PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair)
O que é PEPS?
O controle de estoques é um dos grandes desafios das empresas. É preciso ter um bom gerenciamento das mercadorias tanto sobre a sua quantidade, como também sobre o valor.
Para esse objetivo, existem diferentes modelos de controle de estoque. Um deles é o PEPS, o qual recebe esse nome como uma abreviação da sua estratégia: "Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair". Bem intuitivo, certo?
Em inglês, esse mesmo método é conhecido como FIFO pelo mesmo motivo. A diferença, claro, é que em inglês o nome passa a ser First In, First Out. A lógica é rigorosamente a mesma.
Como funciona o PEPS?
O modelo PEPS de controle de estoque funciona de maneira bem simples: tudo que chega primeiro deve ser vendido primeiro. Ou seja, compras mais recentes só são retiradas do depósito após as aquisições mais antigas terem seu destino resolvido.
Essa prática é bastante utilizada por duas razões principais. Em primeiro lugar, a tendência é que o preço de compra mais antigo seja mais barato ao longo do tempo. Embora não seja uma regra, a aplicação da inflação tende a elevar gradualmente o custo das mercadorias. Assim, portanto, o lucro auferido pode ser maior já que a base de custo é menor.
O segundo e mais importante benefício está sobre a questão da validade. Por usar sempre das mercadorias mais antigas com prioridade, o negócio reduz o risco de perder produtos pelo seu vencimento. Por esse motivo, é um método muito comum em empresas de alimentação, como os supermercados. Por outro lado, exige uma organização exemplar do estoque para que não se perca no processo.
Desta forma, podemos dizer que o PEPS é um modo de gestão de estoque mais seguro (especialmente em função das validades) e que o custo das mercadorias é o valor real e efetivamente pago, sem cálculo de estimativas.
Como calcular o estoque pelo PEPS?
Para que você entenda o método na prática, vamos a um exemplo simulado de uma empresa fictícia que venda camisetas. Suponha, em primeiro lugar, que esse negócio realize as seguintes compras com o seu fornecedor:
- 50 camisetas pelo valor unitário de R$10
- 40 camisetas pelo valor unitário de R$12
- 20 camisetas pelo valor unitário de R$15
Agora, suponha que com esse estoque a empresa inicie sua operação. Ou seja, ela tem no seu depósito um total de 110 (50+40+20) camisetas. Agora, imagine que um cliente resolva comprar 70 camisetas.
Como o PEPS prioriza as primeiras mercadorias recebidas, ele precisa começar a venda pelas aquisições de R$10. Portanto, ele venderá todas as 50 unidades com o custo de R$10 e, para completar, também usará outras 20 unidades do seu estoque ao custo de R$12.
Assim, o estoque final após as vendas realizadas fica com a seguinte estrutura:
- 20 camisetas com custo unitário de R$12
- 20 camisetas com custo unitário de R$15
Outras formas de contabilizar o estoque
Apesar de extremamente simples e fácil de utilizar, o PEPS não é a única maneira de gerenciar o estoque dentro das empresas. Outros dois métodos são bem conhecidos:
- UEPS: o UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) usa a lógica semelhante ao PEPS, mas invertida. Ou seja, o estoque primeiro irá retirar mercadorias que chegaram mais recentemente. No Brasil não é um método autorizado.
- Custo Médio: além do PEPS e do UEPS, algumas empresas podem trabalhar com o custo médio dos seus estoques. A dificuldade desse método é que ele exige um novo cálculo a cada compra realizada de mercadorias, algo que pode se tornar complexo com o passar do tempo.
Cada metodologia apresenta vantagens e desvantagens. Cabe ao gestor de um negócio escolher o melhor, com exceção do UEPS, proibido no Brasil. O motivo é que, como as compras mais recentes tendem a ser mais caras, elas fazem com que a empresa tenha lucros menores com as vendas. Assim, consequentemente, o Imposto de Renda é reduzido.