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Rateio Linear

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:22/06/2020 às 04:54 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Rateio Linear?

Rateio Linear é um dos métodos usados na Oferta Pública Inicial (IPO), Initial Public Offering) de uma empresa para distribuir as ações emitidas entre os investidores que manifestaram intenção de compra. Ele também pode ser usado em outros tipos de oferta, como na emissão de debêntures ou de novas cotas de fundos.

Entendendo o Rateio Linear

Quando uma empresa decide abrir seu capital, ou seja, negociar ações na bolsa de valores, ela faz uma Oferta Pública Inicial (IPO). Parte do processo para o IPO consiste em registrar as intenções de compra dos investidores, o que chamamos de subscrição das ações. 

Essa informação é usada principalmente para determinar qual será o preço inicial das ações. Quanto maior a demanda do mercado, maior pode ser o preço. 

No entanto, essa informação também tem outra utilidade: ela ajuda a entender qual é a relação entre a quantidade de ações que os investidores pretendem comprar no IPO e a quantidade de papéis  que a empresa de fato vai emitir.

Se a intenção de compra for superior à quantidade de papéis, é preciso adotar um método coerente para determinar como será realizada a distribuição. Por isso, podemos dizer que a subscrição não é garantia de conseguir adquirir as ações no IPO.

Existem diferentes métodos para fazer a distribuição, chamados de métodos de rateio. Um deles é o rateio linear. Para entender sua dinâmica, vamos usar um exemplo.

Suponha que a empresa fictícia Brasil Celulares vai emitir ações no valor total de R$200 milhões, e quatro investidores manifestaram intenção de compra:

  • o investidor A reservou R$ 20 milhões
  • o investidor B reservou R$ 70 milhões
  • o investidor C reservou R$ 90 milhões
  • o investidor D reservou R$ 110 milhões

O total reservado é de R$290 milhões, portanto, deverá ser realizado um rateio. 

Pelo método do rateio linear, o primeiro passo é dividir o valor total da emissão pelo número de investidores, atribuindo um limite ao quanto cada um poderá adquirir. No exemplo, cada um poderia, a princípio, adquirir ações até o máximo de R$50 milhões. 

No entanto, um dos investidores reservou menos do que esse limite: o investidor A. Ele poderá comprar 100% dos R$ 20 milhões em ações que estavam subscritos no seu nome. Depois, os R$30 milhões restantes da sua “cota” entram no rateio dos outros três investidores.

Portanto, entre os investidores B, C e D, o rateio será de R$150 milhões + R$30 milhões. Ou seja, cada um deles poderá adquirir até o máximo de R$60 milhões. 

Para o investidor B, isso significa que ele poderá comprar quase tudo que reservou. Já para o investidor D, significa que só poderá comprar cerca de metade do que reservou.

Assim, o método do rateio linear acaba beneficiando os investidores que manifestam intenção de compra de quantidades menores de ações. 

O que acontece ao investidor que não consegue comprar todas as ações subscritas no Rateio Linear?

Pelo método do rateio linear, todos os investidores que subscreveram ações conseguem comprar pelo menos uma parte delas. Ninguém sai completamente de mãos vazias; no entanto, como já foi apontado, quem subscreve menos é beneficiado, porque terá mais chances de conseguir comprar todas. 

Então, se um investidor não consegue comprar todas as ações subscritas por causa do rateio linear, sua alternativa é esperar que os papéis comecem a ser negociados no mercado secundário. Em outras palavras, esperar que quem comprou no IPO comece a revender na bolsa de valores. 

Em certos casos, pode demorar alguns dias, semanas ou até meses para que isso seja possível. O motivo é que algumas empresas aplicam uma cláusula de lock-up ao IPO, a qual obriga os investidores a segurar as ações durante um período. Essa cláusula visa evitar que haja uma flutuação muito forte no preço do ativo logo no começo.

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