O valor de 0,5, para Taylor, refere-se ao coeficiente de sensibilidade à variação da inflação e ao coeficiente de sensibilidade à variação do PIB. Segundo ele, essa estimativa era bastante próxima à taxa de juros praticada pelo Fed.
Quais são as aplicações dessa regra?
O pensamento desenvolvido por John Taylor ainda é muito utilizado na política econômica de muitos países, incluindo o Brasil. Sua principal aplicação é observada no sistema de metas de inflação.
Além disso, o economista estabeleceu uma clara relação entre a inflação e a taxa de juros, pensamento que continua sendo seguido nos dias atuais. Ou seja, nos períodos de alta da inflação, uma das estratégias utilizadas pelos governos é aumentar a taxa de juros.
Essa medida, de forma imediata, tende a reduzir o consumo, uma vez que o crédito fica mais caro. Consequentemente, há uma redução dos preços.
No entanto, em alguns períodos da história recente, o governo brasileiro optou por não seguir os preceitos defendidos pela Regra de Taylor.
Em 2012, a Selic (taxa básica de juros da economia do Brasil) deveria ter subido, pois o país enfrentava um período de inflação elevada. Seria uma medida que ajudaria a conter a rápida alta dos preços. No entanto, o Banco Central optou por manter a taxa nos 10% ao ano.
A instituição só voltou a seguir os preceitos defendidos pela Regra de Taylor por volta de fevereiro de 2014. A partir desse momento, os índices inflacionários, aos poucos, voltaram a ficar sobre controle, com exceção de 2015, cujo fator de instabilidade política contribui para a elevação da inflação.
Atualmente, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), considerado o índice de inflação oficial no país, está em 2,09% ao ano, dentro da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 4,25% a.a..
Como vimos, os fundamentos da Regra de Taylor mostram-se aplicáveis até os dias atuais, no que diz respeito à definição das taxas básicas de juros, este que é um importante instrumento de controle da economia.