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Poupança Externa

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:07/07/2020 às 08:59 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é Poupança Externa?

Poupança Externa é uma reserva de recursos financeiros formada por meio do recebimento de investimentos de outros países. Em geral, são países desenvolvidos que aplicam capital nos países em desenvolvimento.

De acordo com a teoria do desenvolvimento econômico, das décadas de 1940 e 1950, fomentar a poupança externa era um caminho para promover o desenvolvimento de países como o Brasil.

Entendendo a Poupança Externa

Para que um país possa crescer, ele precisa gastar, o que não é possível se estiver em uma situação de escassez de recursos financeiros. Por isso, obter esses recursos é uma forte prioridade. Uma das formas de obtê-los seria captando investimento de outros países, o que leva à formação da chamada poupança externa. 

A poupança externa pode ser formada de dois modos.

No primeiro, forma-se uma parceria com outro país, que vai financiar os projetos públicos com direito a receber uma parte do retorno financeiro gerado por eles.

No segundo, forma-se uma relação de credor e devedor, pois o outro país empresta dinheiro a juros para que seja usado na realização dos projetos.

Vamos entender melhor com um exemplo.

Suponha que o Brasil precisa construir uma grande hidrelétrica, mas não tem os recursos necessários para a obra. Então, opta por recorrer à poupança externa, buscando apoio dos EUA.

Um dos caminhos possíveis é a parceria. Nesse caso, os EUA aplicam capital diretamente na construção da hidrelétrica. Em troca, eles recebem uma parte do retorno financeiro que essa obra gerar.

O outro caminho é o empréstimo. Nesse caso, os EUA apenas cedem capital ao Brasil para que use na obra, e recebem de volta o valor acrescido de juros, no prazo acordado.

A vantagem de estabelecer a parceria é que o risco do investimento é repartido entre os dois países.

Vamos retomar o exemplo anterior. Supondo que aconteça um problema e a obra da hidrelétrica fique embargada, os EUA também suportarão as perdas, já que seu "pagamento" é o retorno financeiro gerado pela obra (que, nesse caso, seria inexistente).

Enquanto isso, no modelo do empréstimo, somente o Brasil suportará perdas. Mesmo que a obra tenha problemas e a hidrelétrica nunca chegue a entrar em operação, o país ainda tem um empréstimo a pagar.

Problemas da Poupança Externa

Apesar de a poupança externa parecer uma solução vantajosa para obter os recursos financeiros necessários para o crescimento do país, na realidade, esse é um caminho que pode trazer graves problemas.

Antes de mais nada, para o país que está cedendo o dinheiro, não se trata de uma operação de caridade. Ele espera recebê-lo de volta no futuro, com um bom retorno financeiro. Portanto, para o país que está recebendo o dinheiro, surge uma obrigação.

Mesmo no modelo de parceria, embora não seja necessário pagar de forma direta o país que está financiando a obra, a obrigação existe. Haverá cobranças em relação à maneira como os recursos cedidos estão sendo empregados e ao avanço do projeto.

Dessa maneira, o governo deve agir com responsabilidade quando optar pelo poupança externa como alternativa para obter recursos.

Além disso, ao apostar muito no capital proveniente de outros países como a salvação da economia do país, pode haver uma negligência em relação à poupança interna, que acaba sendo substituída pela poupança externa.

Assim, o país pode tornar-se dependente dos investimentos e empréstimos de outros países. Então, em vez de promover o desenvolvimento, a poupança externa acaba reforçando a posição de subordinação de um país em relação a outros.

Portanto, é importante que, além de buscar a poupança externa para viabilizar investimentos imediatos para o desenvolvimento do país, o governo também tome medidas para fortalecer a poupança interna.

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