Pregão viva-voz
O que é o pregão viva-voz?
O pregão viva-voz é um modelo de compra e venda de ativos na Bolsa de Valores, cujas negociações demandavam a presença física de diversos operadores na Bolsa.
É um dos maiores símbolos dos filmes clássicos, ligados ao mercado financeiro. Diversos homens e mulheres reunidos em um mesmo espaço, com telefones numa mão, caneta na outra e gritos por absolutamente toda parte. Para fechar as ordens de compra e venda era assim mesmo: na base do barulho e da correira, um contexto para lá de interessante para se criar uma história de ficção audiovisual, concorda?
Até que a modernidade engolisse o pregão viva-voz, como fez com muitas outras atividades presenciais, milhares de pessoas chegaram a trabalhar todos os dias nesse ambiente. A Bovespa, por exemplo, mesmo não sendo a única Bolsa de Valores do Brasil, chegou a concentrar mais de 1.500 profissionais em suas mesas de operações na década de 1990.
O que aconteceu para tudo isso chegasse ao fim, então? A internet se desenvolveu, ganhando cada vez mais peso nas atividades cotidianas das pessoas e facilitando diversos outros processos, como os próprios investimentos na Bolsa. Assim surgiu, então, o chamado pregão eletrônico.
O que é o pregão eletrônico?
Na Bovespa, dedicada a negociar os ativos do mercado à vista, a extinção do pregão viva-voz ocorreu mais cedo. Após um período de transição, em que as facilidades do pregão eletrônico atraíam cada vez mais investidores, inclusive os estrangeiros, e o volume de negociações realizadas migrava do plano físico para o digital, esse modelo de compra e venda foi extinto em 2005.
Na BM&F, por sua vez, onde os contratos futuros eram negociados, ainda persistiram até 2008. Nesse ano, BM&F e Bovespa se fundiram, dando origem à BM&FBovespa. Em 1 de Julho de 2009, a sobrevida do pregão viva-voz chegou ao fim e o pregão eletrônico passou a reinar soberano.
Quais são as vantagens do pregão eletrônico? E quais são as desvantagens do pregão viva-voz?
10 anos depois, já estimava-se que o total de negociações diárias nas duas ultrapassara a marca de 2 milhões todos os dias. O número, como se nota, seria impossível de se alcançar na mesma velocidade caso o pregão viva-voz, tão limitado pelo número de operadores e pela própria capacidade humana de processamento, ainda imperasse.
Esse, aliás, é apenas o primeiro ponto de uma série de vantagens que o modelo de pregão eletrônico ofereceu ao mercado financeiro, que expõem algumas das principais fragilidades do modelo de pregão viva-voz.
Imagine que você é remunerado a partir da sua própria força de trabalho, a partir de cada hora trabalhada. Não importa o quanto você se esforce, em algum momento o limite diário de 24 horas te impedirá de receber mais - você chegará à sua capacidade total.
Quando tratamos do limite oferecido pelo pregão viva-voz, há dois parágrafos atrás, estávamos nos referindo à mesma questão: a capacidade de trabalho restrita que, ou demanda mais de um único profissional ou exige um número maior de profissionais, nunca se comparando à tecnologia em agilidade e simplicidade - em outras palavras, em eficiência.
Os sistemas eletrônicos de negociação de ações podem ser acessados hoje basicamente de quaisquer aparelhos remotos, de computadores à celulares e tablets.
No viva-voz, essa disponibilidade simplesmente não existe. Ter que obrigatoriamente ligar para as corretoras para realizar uma operação parece algo absurdo hoje em dia, mas era esse tipo de relação um-pra-um que regia a comunicação entre o investidor e a corretora, e desta para o operador lá no prédio da Bolsa.