Plano Brady
O que foi o Plano Brady?
O plano Brady foi uma espécie de estratégia elaborada em 1989, com objetivo de auxiliar na recuperação econômica de alguns países endividados.
A primeira pergunta a ser feita é: o que pode levar um país a entrar em crise?
Bom, os motivos são diversos. Normalmente, as nações – desde potências mundiais até países em processo de desenvolvimento – adquirem o título de endividadas quando gastam mais dinheiro do que detêm.
Isso significa que o recolhimento de impostos pode não ser suficiente para arcar com os custos públicos e sociais quando não se tem uma gestão adequada dos mesmos.
Assim, uma vez que gastam mais do que podem, as nações recorrem a empréstimos bancários com objetivo de quitar as contas. Quem dera se essa solução fosse sempre eficaz, né?!
Além dos empréstimos bancários, também podem recorrer a empréstimos de outros países. E aí, a dívida passa a ser externa...
Perceba que uma dificuldade vai levando a outra. Como consequência, os países que se encontram nessa situação passam a ser considerados emergentes.
Com o objetivo de intervenção, o plano Brady foi pensado para auxiliar os mesmos quanto a esse mar de dívidas sem fim.
Como o Plano Brady foi desenvolvido?
A respectiva estratégia levou esse nome em homenagem ao seu criador, Nicholas F. Brady.
Nicholas era secretário do tesouro estadunidense. Inclusive, na época, os Estados Unidos passavam por uma boa fase econômica, sendo esse um fator primordial na decisão de ajudar outras nações – principalmente da América Latina.
Vale esclarecer que o plano Brady foi, na verdade, uma adaptação do antigo plano Baker. Esse último foi vigente até o ano de 1985, sendo que a ideia era praticamente a mesma, mas já não estava dando tão certo assim.
Como o Plano Brady funcionou?
Uma vez que alguns países em desenvolvimento possuíam uma grande dívida externa, do outro lado da história, haviam os credores, investidores e entidades interessados na emissão de títulos facultados.
Esses títulos facultados ficaram conhecidos como Brady Bonds.
O principal objetivo era possibilitar a negociação das dívidas através de títulos emitidos pelo próprio governo de uma país desenvolvido, ao invés de manter as despesas restrita entre as entidades bancárias.
Dessa forma, os Brady Bonds possibilitaram aos países emergentes uma redução significativa dos juros sob os empréstimos com pagamento pendente. Por outro lado, também trouxeram mais tranquilidade aos credores, pois os títulos emitidos eram securitizados e rastreados pelo Tesouro Nacional dos Estados Unidos.
Além disso, as nações em desenvolvimento também precisaram cumprir com algumas exigências do FMI (Fundo Monetário Internacional), como a flexibilização de exportação, redução das taxas cambiais, dentre outras ações em prol de um mercado mais liberal.
O Brasil aderiu ao Plano Brady?
Dentre os países emergentes da época, estava também o Brasil. Por aqui, os Brady Bonds foram chamados de Bradies.
Entretanto, nosso país apresentou bastante resistência ao acordo no ano de seu lançamento, sendo um dos últimos a aceitar os termos de negociação. Só em 1994, sob gestão do ex-presidente Itamar Franco, aderiu aos títulos concedidos pelo plano Brady.
Algumas das vantagens proporcionadas pelos Bradies foram:
- Possuíam alta liquidez uma vez que estivessem ativos no mercado;
- A liquidez diária fez com que fossem os títulos mais negociados no mercado estadunidense;
- Eram títulos de renda fixa, portanto, poderiam ser pós ou pré-fixados.
Na época, foram emitidos certa de 50 bilhões de dólares em bônus para o país. Embora tivesse validade até o ano de 2024, o Brasil antecipou a recompra dos mesmos em 2006.
Esse processo foi de grande valia para nossa nação, uma vez que possibilitou a estabilização da inflação, além de flexibilizar o comércio externo de produtos e serviços nacionais.