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Política Monetária Não Convencional

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:18/08/2020 às 07:33 - Atualizado 4 anos atrás
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O que é a política monetária não convencional?

A política monetária não convencional é uma estratégia que pode ser utilizada por um governo para atuar de maneira ativa na economia, reduzindo assim os efeitos de um período econômico negativo.

Esse é um cenário comum em momentos de crise. Foi o que aconteceu, por exemplo, nos Estados Unidos durante a Crise do Subprime, em 2008.

Vale lembrar, essa foi uma crise causada pelo excesso de confiança e de estímulo ao crédito imobiliário. Uma vez que os clientes dos bancos passaram a não ter condições de honrar seus compromissos, explodiu uma bolha.

A Crise do Subprime foi caótica e um dos principais desafios econômicos da história, fazendo com que muitos dos grandes bancos estadunidenses apresentassem proximidade com a falência. Sob certas óticas, sem uma atuação ativa do governo os resultados seriam ainda piores.

Essa naturalmente não foi a última crise financeira. Em cenários adversos, muitos governos atuam para manter a economia saudável na medida do possível (ou ao menos reduzir os impactos da situação atravessada).

Qual é a importância de uma política monetária não convencional?

Como o próprio nome sugere, a política monetária não convencional não deve ser utilizada de maneira frequente. Isto é, ela pode ser considerada como um plano de contingência.

O que acontece é que, ao longo de uma crise, o cenário torna-se extremamente desafiador. O consumo é reduzido, pois a população passa a ter medo de perder o seu emprego e, consequentemente, a sua renda. As empresas vendem menos. E tudo parece ir ladeira abaixo.

É nesta hora que a política monetária não convencional costuma ser executada. Ela não vai garantir a solução de todos os problemas, mas visa manter o sistema funcionando e, na medida do possível, ajudar na recuperação econômica após o período de crise.

Sem uma atuação neste sentido, os efeitos de uma recessão econômica poderiam ser muito mais drásticos e duradouros. Desta forma, a importância da estratégia consiste em atuar para evitar problemas financeiros maiores no longo prazo.

O que pode ser executado em uma política monetária não convencional?

Durante a aplicação de uma política monetária não convencional, os países acabam aderindo a ações que certamente não estariam em prática se o ambiente econômico fosse positivo.

Em 2020, por exemplo, o mundo precisou lidar com uma pandemia. Desta forma, o isolamento social foi necessário, algo que levou a uma crise financeira mesmo em um momento que parecia, em tese, promissor do ponto de vista financeiro.

No Brasil, uma das medidas adotadas pelo governo visando a redução dos danos dessa situação foi um benefício emergencial — um pagamento mensal que ajudasse as pessoas com seus gastos. Esse auxílio não seria realizado em condições normais.

Outra prática comum da política monetária não convencional está na compra de títulos que estão em propriedade dos bancos comerciais pelo Banco Central. O objetivo aqui é injetar dinheiro na economia e ajudar com a liquidez da moeda (no nosso caso, o real).

Os riscos da política monetária não convencional?

Embora seja extremamente válida do ponto de vista social ou econômico, uma política monetária não convencional precisa ser avaliada com cautela. Os resultados, afinal, serão colhidos no longo prazo.

Um excesso de dinheiro em circulação, por exemplo, pode levar a um problema relacionamento ao câmbio, com a desvalorização da moeda no cenário internacional.

Os efeitos das decisões também podem atingir outros indicadores. A redução das taxas de juros é outra estratégia comum para enfrentar crises, mas pode trazer aumento de inflação se não for bem utilizada.

Portanto, a política monetária não convencional deve ser empregada em momentos realmente críticos e, ainda assim, monitorando todos os impactos de longo prazo para evitar um cenário ainda mais adverso no futuro.

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