Preço Justo
O que é preço justo?
O preço justo, de modo bem simples, é a quantia pela qual um passivo pode ser liquidado ou um ativo pode ser trocado ou adquirido. Esse conceito é mensurado com base nas condições atuais do mercado na data em que ocorrer a mensuração.
É importante destacar que a definição de preço justo não engloba as chamadas transações forçadas. Isso quer dizer que o conceito não se trata de vendas emergenciais em que o objetivo seja liquidar uma dívida. Nesses casos, é comum que o proprietário do ativo reduza o valor para conseguir uma transação mais rápida, o que não faria sentido para o cálculo do valor de forma justa.
Como calcular o preço justo?
Ao pegar como exemplo a compra e venda de ações, o cálculo do preço justo é definido, principalmente, por técnicas de valuation. Essa não é uma ciência exata, visto que é normal que as pessoas definam valores diferentes para um mesmo bem, a depender da técnica de mensuração de valor aplicada.
Mesmo assim, é bom conhecer cada uma delas.
Valuation por fluxo de caixa descontado
O modelo mais formal e utilizado de valuation, por meio dele é possível estimar toda a expectativa do fluxo de caixa futuro de uma empresa. Essa estimativa é colocada, então, em valor presente através da utilização de uma taxa de desconto.
É preciso que o investidor tenha, então, bastante diligência ao estimar o crescimento do fluxo de caixa. Além disso, como esse modelo é muito sensível a oscilações nas variáveis, é importante utilizar uma taxa de desconto que seja adequada ao risco do negócio.
Valuation por múltiplos
Esse tipo de valuation é feito por meio de indicadores de mercado da empresa, como a relação entre o preço e o lucro da ação. Sendo assim, desde o momento em que o investidor toma conhecimento desses indicadores, pode fazer a comparação com algumas empresas similares.
Outra possibilidade é compará-los com o histórico dos indicadores da própria empresa. Caso esses indicadores estiverem mais atrativos em relação ao de negócios do mesmo ramo ou à média registrada no próprio negócio, pode ser um sinal positivo para uma possível possibilidade de compra.
Quais são as principais aplicações do preço justo?
Por se tratar de uma avaliação feita com base no mercado e não por critérios definidos por uma única entidade, o preço justo é um conceito que pode ser utilizado em diversas aplicações. Entre elas, é possível citar:
- propriedades para investimento;
- reavaliação de ativos;
- títulos mobiliários;
- derivativos;
- ativos biológicos;
- combinações de negócios;
- reconhecimento de receitas.
Aqui, é preciso pontuar que a mensuração é feita com base em alguns critérios. As condições de uso, localização do ativo e restrições para venda ou utilização — se houver — são algumas delas. Além disso, também é levado em consideração o mercado primário e secundário para chegar ao resultado mais preciso.
Qual é a maior dificuldade na avaliação de preço justo?
A maior dificuldade de quem avalia o preço justo é fazer a avaliação correta das premissas adequadas para um ativo ou passivo. Outro ponto de dificuldade é definir, com base no mercado, o valor justo correto do bem em si.
Critérios subjetivos também podem dificultar o cálculo, como a aceitação do mercado em relação ao patrimônio. Dessa forma, o maior desafio para os profissionais envolvidos é conseguir fazer um julgamento correto que utilize premissas confiáveis para chegar no resultado correto.
Quais são os riscos da utilização do preço justo?
Os riscos em relação à utilização do conceito de preço justo se referem exclusivamente ao grau de subjetividade dos critérios utilizados para o seu cálculo. Para chegar ao resultado, podem ser utilizadas hipóteses, o que pode comprometer a qualidade das informações.
Outro ponto de risco que deve ser levado em consideração à determinação do preço justo é que o valor estimado é determinado em um momento específico. Sendo assim, pode ser modificado até mesmo em um curto espaço de tempo. Um exemplo disso é quando há alguma alteração decorrente de algum avanço tecnológico.